Ordem e Porrada: jogo de luta inspirado no Brasil anuncia seu lançamento

Jogo utilizará recursos da Web3 para impulsionar sua experiência competitiva, e conta com o apoio de Moonbeam e Sonica

Na quinta-feira (28), a brasileira GAM3 Studio anunciou o lançamento de Ordem e Porrada, jogo do gênero de luta que se baseia na cultura brasileira. O jogo utilizará ferramentas da Web3 em sua parte competitiva, como emissão de NFTs para representar itens conquistados. Seu lançamento está previsto para janeiro de 2024, e o projeto conta com o apoio da Moonbeam, parachain da Polkadot, e da startup brasileira Sonica.

Jogo de luta homenageia o Brasil

Cada um dos personagens do Ordem e Porrada, nome que faz referência à frase estampada na bandeira do Brasil, é baseado em algum estado brasileiro. Desde as vestes até o comportamento, todos os personagens exibem traços da cultura local.

David Fogaça, co-CEO da GAM3 Studio, afirma que o foco do jogo será divertir os jogadores e atender à expectativa do público que acompanha seu desenvolvimento. As ferramentas da Web3 serão complementares, a fim de impulsionar a experiência competitiva dos jogadores.

“Vamos fazer um jogo legal, com gráficos bacanas e mecânicas interessantes, e formar uma comunidade. Após alguns meses, começaremos a fomentar o cenário competitivo de NFTs e instruir os jogadores, deixando claro os benefícios da Web3, como transparência e liberdade”, conta Fogaça. 

A GAM3 Studio selecionou a Moonbeam, uma das parachains do ecossistema Polkadot, como blockchain nativa para o lançamento das funcionalidades relacionadas à Web3 do Ordem e Porrada. Além disso, o jogo receberá apoio da equipe da Moonbeam. A brasileira Sonica, então, será responsável por todo o processo de emissão de NFTs. 

“Nós queremos chegar ao mercado tradicional. Quando falo de Web3, nós trabalhamos com isso, mas precisamos dar o braço a torcer e entender que ainda é um mercado relativamente pequeno. Então, nossa ideia é fazer um jogo falando de cultura, com mapas e personagens empolgantes, skins e mecânicas, para então chegar ao mainstream. E aí aplicamos a Web3 como um plus”, acrescenta Fogaça.

A fase de testes do Ordem e Porrada será lançada em meados de dezembro, com seu lançamento oficial previsto para janeiro de 2024.

Foto com personagens inspirados em estados brasileiros. Imagem: divulgação

Embarcando novos usuários

O ramo de jogos, quando combinado com a Web3, pode fazer com que o setor atinja seu primeiro bilhão em número de usuários. A avaliação foi feita por Robby Yung, CEO da Animoca Brands, em sua participação no evento CogX em 25 de setembro. 

Existe, contudo, um grande problema: gamers odeiam a fusão entre NFTs e jogos. Uma pesquisa conduzida pela FandomSpot entrevistou 2 mil gamers ao redor do mundo, e constatou que 69% deles que odeiam tokens não-fungíveis. O lado positivo é que, dos entrevistados que afirmaram odiar NFTs em jogos, somente 12% consideram entender completamente o que são NFTs.

Na prática, David Fogaça, da GAM3 Studio, afirma que esses dados são perceptíveis. “Ao apresentar o jogo para o público, eu percebo repulsa por parte de algumas pessoas, mas apenas daquelas que ouviram falar por alto”, avalia.

Mesmo com essa resistência de parte do público gamer, Fogaça acredita que é possível converter novos usuários através do aumento na adoção da Web3. A melhor forma para a disseminação desses conceitos, na visão do co-CEO da GAM3 Studio, é introduzi-los aos poucos.

Além disso, cabe às startups nativas da Web3 lançar jogos que tornem a utilização de ferramentas desse segmento mais palatáveis, aponta Fogaça. Em muitos casos, quando empresas tradicionais resolvem adentrar na Web3, a abordagem tende a afastar novos usuários.

“Falta entender que a Web3 deve ser empregada na forma de pílulas, não como obrigação. […] É interessante, para o crescimento do setor, que algumas empresas grandes comecem a interagir com NFTs da forma como Starbucks, Nike e Boticário têm feito”, diz. “Mas cabe aos estúdios de jogos independentes caminharem juntos com a Web3 para tornar o setor forte”, conclui Fogaça.

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