Rumo a US$ 30 mil ou queda para US$ 18 mil: 12 analistas avaliam qual será o preço do Bitcoin no fim de fevereiro

Analistas debatem como o cenário macroeconômico deve impactar o preço do Bitcoin em fevereiro

Em janeiro, o preço do Bitcoin (BTC) surpreendeu o mercado com os touros impulsionando o preço da maior criptomoeda do mercado em quase 40%. Motivados pelos dados econômicos nos EUA, o rali de curto prazo animou analistas que passaram a prever que o Bitcoin começaria fevereiro perto de romper a resistência de US$ 25 mil.

Contudo, no começo de fevereiro, com o FED divulgando a taxa de juros esperada pelo mercado, o hype retrocedeu e os touros mostraram fraqueza, com os ursos assumindo o controle no curto prazo e devolvendo o Bitcoin abaixo de US$ 22 mil.

Porém, para grande parte dos analistas a queda foi apenas uma correção que chegou atrasada e os fundamentos da alta de curto prazo ainda continuam fortes, o que deve impulsionar os touros para uma nova tentativa de romper com US$ 25 mil rumo a US$ 30 mil.

Diante desta briga entre touros e ursos, o Cointelegraph consultou 12 analistas brasileiros para saber a posição deles sobre como o preço do Bitcoin deve se comportar até o final de fevereiro.

Para Rafael Izidoro, CEO e fundador da Rispar o cenário é otimista e o BTC tem tudo para se recuperar desta queda.

“Estou bem otimista com a recuperação recente dos criptoativos. A redução do ritmo da taxa de juros americana, sinalizada pelo FED, deve contribuir para o início de um movimento de exposição ao risco dos investidores”, disse.

Sylmara Multini, CEO da Internacional Digital Group (IDG) NFT, destaca que estamos em um período que antecede o halving.

“A volatilidade das criptomoedas é um fato, mas outro ponto interessante é que estamos num período que antecede o ano de Halving, e nos outros três halvings, o Bitcoin subiu. Se vai subir em fevereiro ou mais no final do ano, isso ninguém pode prever”, destacou.

Já André Nousi, fundador da Nousi Finance, afirma que a impressionante desempenho do BTC em janeiro se deu por 2 fatores: melhoria no cenário macro e acumulação dos mineradores.

Ele aponta que esse fatores atrelados ao fato que cerca de 70% da oferta circulante de BTC está fora de circulação a pelo menos 1 ano, fez com que o BTC disparasse e recuperasse toda a queda causada pelo colapso da FTX em novembro 2022.

“Olhando para fevereiro, o preço do Bitcoin demonstra sinais de exaustão, esperando recuperar o fôlego para outra potencial alta. Se considerarmos que a retórica macroeconômica permanece como a atual, o viés para o Bitcoin é de alta”, afirma.

Diante disso, Nousi afirma que as principais resistências nesse momento são US$ 23.247 (retração de Fibonacci 0.618)  e US$ 23.738 (topo do movimento recente).

“Rompendo essa resistência, os próximos alvos seriam US$ 24.534 (7% de alta) e US$ 25.581 (11% de alta). Porém, se perder o suporte de US$ 22.953, o BTC poderia buscar o próximo de US$ 20.790 (10% de queda)”, disse.

Caminho de recuperação lento e gradual

Alexandre Lin- Country Manager da TruBit, afirma que no mês de fevereiro o Bitcoin pode voltar em um caminho de recuperação de maneira cautelosa e gradual.

“Um ponto que colabora para minha previsão é a decisão do Fed tomada ontem de reduzir a pressão monetária e seguir com um ciclo de alta dos juros de 0,25 ponto percentual, foi parte ativa que contribuiu para a aproximação do BTC em US$ 24 mil”, destacou.

Além disso, segundo ele, o mercado aparenta começar a se recuperar do baque que recebeu com o escândalo FTX e uma retomada de confiança e perspectiva de melhora trazem esperança para os investidores. Outro ponto destacado pelo analista é que em momentos de grande desvalorização, o mercado cripto têm tendência de alta em seguida.

“Apesar disso, destaco mais uma vez que essa recuperação ocorrerá de maneira gradual, o mercado ainda se encontra em um momento muito sensível e pode ser facilmente impactado por movimentos”, afirma.

Já Daniel Coquieri, fundador da Liqi, destaca que os touros podem se beneficiar do clima mais ameno no cenário macroeconômico, já que o FED sinalizou que a inflação pode ter começado a entrar no controle, apesar do longo caminho a ser percorrido. No entanto, ele destaca que o momento é de cautela e de avaliar os riscos, pois a volatilidade pode pegar os investidores desprevenidos.

“Atenção aos níveis de suporte em US$ 20 mil e resistência US$ 25 mil que devem atuar como parada neste curto prazo já que não há previsão de grandes anúncios no cenário macroeconômico”, afirma.

Marina Perelló, COO da Yaak Ventures, também segue na linha da alta impulsionada pelo FED. Para ela, como o recente anúncio do Federal Reserve sobre o aumento da taxa de juros em 0,25 pontos ficou dentro da expectativa do mercado ele aponta para a desaceleração dos grandes aumentos que o banco central americano promoveu durante 2022.

“Essa perspectiva aponta para um cenário econômico de recuperação lenta e progressiva, e com o Bitcoin não seria diferente. A moeda apresentou oscilações diárias de até 5% nos últimos dias de janeiro, e ainda fora da zona de segurança, vai enfrentar a resistência de US$ 25 mil neste mês de fevereiro”, disse.

Otimismo, mas não bull run

O Head de Cripto da InvestSmart XP, William Lee, também afirma que um cenário macroeconômico levemente melhor, somado com a falta de volume do mercado de cripto, ocasionada após o colapso da FTX, fez com que o preço do Bitcoin tivesse uma forte valorização neste o início do de 2023.

“Outro ponto interessante que pudemos notar, foi o aumento expressivo de posições compradas no mês de janeiro entres gestores de fundos de investimento. Os dados explicitam que das 7.734 posições futuras abertas, 7.671 são posições compradas e apenas 63 são vendidas, representando uma alta histórica de posições compradas no agregado.

Essa tendência reflete o otimismo de que possivelmente o bear market no mercado de cripto pode estar perto do fim, embora ainda esteja extremamente correlacionado com o fator macroeconômico, que pode fazer preço positivamente ou negativamente no mercado de cripto.”, afirma.

Paulo Boghosian, co-head de cripto do TC, destaca que há boa probabilidade de termos feito fundo. Seja pela análise onchain ou pela análise técnica, há indícios de fundo, sim.

“Todavia, ainda é cedo para falar de um bull market buscando máximas históricas ainda neste ano, dado o momento do ciclo que estamos e o cenário desafiador macroeconômico”, disse.

Para Thiago Cesar, CEO da Transfero, o preço do Bitcoin deve se manter nas faixas de US$ 21 mil a US$ 24 mil durante fevereiro, dado que o mundo aguarda a decisão do FED, sobre uma pausa no aumento das taxas de juros, em março.

“O bear market só mostrará sinais de arrefecimento caso o cenário macro global melhore. Se o FED for firme na decisão de não mais aumentar as taxas de juro, sinalizando quem sabe até um futuro de novos cortes, poderá impulsionar o mercado de cripto. Além disso, podemos ter mais sentimentos positivos no Q3 e Q4 de 2023 com relação ao halving do BTC , que deve acontecer em abril de 2024 e pode já ser precificado ao final deste ano”, disse.

Esta é a mesma posição de Christian Aranha, sócio e conselheiro da KATE Capital, que destaca que as movimentações de curto prazo ainda serão pautadas pelo cenário macroeconômico.

“Com os Banco Central Americano sinalizando a redução de juros devido ao otimismo no controle da inflação, o dinheiro volta a fluir para a bolsa e consequentemente para o Bitcoin, na mesma proporção. Como o Bitcoin caiu mais, também pode subir mais”, disse.

Tasso Lago, fundador da Financial Move, também afirma que o bear market ainda não acabou. Ele destaca que houve uma recuperação dos mercados globais, criptomoedas e ações, devido à melhoria dos dados macro.

“Powell ponderou que o teto de juros será entre 5 a 5.4%, nós estamos aí entre 4.5 e 4.7, então o cenário macro estabilizando tendemos a ter um ano positivo. No curto prazo podemos ver mais um recuo do mercado cripto em direção aos US$ 20 mil aproximadamente, mas para o ano de 2023 eu espero um ano positivo, onde o preço médio do BTC fique na faixa dos US$ 30 mil a US$ 40 mil”, afirma

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Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.
 

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