Santander declara que exchanges no Brasil querem situação ‘privilegiada’ e ataca pedido da ABCB
O Banco Santander declarou que as exchanges do Brasil querem ser ‘privilegiadas’ em relação com os bancos e que isso pode afetar o sistema financeiro
O Banco Santander, declarou que as exchanges no Brasil querem ter “privilégios” que não são concedidos a outras empresas que atuam no país em resposta a uma petição de Medida Preventiva contra os bancos, proposta ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) pela Associação Brasileira de Criptoeconomia e Blockchain (ABCB).
O documento do Santander, enviado ao CADE em 01 de agosto, declara que “O pedido de medida preventiva feito pela ABCB em sua peça inicial, com a devida vênia, é absurdo e poderia causar enormes riscos ao sistema financeiro nacional”,
Segundo o banco, o mercado de Bitcoin e criptomoedas não tem regulamentação no Brasil “não têm agentes fiscalizados pela Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM) e nem pelo Banco Central”, mesmo atuando no ramo financeiro.
“Dessa forma, os riscos mencionados por todos os bancos nos autos deste processo continuam existindo e são tratados de forma, específica, com uma análise caso a caso, assim como ocorre com todo e qualquer cliente considerado de alto risco, que possui ou quer abrir conta no Santander. O que a ABCB aparentemente deseja é um privilégio que nenhum outro segmento possui, qual seja, o de obrigar os bancos a manter ou abrir contas correntes, independentemente do risco que representem à saúde do Sistema Financeiro Nacional”, argumenta. Assim o Banco pede que “Portanto, respeitosamente, o Santander entende que não há outro caminho a esta 1. SG senão indeferir, mais uma vez, o pedido feito pela ABCB”. diz o documento.
Em nota encaminhada a imprensa a ABCB rebateu o entendimento do Santander e declarou que:
“O Santander se equivoca ao alegar que a ABCB quer o privilégio da garantia de abertura e manutenção de contas bancárias, quando, na verdade, o setor não quer qualquer privilégio, mas somente o exercício de um direito. Isso é o que se está requerendo ao CADE: o direito ao acesso ao sistema financeiro”, disse Fernando Furlan, presidente da ABCB.
Como reportou o Cointelegraph, as exchanges nacionais de Bitcoin, 3xBit, Bitrecife e Coinext relataram ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) que tiveram problemas com diversos bancos nacionais em processos de encerramento de contas-correntes, conforme documentos enviados ao CADE em processo aberto pela Associação Brasileira de Criptoativos e Blockchain (ABCB).
De acordo com a documentação, até o momento, os bancos citados como tendo gerado ‘complicações’ para as plataformas nacionais foram: Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander, sendo que alguma das exchanges, têm processos judiciais abertos contra as referidas instituições financieras.
Hoje, 01 de agosto, a exchange CryptEX revelou que já teve problemas com o Banco do Brasil e Banco Santander.