Polícia Federal realiza nova operação contra Braiscompany acusada de movimentar ilegalmente R$ 2 bilhões em Bitcoin
A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, deflagrou mais uma fase da Operação Halving que tem como alvo a empresa Braiscompany
A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, deflagrou na manhã desta terça-feira, 26, a Operação CTO cujo objetivo é combater crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais, em tese cometidos por sócios e colaboradores de empresa especializada em criptoativos. Trata-se de desdobramento da Operação Halving que tem como alvo a empresa Braiscompany.
A Halving foi deflagrada em fevereiro deste ano, com mandados de busca e apreensão, mandados de prisão, sequestro de bens e suspensão parcial das atividades da empresa investigada. Com os elementos colhidos nas medidas judiciais, outros crimes e diversos envolvidos foram sendo apontados como participantes do esquema criminoso.
Na ocasião, cerca de R$ 15,3 milhões em contas ligadas às pessoas sob investigação foram bloqueados em diversas exchanges de criptomoedas. Segundo a Polícia Federal, nos últimos quatro anos, foram movimentados valores equivalentes a aproximadamente R$ 2 bilhões em criptoativos em contas vinculadas aos suspeitos.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão nos municípios paraibanos de Campina Grande e Lagoa Seca.
Ao longo de 2023 diversas operações da Polícia Federal tiveram como alvo a Braiscompany, uma delas, em junho foi realizada pela Organização Internacional de Polícia Criminal, mais conhecida como Interpol, que realizou a prisão de três funcionários da empresa que era gerida por Antônio Neto Ais.
Braiscompany
A Braiscompany era uma empresa de gestão de criptoativos situada em Campina Grande, Paraíba, e era gerenciada por Antônio Neto Ais. A empresa tornou-se alvo de operações da Polícia Federal após levantamentos sugerirem que ela estaria envolvida em crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais.
Em uma decisão do juiz federal Vinícius Costa Vitor, da 4ª Vara de Justiça Federal, a Justiça tornou réu no dia 08 de agosto o casal Antônio Neto Ais e Fabricia Ais, donos da Braiscompany.
Na decisão, o magistrado ressaltou a necessidade de citação de Antônio Neto e Fabricia, considerados foragidos da Justiça e que estariam na Argentina, onde teriam chegado com a ajuda de cinco pessoas, segundo investigações da Polícia Federal (PF). Além deles, outras pessoas se tornaram rés pela decisão.
Tornaram-se réus no processo, além de Antônio Neto e Fabrícia, Arthur Barbosa da Silva, Clélio Cabral, Deyverson Serafim, Fabiano Gomes da Silva, Felipe Guilherme Souza, Fernanda Campos, Flávia Campos, Gesana Rayane Silva, Mizael Moreira Silva, Sabrina Mikaelle Lima e Victor Hugo Duarte.
A denúncia encaminhada à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF) possuí mais de 330 páginas, documento em que os promotores detalham como funcionava o suposto esquema operado pela Braiscompany que também é alvo de diversos pedidos de queba de sigilo bancário pela CPI das Pirâmides Financeiras.