300 milhões de pessoas vão perder o emprego para a Inteligência Artificial sendo 23% no Brasil, aponta pesquisa

Funcionários da área de finanças tem mais chances de perder o emprego do que atendentes de fast food aponta pesquisa

Uma pesquisa recente, divulgada pelo Banco Goldman Sachs, garante que a automação eliminará 300 milhões de postos de trabalho no mundo nos próximos anos. Segundo o levantamento, as vagas que correm mais risco de desaparecer são as concernentes às áreas de finanças, administração e rotinas de escritório.

Nos países desenvolvidos, a extinção de empregos se dará de forma mais célere do que nas nações emergentes, como o Brasil, por exemplo, onde demorará um pouco mais para os robôs substituírem a mão de obra humana, mas isso não significa que, por aqui, estamos em situação de vantagem em comparação com o restante do mundo.

Enquanto em uma escala global a exclusão de empregos se mantém na casa de 18%, o Goldman Sachs prevê que, para o Brasil, o percentual será de 23%.

“E agora o que estamos observando é que, com a ampliação do uso do ChatGPT, a ferramenta que, em formato de texto e voz, responde perguntas, elabora textos, produz imagens e cria traduções, muitas pessoas estão em pânico. Inclusive, o que as pessoas estão mais se perguntando hoje é: ‘será que vou perder meu trabalho para uma máquina?’”, observa Filipe Bento, CEO da Br24.

Antes de responder a essa indagação, Filipe salienta que, no que diz respeito ao assunto “empregos x inteligência artificial”, existem dois grupos contraditórios. O primeiro vê como tragédia a substituição da mão de obra humana pelos robôs.

Por outro lado, o segundo time pensa que os instrumentos digitais, ao passo que extinguirão sim alguns campos de trabalho, contribuirão para que surjam outras novas áreas.

“E isso, além de compensar as perdas de vagas, assentirá para um verdadeiro boom no desenvolvimento social e econômico”.

Inteligência artificial

Como noticiou o Cointelegraph, de acordo com um estudo de IA generativa e empregos de 21 de agosto da Organização Internacional do Trabalho – uma agência das Nações Unidas – 24% das tarefas administrativas são consideradas altamente expostas à automação, com 58% adicionais com exposição de nível médio.

Datilógrafos, consultores de viagens, caixas de bancos, funcionários de contact centers, funcionários de contabilidade e entrada de dados, recepcionistas e secretárias de hotéis são as funções administrativas que correm maior risco, mostram os números.

Isto, segundo a OIT, poderia sugerir que as mulheres poderiam estar em maior risco, dada a sua maior  representação em funções administrativas.

“3,7% de todo o emprego feminino no mundo está em empregos que são potencialmente automatizáveis ​​com tecnologia de IA generativa, em comparação com apenas 1,4% do emprego masculino.”

Entretanto, o trabalho automatizado de IA tem maior probabilidade de impactar os trabalhadores em países de rendimento elevado (5,5%) em comparação com países de rendimento baixo (0,4%), concluiu o relatório.

O relatório da OIT também mostra que as tarefas relacionadas com o serviço ao cliente e a coordenação têm um elevado potencial de automatização, juntamente com a gestão de dados e a manutenção de registos, o processamento de informações e os serviços linguísticos, tarefas relacionadas com a resposta a consultas. 

No entanto, a OIT concluiu que a força de trabalho como um todo não será muito afetada pela IA e que o impacto global da IA ​​não foi particularmente positivo nem negativo por enquanto — pelo contrário, o seu impacto dependerá da forma como as GPT são geridas e regulamentadas.

“Sem políticas adequadas em vigor, existe o risco de que apenas alguns dos países bem posicionados e participantes no mercado consigam aproveitar os benefícios da transição, enquanto os custos para os trabalhadores afetados poderão ser brutais”, escreveu. 

LEIA MAIS:

Você pode gostar...