Ícone da cultura pop pré-internet, Chaves será tema de coleção de NFTs

Coleção de 8.888 NFTs será criada por ilustrador venezuelano escolhido através do voto popular.

Ícone da cultura pop televisiva de uma era anterior ao surgimento da internet e das mídias digitais, Chaves será eternizado em uma coleção de 8.888 NFTs (tokens não fungíveis) licenciados oficialmente pelo Grupo Chespirito, que detém os direitos de propriedade sobre o personagem e seus produtos derivados.

Intitulada “El Chavo del Ocho NFT”, a coleção será baseada em ilustrações baseadas nos personagens encarnados pelo ator Roberto Gomez Bolaños. Além do próprio Chaves, o Chapolin Colorado e o Chespirito, conforme explicou Carla Martins, produtora do canal Vila do Chaves durante transmissão ao vivo no YouTube realizada na terça-feira, 26:

“O Grupo Chespirito vai desenvolver o projeto com o vencedor desta disputa. Ele vai criar 8.888 estampas diferentes de acordo com o estilo dele e com aquilo que sabemos ser possível com imagens de Chaves.”

O criador da coleção foi escolhido através de uma eleição aberta ao voto popular, cujo resultado final foi divulgado em 23 de julho, através de uma publicação no perfil oficial da coleção no Instagram. Trata-se do ilustrador venezuelano pseudônimo Asce imagination. Em seu perfil oficial no Instagram já podem ser vistos alguns esboços da futura coleção.

Ilustrações de Asce imagination inspiradas em Chaves. Fonte: Instagram (Asce imagination)

Como se pode ver acima, a coleção não será exatamente fiel aos personagens do programa. O ilustrador terá liberdade para criar os elementos que vão dar forma aos NFTs através de um processo conhecido como arte generativa.

A arte generativa é um atributo comum a grande maioria das coleções de NFTs PFP (fotos de perfil). Trata-se de ilustrações criadas por meio de códigos de programação que associam um estilo comum a um conjunto de elementos diversos e os circunscrevem sob parâmetros específicos de forma que eles mantenham uma identidade estética, embora em última instância sejam criados de forma aleatória.

Os colecionáveis são gerados durante o processo de mintagem, e assim nem os artistas nem os colecionadores podem saber de antemão qual será o resultado final da obra. 

Durante a transmissão, Martins explicou que os direitos de propriedade sobre as imagens serão mantidos pelo grupo Chespirito e, a princípio, não poderão ser explorados comercialmente nem pelo ilustrador nem pelos usuários, ao contrário do que acontece em coleções como Bored Ape Yacht Club (BAYC), como explicou Martins durante a transmissão:

“Lembrando que isso não é uma foto dos personagens, mas, sim, uma ilustração. A partir do momento que o ilustrador entra no projeto, ele entende que as imagens dele estão indo para o Grupo Chespirito, que irá disponibilizar o direito autoral dessa imagem para outras pessoas”.

Martins disse ainda que o Grupo Chespirito resolveu optar por explorar o potencial dos NFTs em vez de licenciar novos produtos físicos licenciados aos personagens do programa que desde que estreou na televisão brasileira, na década de 1980, faz sucesso entre crianças e adolescentes e se mantém na memória afetiva de muitos adultos.

A ideia é que se crie uma comunidade em torno da coleção, na qual os detentores dos NFTs terão poder de voto para opinar sobre os desdobramentos do projeto. Quanto mais NFTs um colecionador possuir, maior peso ele terá nas decisões.

O preço inicial dos colecionáveis digitais e a data de lançamento da coleção não foram divulgados.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, os NFTs também foi afetado pelo inverno cripto e o maior marketplace para compra e venda de tokens não fungíveis anunciou a demissão de 20% de sua equipe em preparação para um período de “desaceleração prolongada” do mercado.

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