Adeus, Bitcoin? Empresário do setor agro diz que alimentos orgânicos vão desbancar criptomoedas como ‘ouro do futuro’

“O alimento orgânico é o ouro do futuro, e não as criptomoedas”, diz o empreendedor do setor agro.

Nos últimos anos, muito se falou sobre as possibilidades do Bitcoin (BTC) tomar o lugar do ouro como “porto seguro” para investidores de todo o mundo.

De fato, nos últimos 14 meses a maior criptomoeda mostrou desempenho muito superior ao metal precioso, que enfrentou um período de consolidação seguido por uma correção, enquanto o Bitcoin acumulava recordes de preços mês a mês.

Com isso, grandes investidores passaram a advogar a favor do Bitcoin como proteção contra a inflação e reserva de valor, mas nesta semana um empreendedor colocou um ativo no mínimo curioso no caminho da maior criptomoeda: os alimentos orgânicos.

Corrida do ouro

À primeira vista, os alimentos orgânicos parecem ocupar o caminho oposto do Bitcoin e do ouro: não têm durabilidade, dependem de produção constante e não parecem ter nenhuma característica que justifique sua adoção como ativo financeiro.

O empreendedor Gabriel Boyer, porém, aposta nos alimentos orgânicos como “novo ouro”. Em entrevista para o Panorama Mercantil, o empresário, conselheiro de uma produtora de alimentos orgânicos e cofundador da 6a. maior seguradora do agronegócio brasileiro, a NEWE Seguros, diz que “os alimentos orgânicos são exatamente o que a sociedade quer”.

O mercado de orgânicos dobrou de tamanho a cada 3 anos na última década. As agendas de sustentabilidade e de saúde pública são os grandes catalisadores deste crescimento. Para Boyer, o mercado de agricultura sai ainda mais forte da pandemia:

“Mais forte do que nunca. Tenho uma tese sobre os mercados que só param em casos extremos e o Agro é um deles. As pessoas vão continuar comendo e a população mundial não para de crescer. Segurança alimentar é um tema tratado de forma velada, porém, é sobre isso que estamos falando quando vemos a força que o Agro está tendo cada vez mais e o posicionamento de alguns players globais no seu formato de compra e estoque de alimentos.”

É então que ele coloca os alimentos orgânicos à frente das criptomoedas como “ouro do futuro”:

O alimento orgânico é o ouro do futuro, e não as criptomoedas. Como diria Naval: “Você vai ficar rico dando à sociedade o que ela quer, mas ainda não sabe como conseguir. Ou seja, agregando valor de verdade. Em escala”. O Alimento orgânico é exatamente o que a sociedade quer. Um alimento nutritivo, sem agrotóxico e com processos produtivos que protegem o planeta. Os desafios que esse produto encontrava se davam principalmente pela questão de preço, continuidade (não ruptura) e qualidade (visual e não nutritivo). Nos últimos anos esses desafios têm sido endereçados e a consequência não poderia ser outra que não o crescimento do mercado que tem dobrando de tamanho a cada 3 anos. Vale ainda lembrar que nos últimos anos o mundo tem dado ainda mais atenção à saúde e a agenda ESG que são dois grandes catalisadores do crescimento do mercado de orgânicos. Adivinha qual o setor em que estou dedicando a maior parte do meu tempo em um processo de turnaround? Orgânicos! Se o agro é tech, pop e tudo… o orgânico é tudo e mais um pouco.

A posição do empreendedor contrasta com outros especialistas de mercado e até figuras proeminentes de tecnologia. O cofundador da Apple, Steve Wozniak, disse que o Bitcoin é “um milagre matemático e melhor que o ouro”.

Apesar disso, o ouro acabou superando o Bitcoin no segundo trimestre de 2021, quando a criptomoeda sofreu grande correção com as declarações (muitas vezes vista como manipulação) do bilionário Elon Musk e a pressão regulatória da China.

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