Operação ‘Príncipe do Bitcoin’: MP deflagra ação contra pirâmide de criptomoedas no RJ

Gaeco e polícia civil cumprem quatro mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Campos do Goytacazes, no norte do estado.

Nesta quarta-feira (25), o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Púiblico do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e agentes da 134ª Delegacia de Polícia, de Campos dos Goytacazes, deflagraram a Operação Príncipe do Bitcoin. Concentrada na cidade do norte fluminense, a ação tem como objetivo o cumprimento de quatro mandados de prisão e seis de busca e apreensão em endereços ligados a cinco suspeitos de integrar uma organização criminosa que dava golpes com criptomoedas, as chamadas pirâmides financeiras.

Segundo as investigações, a suposta quadrilha agia desde 2016 por meio da empresa A.C Consultoria e Gerenciamento Eireli, que teria lesado, pelo menos, 43 pessoas com a promessa de lucro altíssimo sob o investimento aplicado. A pedido da Gaeco, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 1.964.815,96 incluindo criptoativos e moedas estrangeiras, para ressarcir as vítimas.

Entre os alvos da operação está o pastor Fabrício Nogueira, que, segundo o MP, atuava como trader, investindo no mercado financeiro e captando clientes. A investigação apontou que o religioso trocava constantemente de carro e realizava viagens rotineiras para ostentar riqueza e atrair mais vítimas para o golpe.Além dele, integravam o esquema, de acordo com o MP, os cofundadores da A.C Gilson André dos Santos e Ana Claudia Contildes, além de Gilson Vianna e Ana Paula Contildes, que atuavam na captação de clientes.

De acordo com o MP, a empresa abria contas para os investidores e realizava operações no mercado financeiro por meio de contas “copy”, com a promessa de retornos mensais de 15% a 30% sob os investimentos em criptomoedas. O que era cumprido no início dos aportes como estratégia de dar “higidez” ao negócio, termo do Direito que se refere a atos que se encontram de acordo com a legislação. Já as contas “copy” eram cópias de outras contas, que permitiam aos criminosos realizarem investimentos, incluindo compra e venda de criptomoedas.

O MP acrescentou que, após firmar diversos contratos, a A.C emitiu uma nota informando que os mesmos seriam rescindidos e os valores aportados seriam pagos dentro de um prazo de 90 dias, que, na ocasião, seria a partir de 1º de dezembro de 2021, o que não teria sido cumprido. Segundo a Gaeco, os suspeitos teriam ainda criado outra empresa, a Gayky Cursos Ltda, com objetivo de dar continuidade ao golpe.

No início de outubro, a polícia de Santa Catarina prendeu suspeitos de fazerem uma família refém para extorquir R$ 1,2 milhão de um empresário, incluindo criptomoedas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.    

LEIA MAIS:

Você pode gostar...