HASH11 faz 1 ano com patrimônio de R$ 1,9 bilhão e CEO da Hashdex projeta liderança do mercado de ETFs da B3 até 2023

Base de cotistas do HASH11, maior ETF de criptomoedas da B3, cresceu 5 vezes ao longo de seu primeiro ano de negociação e o fundo de índice da Hashdex se tornou o segundo mais negociado do mercado brasileiro.

Em 26 de abril de 2021, a gestora Hashdex lançou seu primeiro ETF atrelado a criptomoedas na bolsa brasileira. No primeiro dia de negociação, o HASH11 tinha 28.358 cotistas. Um ano depois, este número se multiplicou por cinco, convertendo o HASH11 no segundo ETF mais negociado no mercado brasileiro com 149.438 cotistas, de acordo com o mais recente boletim mensal divulgado pela B3.

No mesmo período, os recursos sob gestão do HASH11 praticamente duplicaram, saindo de R$ 1 bilhão para R$ 1,98 bilhão. Embora não faltem motivos para comemorar neste primeiro aniversário, o CEO da Hashdex, Marcelo Sampaio, vislumbra a liderança do mercado de ETFs da B3 antes que o HASH11 complete dois anos, conforme declarou em entrevista ao portal InfoMoney:

“O HASH11 é recordista em crescimento entre os ETFs [da B3]. A gente tem grandes chances de que quando estivermos celebrando os dois anos de aniversário, ele seja o maior ETF do mercado”.

Atualmente, existem nove fundos de índice atrelados a criptomoedas negociados na B3. Somente a Hashdex oferece outras quatro opções aos investidores: o BITH11, integralmente vinculado ao Bitcoin (BTC), o ETHE11, inteiramente atrelado à segunda maior criptomoeda do mercado, o Ethereum (ETH), o DEFI11, cujo índice reflete uma cesta de ativos de finanças descentralizadas, e o WEB311, focado em protocolos de contratos inteligentes e soluções descentralizadas para um novo estágio da internet.

No entanto, o HASH11 é disparado o mais procurado pelos investidores, seguido à distância pelo QBTC11, fundo de índice atrelado ao Bitcoin da QR Capital, que conta com 38.366 cotistas.

O HASH11 reflete o Nasdaq Crypto Index, um índice elaborado pela Hashdex em parceria com a bolsa norte-americana do setor de tecnologia que busca refletir globalmente o movimento do mercado de criptoativos através da exposição diversificada a uma cesta variada de ativos digitais de alta capitalização.

Bitcoin e Ethereum, as duas maiores criptomoedas em valor de mercado, compõem mais de 96% do índice, mas a cada trimestre a cesta é rebalanceada de acordo com o desempenho dos ativos.

Segundo Sampaio, a composição do HASH11 trata-se de um dos seus principais atrativos, pois expõe os cotistas a uma tese de investimento – e não a um ativo específico:

“Imagine que o HASH11 é uma espécie de S&P 500 dos Estados Unidos ou um Ibovespa do Brasil, um benchmark (referência) da indústria. Esse é o motivo de [ele] ter tanta procura. Você deixa de lado o debate de ser especialista no mundo cripto e passa a investir em uma tese do que este mercado pode se tornar no futuro. E cada vez é mais claro que cripto vai ser uma parte importante do futuro, da sociedade, da humanidade, então trata-se de uma ótima aposta a se fazer.”

Do ponto de vista da relação de risco-retorno do mercado de criptomoedas, o HASH 11 é uma opção viável para investidores que não são especialistas na área, mas buscam exposição aos ativos digitais da forma mais segura possível, uma vez que o ETF está enquadrado nos parâmetros regulatórios da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

O crescimento da base de cotistas em um pequeno espaço de tempo faz do HASH11 um caso único não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Desde que foi lançado no final de abril do ano passado, o número de investidores vem aumentando de forma constante e sustentada.

Mesmo com a queda acentuada do mercado desde as máximas históricas alcançadas em novembro, o HASH11 não perdeu muitos investidores. De fevereiro para março deste ano, apenas 266 cotistas fecharam suas posições do fundo. Em um universo de aproximadamente 150.000, isso representa um recuo de 0,17% sobre o total. Ainda assim, o patrimônio líquido do HASH11 cresceu no período, subindo de R$ 1,74 bilhão em fevereiro para R$ 1,98 bilhão ao final de março.

 O crescimento da adoção pelos investidores do varejo e da demanda por criptomoedas por parte dos investidores institucionais segue em alta. Por isso, Sampaio acredita que o HASH11 possa chegar à liderança do ranking de ETFs da B3 no espaço de um ano.

Rentabilidade

Apesar do sucesso do HASH11, o ETF líder do mercado completa seu primeiro aniversário com uma desvalorização de 33,2%. O crescimento do HASH11 é a prova de que o preço no curto prazo é apenas um ruído para quem de fato acredita na tese das criptomoedas no longo prazo, afirma Sampaio:

“Acredito que qualquer tentativa de precificação é uma perda de tempo porque o mercado cripto é nascente, estamos aprendendo os drivers de valor. Acho que, hoje, é mais fácil fazer uma análise top down (de cima para baixo) do que falar como vai estar o preço. O HASH11 ter caído 33% faz parte do jogo, assim como o ETF já chegou a valorizar 40%…. Uma queda de 33,24% não está certo e nem errado, é uma característica da volatilidade dos produtos. Mas, a tese do HASH11 continua tão boa ou até mesmo melhor do que quando a gente lançou o ETF um ano atrás.”

Sampaio elogiou o projeto de lei que busca estabelecer um marco regulatório para as criptomoedas no Brasil aprovado pelo senado esta semana, mas ressaltou que o país está avançado em termos de regulação quando comparado a outros países, inclusive os EUA.

O executivo também ressaltou que mesmo quando entrar em vigor, pois ainda falta a aprovação da Câmara dos Deputados e o sancionamento pelo presidente da República, a lei não terá impacto direto sobre o mercado.

Sampaio disse estar atento aos desdobramentos da regulação nos EUA, pois as medidas adotadas pelas autoridades financeiras norte-americanas têm, sim, poder para mexer de forma decisiva com o mercado.

Sampaio não acredita em uma regulação exageradamente restritiva nos EUA porque isso se configuraria como uma barreira para a inovação não apenas financeira, mas também tecnológica. Além disso, provavelmente resultaria em uma uma migração em massa dos desenvolvedores baseados nos EUA para jurisdições mais amigáveis à indústria.

O CEO da Hashdex compara o crescimento do mercado de criptomoedas à ascensão da internet para afirmar que privar os EUA da indústria de ativos digitais resultaria em sérias desvantagens financeiras no futuro:

“Imagine se os Estados Unidos tivessem sido restritivos com a internet. Estamos falando de um mercado que rende centenas de trilhões de dólares. Não faria sentido. Criptomoedas são a mesma coisa. Os EUA já entenderam isso. Pode ser que de vez em quando ocorra alguma postura mais restritiva, mas não será algo radical. Espero no longo prazo boas notícias desse mercado que vão impactar positivamente o preço das criptomoedas.”

Sampaio afirmou ainda que atualmente a gestora prepara o lançamento de dois novos produtos de investimento atrelados a ativos digitais baseados em duas novas teses de curto prazo, mas não adiantou mais detalhes a respeito. Um anúncio formal deve ser feito nas próximas semanas.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, em paralelo à sua expansão no mercado brasileiro, a Hashdex segue com seu plano de expansão visando o lançamento de seus produtos no mercado internacional. 

Em um comunicado divulgado na última segunda-feira, 25, a gestora anunciou que obteve autorização para listagem de produtos negociados em bolsa (ETP) na SIX Swiss Exchange, bolsa de valores da Suíça.

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