“Não teria coragem de tirar proveito de outros”, diz brasileiro que aplicou golpe com bitcoin e vive em Dubai
O Danilo Santana, agora Dubaiano, criador da D9 Clube de Empreendedores que se encontra foragido em Dubai, nos Emirados Árabes, criticou a matéria da Rede Globo no Fantástico do último domingo (24). A reportagem destacou o esquema de pirâmide financeira com bitcoin implantado por ele no Brasil.
Apesar de o programa ter mostrado um pouco do seu trabalho musical, o foco, contudo, foi para o golpe financeiro que lesou milhares de pessoas. Segundo advogados de acusação, o esquema da D9 pode ter causado cerca de R$ 500 milhões em prejuízos.
Por meio de um vídeo publicado no stories na sua conta no Instagram, apesar de ter colaborado com o Fantástico, disse não concordar com o que foi mostrado.
“É inevitável esse sentimento de tristeza por conta de uma repercussão de uma matéria que teve ontem no programa Fantástico sobre uma investigação de pirâmide financeira que existe no meu nome e a gente não concorda”.
Veja o vídeo abaixo:
Fantástico mostrou evidências
No vídeo de Danilo constava a seguinte frase:
“Pirâmide financeira não tem produtos, no projeto D9 tínhamos produtos e serviços de curso de trading esportivo”.
Esses “produtos e serviços” citados por ele é a base que move a máquina de golpes com bitcoin que se instalou no Brasil há pelo menos três anos.
Unick Forex, Indeal, FX Trading são alguns exemplos de pirâmides que ruíram.
A reportagem do Fantástico, no entanto, mostrou evidências — até mesmo uma testemunha que foi enganada mostrou a cara.
Além disso, Danilo, que ficou milionário pegando bitcoin dos investidores, se pisar em solo brasileiro vai direto pra cadeia.
Isso porque no Brasil há mandados de prisão aguardando por ele.
Outro ponto, é que o Congresso brasileiro analisa um acordo de extradição com os Emirados Árabes. Se aprovado, Danilo volta para casa.
Rede Globo destacou acusações
A reportagem do Fantástico foi até Danilo em Dubai e o entrevistou. Quando o programa foi ao ar, foi mostrado um pouco do seu trabalho artístico como músico.
No entanto, a matéria ficou centrada nas acusações que constam contra ele na Justiça brasileira.
Na ocasião da entrevista, Danilo negou estar foragido, apesar de existir contra ele mandados de prisão expedidos no Rio Grande do Sul e na Bahia desde julho do ano passado.
Contudo, a reportagem mostrou cópias de documentos e pessoas que evidenciam o esquema fraudulento, exceto o comentário do advogado de defesa de Danilo, Gustavo Gomes.
Segundo ele, em momento algum Danilo quis fugir da Justiça e que eles estão “lutando para reverter as decisões judiciais que determinam a sua restrição de liberdade”.
Fraude com Bitcoin e D9
Em julho do ano passado, a Justiça da Bahia ordenou a prisão de sócios da D9 Clube de Empreendedores por operarem um esquema fraudulento com bitcoin em vários estados do país.
Segundo a polícia, o fundador da empresa, Danilo Santana, era o cabeça do negócio. Ele contou com a colaboração de seus familiares para comandar o golpe financeiro.
As pessoas eram estimuladas a criar uma conta virtual, fazer um depósito para comprar bitcoin e depois convidar mais pessoas.
Eles tinham a promessa de um rendimento de 33% por mês com a criptomoeda.
Desta forma, o sistema de pirâmide ia se formando gradativamente. Cada novo membro financiava um membro acima da cadeia.
A plataforma lesou pelo menos 1300 clientes somente no Brasil conforme informações na época.
Era disfarçada como site de apostas, mas na verdade era um ninho de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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