Polícia Civil investiga prefeitura em SC que teria forjado ataque hacker pedindo BTC para ocultar corrupção

Polícia Civil comandou a operação Co-Incidência para apurar falso ataque hacker em Biguaçu (SC).

A Polícia Civil cumpriu nesta quinta-feira uma série de mandados de busca e apreensão em 16 endereços de Biguaçu, na Grande Florianópilis, em investigação que apura se servidores da prefeitura forjaram um ataque hacker para esconder atos de corrupção. 

Segundo apuraram as investigações, o ataque hacker teria sido reportado pela secretária de Administração Daniela Garcia Fabrício Galiani em junho deste ano, que – embora a polícia não confirme, teria sido um dos alvos das operações desta semana.

Na mesma época, um informante denunciou à Polícia Civil uma suposta “queima de arquivo” para ocultar irregularidades na Secretaria de Planejamento.

A Juíza Flávia Maéli da Silva Baldissera, da Vara Criminal de Biguaçu, escreveu no despacho das buscas e apreensões:

“As autoridades municipais teriam construído uma narrativa para legitimar o desaparecimento dos arquivos em ataques promovidos por um hacker que, em tese, exigiu valores para restabelecer o servidor.  Assim, a autoridade policial sustenta a necessidade de esclarecer se houve negligência em relação às providências a serem adotadas referentes ao crime de extorsão ou deliberada má fé para ocultação de outros crimes praticados”

Na época, as notícias eram de que hackers haviam invadido e bloqueado os sistemas da prefeitura pedindo resgate em Bitcoin. Hoje, suspeita-se que o ataque hacker tenha sido forjado para ocultar atos de corrupção dos servidores do município.

Segundo o portal local NDTV, os nomes envolvidos na falsa comunicação de crime: Myrom José do Nascimento (terceirizado da CPD), Leandro de Souza Cunha (do Conselho Administrativo), João José Morfim Neto (ex-diretor de Vigilância Sanitária) e Daniela Garcia Fabrício Galiani (secretária de Administração).

Segundo o portal local Biguá News, a investigação pode chegar ao ex-prefeito Ramon Wollinger (PSD), que renunciou ao cargo há uma semana para dar início à transição de seu sucessor.

O vice-prefeito, Volson Norberto Alves (PP), hoje no cargo, disse que o sistema ficou fora do ar por 30 dias e que acredita que “tudo será esclarecido”. Segundo ele, a prefeitura colabora com as investigações da polícia.

A operação desta semana, chamada de Co-incidência, apura falsa comunicação de crime, associação criminosa, contratações irregulares e possível existência de um funcionário fantasma na Prefeitura. Além de levarem documentos e computadores, os policiais apreenderam uma pistola calibre .38 que não tinha autorização.

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