‘Não entre nesta onda de investir em BDRs’ indica analista da brasileira Capital Research
Especialista alega que BDRs tem imposto “escondido” e não é interessante
A Capital Research, empresa de análises 100% gratuita do Brasil, lançou esta semana um relatório em que desaconselha o investimento em BDRs (recibos de ações internacionais).
O tema é o “hype” do momento no mercado de investimentos do Brasil desde que a CVM alterou as regras para esse tipo de ativo, há cerca de duas semanas.
Assim, conforme consta no material, os BDRs funcionam como um certificado de depósito (Depositary Receipt, em inglês) lastreado em um valor mobiliário em outro país.
BDRs
Desta forma, antes da mudança editada pela CVM, para comprar BDRs era necessário ser um investidor qualificado, ou seja, ter pelo menos R$ 1 milhão em investimentos.
Assim, quem não se enquadrava, poderia achá-los no home broker, mas não estaria habilitado a negociá-los.
Além disso, na regra anterior, empresas brasileiras que abriram capital lá fora não poderiam ser listadas na B3, mesmo por meio de BDRs.
Mas, a partir de agora, tanto as companhias do país quanto as internacionais poderão ter BDRs se suas ações forem negociadas na NYSE ou na Nasdaq.
A principal diferença, contudo, é que qualquer investidor poderá acessar os BDRs não patrocinados (títulos que não são emitidos no Brasil pela própria companhia, mas por terceiros).
BDRs não é boa opção
Porém, na opinião de Felipe Silveira, analista que assina o relatório, esses investimentos não são boas opções.
“Os pagamentos em dinheiro feitos aos acionistas serão taxados em 5% pelos bancos que intermediarão a emissão do BDR. Efetivamente, o investidor pagará a mesma coisa para comprar uma ação, mas obterá 5% a menos. Além disso, também existem desvantagens em relação aos custos, tanto na corretagem quanto no pagamento de IR aqui no Brasil”, explica.
Assim, o analista afirma que, com a modalidade, o investidor ganha em termos de praticidade na hora de investir, mas acaba sendo prejudicado financeiramente se optar por ela em detrimento do investimento direto.
Prefira ETFs
Como alternativas para a diversificação geográfica dos investimentos, Silveira recomenda os ETFs.
Além disso, afirma que para fazer o “stock picking” (expressão que designa o ato de selecionar ações que o mercado acredita que renderão acima da média) e escolher as melhores opções entre as empresas americanas, a melhor alternativa ainda é abrir conta em uma corretora americana.
Bitcoin
Porém enquanto Silveira recomenda os ETF´s outros especialistas como Paulo Cunha, fundador da iHUB Investimentos, recomendam os fundos multimercados.
E, neste ponto, os fundos brasileiros multimercado que investem em Bitcoin e criptomoedas foram considerados entre os mais rentáveis do Brasil.
Assim, segundo classificação recente do portal Mais Retorno que mapeia fundos e ações no Brasil os fundos multimercado que englobam criptoativos são “campeões” de rentabilidade.
Segundo a publicação entre os três fundos multimercado mais rentáveis do Brasil em 6 meses, dois são de criptomoedas, um da BLP e outro da Hashdex.
No entanto, em primeiro lugar está o Versa Long Biased Fim, que mescla ações, títulos públicos, entre outras posições e registrou rentabilidade de 75,10% no período.
Assim, em segundo lugar ficou o BLP Crypto Assets Fim IE, com 70,83% de valorização e em terceiro o Hashdex Criptoativos Voyager Fim IE, com 52,91% de rentabilidade.
Ambos os fundos não oferecem exposição 100% em criptomoedas e suas carteiras são compostas por outros ativos.
LEIA MAIS
- Selic a 2%: especialista recomenda ‘fugir’ de CDBs, LCIs, LCAs e apostar em fundos multimercado; Bitcoin lidera
- Em busca de dominar mercado nacional Binance anuncia parceria com PayPal, MercadoPago, PicPay e Pagseguro
- CEO das brasileiras Foxbit, Uzzo, Fastblock, Bitfy e Profitfy comentam a alta do Bitcoin
- Bitcoin acima de US$ 5.000 após mercado financeiro registrar o pior dia desde 1987
- Hackers atacam servidores de grandes empresas para instalar criptomineradores
- Analista Bitcoin Tone Vays diz que o crescimento do mercado pode não ter catalisador específico
- Tecnologia blockchain e indústria de energia: mais descentralização e maior eficiência