Lockdown da China obrigou Tesla a vender Bitcoin, explica Elon Musk

Durante evento da Tesla, Elon Musk disse os motivos que fizeram a companhia vender 75% das suas participações em Bitcoin (BTC).

O mundo cripto foi pego de surpresa quando a gigante automotiva divulgou seus resultados financeiros do segundo trimestre deste ano. O arquivo mostrava que a companhia havia vendido 75% de suas unidades de BTC por um valor de US$ 936 milhões.

Vale lembrar que a Tesla investiu US$ 1,5 bilhão na criptomoeda em fevereiro do ano passado, quando a sua cotação estava acima de US$ 30.000. À primeira vista, o recente despejo indicava um sinal negativo, com muitos achando que Musk estava farto dos prejuízos que havia acumulando e que desistiria de apoiar o Bitcoin a partir de agora.

No entanto, o homem mais rico do mundo fez questão de enfatizar que não foi o inverno cripto atual que determinou a sua decisão, mas sim as decisões do governo chinês em relação ao Covid-19.

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Tesla com receios do lockdown chinês

Durante teleconferência para comentar sobre os resultados recentes de sua companhia, Elon Musk  enfatizou que a venda de Bitcoin foi necessária pois “não tínhamos certeza de quando os bloqueios do COVID na China seriam aliviados”. Devido a isso, seria necessário “maximizar nossa posição de caixa”.

De fato, ao contrário da grande maioria dos países, a China voltou a impor lockdowns em diversas de suas províncias no início deste mês, após o número de casos da doença volta a crescer a uma taxa acelerada. Isso tem prejudicado não apenas a segunda maior economia do mundo, mas também diversos setores que fazem comércio e dependem das importações chinesas.

Como o próprio Musk vem alertando há algum tempo, o mundo já tem lidado com diversos fatores que podem culminar numa grande recessão econômica. Neste caso, longos períodos de lockdown na China podem agravar ainda mais a situação, o que justificaria a decisão da Tesla de querer ter mais “dinheiro vivo” para suportar essa crise.

O empresário destacou que todas as unidades de BTC vendidas foram convertidas para moeda fiduciária e incluídas no balanço financeiro da empresa. Musk ainda disse que a venda não indica que a Tesla, ou ele próprio, mudaram a sua visão sobre a criptomoeda.

A companhia, segundo ele, considera aumentar suas participações no ativo num futuro próximo, além de continuar tendo investimentos em Dogecoin (DOGE). Porém, o CEO destacou que o foco da Tesla está em “acelerar o advento da energia sustentável”, e não no mercado cripto em si.

Michael Saylor comenta sobre a venda

Fiel defensor do Bitcoin, o CEO da MicroStrategy – empresa de capital aberto que mais investe no ativo no mundo – não demorou para comentar sobre a venda da Tesla. Em seu Twitter, Michael Saylor disse que “se você vender 75% do seu Bitcoin, você terá apenas 25% do seu Bitcoin restante”.

A declaração pode ser entendida como uma crítica a decisão da Tesla, que na visão de Saylor, terá apenas 25% das futuras vantagens que o ativo tem a oferecer. Vale lembrar que a MicroStrategy continua investindo na criptomoeda durante seu atual ciclo de baixa, apesar disso impactar as suas finanças.

Outro que comentou sobre a venda de Bitcoin da Tesla foi Justin Sun. Na visão do fundador da Tron (TRX), a Tesla deixar de ter tantas unidades de BTC será algo positivo para a criptomoeda. O Bitcoin de fato parece não ter sido abalado pelo despejo da companhia automotiva.

No fechamento da matéria, o ativo era negociado a US$ 23.178, com singela queda de 0,5% nas últimas 24 horas, mas com uma valorização de 15% nos últimos setes dias, segundo o CoinGecko.

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