Volume de Ethereum em staking no ETH 2.0 é 3 vezes maior que as reservas de ouro do Brasil

Reservas de ouro do Brasil são três vezes menor que o valor de Ethereum bloqueado no contrato do Ethereum 2.0

O volume de Ethereum bloqueado para validação das transações na versão de testes do Ethereum 2.0 supera vem 3 vezes as reservas de ouro do Brasil mantidas pelo Banco Central.

Segundo dados do Etherscan há, atualmente, cerca de 6.657.794 de ETH bloquados no contrato da do ETH 2.0 que promete ser a principal atualização da história da segunda maior criptomoeda do mercado pois, entre outros, irá mudar seu algoritimo de consenso de proof-of-work (PoW) para proof-of-stake (Pos).

No momento da escrita o valor total em Ethereum bloqueado representa cerca de US$ 21.425.646.605,22, mais de três vezes a quantidade de reservas de ouro mantidas pelo Banco Central do Brasil estimadas em US$ 6.873 bilhões.

Com suas 121 toneladas de ouro, o Brasil está muito longe dos maiores detentores do metal no mundo. Os EUA lideram a lista com 8.133 toneladas. Em seguida vêm Alemanha (3.359 toneladas), Fundo Monetário Internacional (2.184 toneladas), Itália (2.451 toneladas) e França (2.436 toneladas).21 de jul. de 2021

A quantidade de dinheiro bloqueado no ETH 2.0 (que ainda não está na versão final) também supera o total de reservas de nacionais de países como El Salvador, Cuba, Nicarágua, Bolívia, Equador, Costa Rica, Honduras, Paraguai, Panamá, Venezuela, República Dominicana, entre outros, segundo dados do Banco Mundial.

Mas o que é Ethereum 2.0?

Ethereum 2.0, também conhecido como Serenity ou ETH 2.0, é uma atualização do Ethereum em vários níveis. Seu principal objetivo é aumentar a capacidade de transações da Ethereum, reduzir taxas e tornar a rede mais sustentável.

Para conseguir isso, a Ethereum mudará seu mecanismo de consenso de proof-of-work (PoW) para proof-of-stake (Pos).

Neste novo tipo de consenso no Ethereum, os usuários precisarão ‘apostar’ 32 ETH para se tornar um validador. Os validadores são escolhidos aleatoriamente para criar blocos e são responsáveis ​​por verificar e confirmar os blocos que eles não criaram.

Desta forma o Ethereum ‘apostado’ (bloqueado) do usuário também é usado como forma de incentivar o bom comportamento do validador. Por exemplo, um usuário pode perder uma parte de sua aposta por coisas como ficar offline (falha na validação) ou todo seu ethereum apostatado por tentar fraudar a rede.

Além disso o modelo de PoS permite que os detentores da Ethereum “apostem” suas participações em “pools de apostas” que ganharão recompensas e aumentarão suas participações com o tempo.

Neste caso dados do Etherscan revelam que os pools de apostas que dominam o mercado são os de Kraken (12,3%), Lido (11,1%) e Binance (8,89%). As carteiras, no total (tanto as de exchanges como as dedicadas exclusivamente ao staking), representam 46,9% da atividade. Os outros 53% correspondem a validadores independentes, que podem ser pessoas físicas ou instituições.

Com o ETH 2.0 o Ethereum também vai implementar o sharding que é uma maneira de particionar um banco de dados em partes menores que são mais gerenciáveis. Com um blockchain PoW, a maioria dos nós, ou computadores na rede, tem uma cópia inteira do histórico de transações. 

Todo esse histórico pode ocupar muito espaço, especialmente para criptomoedas mais antigas com um longo histórico de transações.

Com a fragmentação, a cadeia de blocos é dividida em seções paralelas e os nós são atribuídos a uma seção em vez de ter que conter todos os dados da cadeia. Isso permite que mais transações sejam processadas simultaneamente, aumentando muito a taxa de transferência e a velocidade da transação.

E como isso vai ajudar o Ethereum?

Se o ETH 2.0 for bem-sucedido, pode resolver os problemas do congestionamento na rede e altas taxas de transação que inviabilizam muitos protocolos de finanças descentralizadas (DeFi).

No momento, o Ethereum pode processar apenas cerca de 30 transações por segundo. Vitalik Buterin, um dos fundadores da Ethereum, alegou que 2.0 pode eventualmente ser dimensionado para até 100.000 transações por segundo usando fragmentação e outras táticas. 

“O escalonamento ETH2 para dados estará disponível antes do escalonamento ETH2 para computação geral. Isso implica que os rollups serão o paradigma de escalonamento dominante por pelo menos alguns anos: primeiro ~ 2-3k TPS com eth1 como camada de dados, depois ~ 100k TPS com eth2 (fase 1)”, disse Buterin em um tweet de 2020. 

A atualização para o Ethereum vem acontecendo em fases. A primeira fase, “fase 0”, já está ativa. A fase 0 introduz a  cadeia de beacon . 

A cadeia de beacon é essencialmente uma nova blockchain PoS com a qual a cadeia atual do Ethereum acabará por se fundir. A cadeia de beacon apresenta o PoS e configura o Ethereum para cadeias de estacas e fragmentos e é uma espécie de rede de teste para a futura versão PoS do ethereum. 

A segunda fase, ou “fase 1”, é chamada de merge. A fusão representa a mudança oficial para o modelo de consenso PoS, onde a rede Ethereum existente se fundirá com a cadeia de beacon. 

Os desenvolvedores do Ethereum também se referem à fusão como “o encaixe” e esperam que isso ocorra em algum momento no final de 2021 ou 2022. Após a fusão, o Ethereum será um blockchain PoS que permite aos detentores do Ethereum apostar seu ETH e ganhar recompensas, atualmente emt orno de 6%.

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