Parfin se destaca em importante evento internacional sobre inovação

Empresa brasileira ficou com a segunda colocação durante sua participação no G20 TechSprint, organizado pelo BIS e pelo Banco Central da Índia

No dia 4 de setembro, o BIS anunciou os vencedores do G20 TechSprint 2023, evento de inovação organizado em parceria com a presidência do G20. A brasileira Parfin ficou em segundo lugar na categoria “Soluções Tecnológicas para Plataformas Internacionais e Multilaterais de CBDC” com a solução Parchain, infraestrutura que oferece interoperabilidade e privacidade para aplicações criadas em seu ecossistema.

Destaque no G20 TechSprint

O Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) realizou a quarta edição do G20 TechSprint este ano. O evento foi organizado em parceria com o Banco Central da Índia, que preside o G20 atualmente. A Parfin disputou com outros 93 projetos, garantindo a segunda colocação com sua solução desenvolvida usando a Parchain. 

Alex Buelau, cofundador e CTO da Parfin, conta que o projeto apresentado no G20 TechSprint mostrou a possibilidade de transacionar moedas digitais de bancos centrais (CBDC, na sigla em inglês) entre dois países de forma totalmente privada.

“Cada banco central de cada país recebe a CBDC do outro país, e ele consegue distribuir isso dentro do seu território. Por exemplo, o Banco Central da Índia consegue receber a CBDC do Brasil e consegue distribuir para os bancos comerciais da Índia. Apresentamos esse caso de uso lá, usando a Parchain”, conta Buelau.

Exemplo de interoperabilidade entre diferentes redes usando Parchain. Imagem: divulgação

A Parchain, explica o CTO da Parfin, funciona como um plugin para redes permissionadas capaz de fornecer privacidade total e escalabilidade. Para criar esse ecossistema, a Parfin buscou criptógrafos fora do Brasil, contando com acadêmicos da Universidade de Nova Iorque e Birmingham, na Inglaterra. “São profissionais de alto calibre, que são tanto acadêmicos quanto profissionais que trabalham com criptografia aplicada.”

A estrutura oferecida se assemelha a uma infraestrutura de camada zero, permitindo que diferentes instituições criem suas blockchains e habilitem um canal de comunicação privado entre as redes. Também é possível que redes permissionadas e compatíveis com EVM, estrutura computacional usada pelo Ethereum, se conectem às soluções de privacidade da Parchain. 

Embora não tenha vencido sua categoria, a Parfin recebeu uma menção honrosa do vice-presidente do Banco Central da Índia, Shri T. Rabi Sankar. Sankar afirmou que a Parfin “inspirou e provocou um debate” com sua solução que oferece interoperabilidade, escalabilidade e privacidade às transações internacionais com CBDC.

A importância da interoperabilidade

Em um documento publicado em 1º de setembro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que mais de 100 países estão explorando CBDCs. Para Buelau, esse cenário cria um desafio de interoperabilidade, onde será necessária uma forma de conectar essas diferentes plataformas.

“Cada jurisdição vai querer usar um sistema diferente. Acredito que essa utopia, onde todo mundo pensa que as CBDCs do mundo inteiro vão operar dentro de um mesmo tipo de rede, não vai acontecer”, avalia o CTO da Parfin.

Buelau menciona Dubai e o Brasil como exemplos: enquanto a cidade dos Emirados Árabes Unidos escolheu a infraestrutura da Corda, que não é compatível com EVM, o Brasil optou pela Hyperledger Besu, que possui compatibilidade. Por mais que existam questões políticas e regulatórias, o representante da Parfin destaca que existem desafios tecnológicos nessas conexões.

“Cada jurisdição vai adotar o seu sistema, o importante é que a gente consiga conversar um com o outro, e aí entra a questão da interoperabilidade. Quando falamos de blockchains compatíveis com EVM, existem opções. Mas como conectar uma blockchain compatível com EVM e uma rede construída usando Corda? Ainda não é algo trivial”, conclui o CTO da Parfin.

Leia mais:

Você pode gostar...