‘Rei das Criptomoedas’ do Canadá acumula prejuízos e é alvo de processo de US$ 35 milhões

Fundador de um escritório de advocacia de recuperação de fraudes diz que o único caminho viável para os investidores recuperarem os fundos confiados ao “Rei do Bitcoin” canadense seria fazer relatórios à Comissão de Valores Mobiliários de Ontário ou à polícia.

Aiden Pleterski, um jovem de 23 anos autointitulado “Rei das Criptomoedas” do Canadá,  está enfrentando uma série de processos de 140 pessoas que estão tentado recuperar um total de US$ 35 milhões em investimentos confiados à empresa AP Private Equity Limited.

De acordo com um relatório da CBC publicado na terça-feira, 20, os credores estão trabalhando duro para tentar desvendar onde foi parar todo o dinheiro que eles confiaram à Pleterski para fazer investimentos em criptomoedas e mercados de câmbio.

O relatório de um administrador de falências, atas de reuniões de credores, arquivamentos judiciais e reclamações feitas ao Conselho de investigação PC revelam que Pleterski possuía 11 veículos, alugou outros quatro carros de luxo, voava regularmente em jatos particulares e morava em uma mansão à beira do lago cujo aluguel custava US $ 45.000 por mês.

Até agora, cerca de US$ 2 milhões em bens foram apreendidos, entre eles duas McLarens, dois BMWs e uma Lamborghini.

Norman Groot, fundador do Conselho de Investigação PC – um escritório de advocacia de recuperação de fraudes –, afirmou que o “estilo de vida hedonista” de Pleterski não “é responsável pela quantidade de dinheiro que está faltando.”

Uma ação inicial movida contra Pleterski resultou no congelamento de seus ativos e contas bancárias, mas isso agora foi substituído pela abertura de um processo de falência. Nesta fase, é a única alternativa que os investidores têm para tentar recuperar seus fundos, visto que os processos de falência têm precedência sobre as ações cíveis.

Groot disse que “o único outro caminho disponível para os investidores seria reportar seus casos à Comissão de Valores Mobiliários de Ontário e à polícia.”

“Esses processos são demorados”, disse ele, acrescentando: “Quanto mais tempo passa, menor a probabilidade de obtenção de provas e menor a probabilidade de recuperação do dinheiro”.

Groot disse que todos os típicos sinais de alerta de retornos excessivamente altos para os investidores estavam vísiveis para todos, afirmando:

“Cinco por cento de juros [por semana] não estão disponíveis no mercado aberto. É improvável que um garoto de 23 anos seja o próximo Bill Gates – converse com alguém que seja conservador e obtenha uma segunda opinião.”

A credora Diane Moore investiu US$ 60.000 e disse que seu contrato de investimento lhe dava a maior parte de uma divisão de 70-30 em quaisquer ganhos de capital, estimados entre 10% a 20%, quinzenalmente.

“A coisa toda foi baseada na confiança”, disse ela, alegando ter desembolsado US$ 50.000.

O advogado de Pleterski, Micheal Simaan, contestou as alegações e disse que seu cliente está cooperando totalmente com o processo de falência.

De acordo com Simaan, seu cliente começou a investir em criptomoedas ainda adolescente. Seu sucesso durante os mercados de alta fez com que muitas pessoas oferecessem seu dinheiro a ele por livre e espontânea vontade na esperança de ficarem ricos.

“Supreendentemente, parece que ninguém se preocupou em considerar o que aconteceria se o mercado de criptomoedas despencasse ou se Aiden, quando muito jovem, estava de fato qualificado para lidar com esses tipos de investimentos.”

Pleterski afirmou que sua empresa de investimentos teve problemas graças a “uma série de chamadas de margem e trades mal-sucedidos”, possivelmente exacerbados pela queda do mercado e pelo atual inverno cripto.

Ele disse que todo o dinheiro dos investidores que recebera entre o final de 2021 e o início de 2022 se foi.

O administrador observou que eles ainda precisam receber provas que confirmem as negociações e solicitaram aos clientes do “rei das criptomoedas” canadense comprovantes de transações e extratos bancários que possam servir de evidências.

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