3 tokens DeFi que subiram até 130% nesta semana mesmo com a fuga de capital do setor

Em uma semana, Valor Total Bloqueado em protocolos DeFi caiu 23,5% e capitalização total de tokens do setor sofreram perdas de até dois dígitos, mas ainda assim Crono.tech, Chainlink e Tribe acumularam ganhos entre 130% e 8% nos últimos sete dias.

Se nos primeiros dias de 2022 o mercado DeFi se manteve imune à tendência de baixa que se espalhou pelo mercado de criptomoedas, nos últimos sete dias não houve como escapar do movimento persistente de fuga de capital que somente agora dá sinais de que talvez tenha sido estancado – ao menos temporariamente.

Em 5 de janeiro o Valor Total Bloqueado (TVL) em protocolos DeFi era de US$ 315,4 bilhões, não muito distante do recorde histórico de US$ 321 bilhões alcançado dois dias depois do último natal. Em 4 dias, os protocolos DeFi perderam US$ 27,5 bilhões em TVL. Recuperaram-se levemente desde então e no momento em que este texto está sendo escrito o Valor Total Bloqueado soma US$ 291,9 bilhões, de acordo com informações da plataforma de monitoramento de dados DeFi Llama.

As redes que amargaram maior volume de saídas nos últimos sete dias foram a Solana (SOL) em primeiro lugar, com uma variação do TVL negativa de 16,1%, seguida pelo Terra (LUNA), com menos 10,2%, e a Binance Smart Chain (BSC), com 9%. O líder Ethereum (ETH) perdeu 7,4% do TVL. Embora mantenha-se na dianteira com folga, vem perdendo gradativamente a sua dominância, que atualmente está em 61,8%.

Os principais ganhadores foram o Harmony (ONE), cujo TVL cresceu 8,1% impulsionado pela liquidez da exchange descentralizada do jogo DeFi Kingdoms, e o Fantom (FTM), com um crescimento modesto de 1,1% nos últimos sete dias.

Os tokens das principais redes de contratos inteligentes amargaram perdas de dois digitos ao longo da semana o desempenho positivo ficou restrito a um número limitado de projetos. A valorização do Chainlink (LINK) foi um dos grandes destaques por ter sido a única do top 20 ao lado do Near Protocol (NEAR) a fechar a semana no verde impulsionada pelo anúncio de novas atualizações que foram bem recebidas pelos investidores.

Completam a nossa lista dos melhores desempenhos de finanças descentralizadas o Keep3Rv1, que tem sido presença constante no top 3 DeFi nas últimas semanas e o Chrono.tech, cujo desempenho ficou muito acima dos demais.

Chrono.tech (TIME)

O Chrono.tech é um ecossistema que oferece soluções em blockchain para conectar profissionais autônomos a empregadores firmando compromissos de trabalho com contratos inteligentes através do portal LaborX.com e de sua própria stablecoin pareada ao dólar australiano (AUDT).

O ecossistema possui ainda sua própria exchange de estrutura híbrida, com recursos típicos de serviços centralizados e descentralizados, um sistema de pagamentos com criptoativos para empresas, o PaymentX, e o token de governança TIME. Todas estas aplicações são potencializados pelo TimeWarp.finance, um aplicativo que oferece diversos instrumentos DeFi para os usuários do ecossistema. 

Nele, os usuários podem fazer yield farming e staking para obter receitas geradas por todos os produtos e serviços do Chrono.tech. O protocolo possui uma política agressiva de distribuição de recompensas aos detentores de TIME baseada na utilização de parte das receitas geradas pela utilização do ecossistema para a recompra de TIME no mercado. Posteriormente, esses tokens são compartilhado com os stakers.

As recompensas são maiores na proporção que os usuários se dispõem a manter seus TIMEs bloqueados por períodos de tempo mais longos.

Conforme publicação desta terça-feira no Twitter, hoje, 120 unidades de Time a um preço médio de US$ 501 rendem US$ 60.136 em recompensas totais de staking.

Recompensas de staking semanais distribuídas em https://t.co/FRVqJoRM6w

120 $TIME a um preço médio de US$ 501 faz US$ 60.136 em recompensas totais de staking.

Stake sintonizado para mais #DeFi #Staking pic.twitter.com/iQtIl4Preh

— Chrono.tech ($TIME) (@ChronotechNews)

Nos últimos sete dias, o TIME acumula uma valorização de 130%, tendo saltado de US$ 211,78 em 4 de janeiro para US$ 471,90 no momento em que este texto está sendo escrito. Somente nas últimas 24 horas, o volume negociado do TIME cresceu 98% e sua capitalização total de mercado é de US$ 329,4 milhões, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Desempenho semanal do TIME. Fonte: CoinMarketCap

Keep3rv1

O Keep3rV1 é uma rede descentralizada projetada para ajudar os projetos da indústria cripto que precisam de desenvolvedores externos às suas equipes a encontrar os indivíduos ou organizações adequadas para fornecer os serviços desejados.

De uma forma bastante simplificada, o Keep3rV1 é como a antiga seção de classificados de um jornal, porém implementada em uma blockchain. No entanto, trata-se mais do que apenas um espaço para anúncios, pois os contratos inteligentes do protocolo estabelecem as relações de trabalho entre as partes de forma automatizada. Ou seja, em relações de trabalho firmadas através do Keep3rV1, o código é a lei.

Por enquanto o protocolo está operando em sua versão beta na rede Ethereum, com bons resultados, mas os desenvolvedores estão trabalhando para expandir o Keep3rv1 para outras redes. Com isso, o KP3R subiu 16% nos últimos sete dias.

Atualmente, o token está cotado a US$ 1.322,15 e encontra-se na 175ª posição no ranking de criptomoedas, com uma capitalização total de mercado de US$ 264,4 milhões, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Desempenho semanal do K3PR. Fonte: CoinMarketCap

Chainlink (LINK)

A Chainlink (LINK) é a principal rede de oráculos do mercado de criptomoedas. Oráculos são protocolos que fornecem dados off-chain para as redes para que os contratos inteligentes possam ser validados e executados com precisão máxima. Hoje o protocolo está integrado a mais de mil aplicações da indústria em 12 plataformas diferentes – e esse número deve aumentar ainda mais em 2022.

Em 2021, a Chainlink começou o ano no top 10 do ranking de criptomoedas por capitalização de mercado, porém, no final de um ano excepcional para o mercado o LINK havia caído para a 21ª posição. Ao longo do ano, o token cresceu 77%. Um número não exatamente desprezível e maior do que os 60% de valorização anual do Bitcoin (BTC). No entanto, dado o desempenho de outros ativos e do momento favorável do mercado, o sentimento dos investidores em relação ao LINK foi de decepção.

A política monetária e o tokenomics do LINK não favoreceram o crescimento do ativo em 2021, mas as perspectivas começaram a mudar a partir do primeiro dia do novo ano. A equipe de desenvolvedores da Chainlink anunciou que em breve a rede vai implementar o staking para garantir maior segurança da rede, uma vez que os validadores deverão empenhar seus tokens para avalizar as informações por eles fornecidas.

No processo, a rede também se tornará economicamente mais atrativa para os validadores, pois o staking gera recompensas na forma do próprio LINK. Espera-se que este modelo de staking potencialize o valor de mercado do  LINK em relação ao crescimento da rede.

Em uma transmissão ao vivo no Youtube, o trader e analista Benjamin Cowen chamou atenção para a descorrelação histórica entre o LINK e o Bitcoin:

““Uma das coisas que observamos em 2019 e 2020 foi que que o LINK se sai bem quando o Bitcoin está em baixa ou quando o Bitcoin está lateralizado. Mas não sabíamos o que o LINK faria quando o Bitcoin estivesse em alta. Agora temos a pergunta respondida. Se não sabíamos antes, todas as perguntas são deixadas de lado agora. Se o Bitcoin estiver otimista, o par LINK/Bitcoin provavelmente vai sangrar.”

Com o Bitcoin consolidando uma retração de mais de 40% em relação à sua máxima histórica em torno de US$ 69.000, a Chainlink está agora em posição de iniciar seu ciclo de alta, afirma Cowen.

Nos últimos sete dias, enquanto o Bitcoin caiu 7,6%, o LINK subiu 13% e no momento em que este texto está sendo escrito o token está cotado a US$ 27,18. Sua capitalização de mercado é de 12,4 bilhões e o ativo está de volta ao top 20 do ranking de criptomoedas, ocupando a 16ª posição, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Desempenho semanal do LINK. Fonte: CoinMarketCap

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