Exclusivo: Solução em blockchain dispensa o envio de dinheiro físico ao Banco Central do Brasil

Solução em blockchain da TecBan permite com que bancos não enviem mais dinheiro físico ao Banco Central do Brasil tornando os custos da operação de caixa eletrônico mais fácil

A TecBan, rede interbancária brasileira que administra a Rede Banco 24h, e possui mais de 40 bancos conveniados, com mais de 23 mil caixas eletrônicos presentes em mais de 600 cidades brasileiras, anunciou, em uma entrevista ao Cointelegraph, uma aplicação única de blockchain chamada End-to-End que integrará os caixas eletrônicos da rede.

Entre os bancos conveniados com a TecBan estão o Banco do Brasil, Banco Votorantin, BMG, Bradesco, Caixa, Citibank, Itaú, Santander, além das gigantes de crédito Elo, American Express e Visa.

Segundo Irineu Trovarelli Junior, Gerente Executivo de TI da TecBan, a aplicação já está disponível nos terminais da empresa e gerou agilidade e economia em todas as operações pois, entre outros, as instituições conveniadas com a TecBan não precisam mais enviar dinheiro físico ao Banco Central do Brasil, a ‘conciliação’ é feita pelo software com DLT.

“A Automação das Transações de Interbancário possibilita que as instituições financeiras informem as disponibilidades e necessidades diárias de dinheiro utilizando a tecnologia blockchain, dispensando o envio do dinheiro físico para registro do Banco Central (BC)

Os principais resultados obtidos para os clientes do sistema interbancário com a entrega do projeto são agilidade (as operações são geradas e comunicadas automaticamente de forma online, reduzindo o tempo que a instituição financeira leva para encontrar a disponibilidade de dinheiro em outras instituições e para depositar o montante excedente), redução de custos logísticos e risco operacional (redução de estruturas físicas do sistema e otimização de operações), gestão unificada para a operação integrada (ponta a ponta), aderência à estratégia das instituições financeiras, transparência na gestão do ciclo de numerário, escalabilidade (potencial de expandir a solução integrada para outros canais), confiabilidade e controle através de dashboard e gráficos de relatórios de gestão das operações.

Ainda segundo Trovarelli, “Após seis meses de utilização com cinco instituições em nove praças, foram registrados um volume de mais de R$ 3,5 bilhões de disponibilidade e mais de R$ 3,8 bilhões de necessidade, o que demonstra um potencial de economia para o sistema interbancário na medida que a aderência for ampliada para demais instituições financeiras”

Trovarelli destaca que a solução é inédita e foi desenvolvida para otimizar a gestão do ciclo do dinheiro no sistema bancário

“Dessa forma, as operações são geradas e comunicadas automaticamente online, reduzindo o tempo que a instituição financeira leva para encontrar a disponibilidade de dinheiro em outras instituições e para depositar o excesso de dinheiro. Os custos despendidos no processo também são minimizados, pois a solução prevê a otimização intra e entre custódias de valores. Estima-se uma economia de 10% e 15% ao sistema bancário em comparação ao processo utilizado hoje, o que significa bilhões de reais a menos na planilha de custo das instituições financeiras.”

O gerente executivo destacou também que o projeto teve “como objetivo reduzir a falta de dinheiro e os tempos de entrega, os níveis de estoque de dinheiro, os custos de logística da movimentação do dinheiro e os riscos de custódia e de movimentação, além de melhorar o retorno sobre os ativos”

Em uma avalição após os seis meses de implementação inicial, o gerente destacou também que “São diversos os benefícios decorrentes da iniciativa, como transparência na gestão do ciclo do dinheiro e aproximação junto ao regulador, automação de processos, base única para realização de planejamento e aderência à estratégia dos bancos”, disse.

“Buscamos ser uma das empresas pioneiras utilizando tecnologia blockchain e buscar soluções que permitam evoluções incrementais rápidas, mas com visão de longo prazo. Também vamos explorar e utilizar novas ferramentas, novas tecnologias e ambientes cloud em conformidade com as melhores práticas de desenvolvimento em um curto espaço de tempo. Ao mesmo tempo, geraremos aplicações leves, simples e intuitivas sem perder de vista a estabilidade, disponibilidade, rastreabilidade e segurança, com garantia de privacidade das informações (a solução garante que cada instituição financeira somente acesse as necessidades/disponibilidades feitas e às oportunidades em que estiverem envolvidas). Em resumo, queremos tornar o complexo, simples. Os obstáculos intrínsecos ao desenvolvimento de um projeto dessa natureza foram superados devido ao engajamento e adaptabilidade do time, colaboração com o cliente e pela priorização do tema no board da empresa.”, finalizou.

Como noticiou o Cointelegraph, o executivo Jaques Rosenzvaig, diretor-geral da TecBan, declarou que “o cliente é quem escolherá como quer utilizar seu dinheiro [no futuro próximo]. Cabe a nós oferecer diversos canais. Haverá convivência entre os meios”. O executivo diz acreditar na integração entre os ambientes físico e digital para as instituições financeiras através da tecnologia blockchain.

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