Posse de Campos Neto no BC reafirma compromisso do governo com blockchain e criptos

Presidente do Banco Central defendeu implementação de novas tecnologias em sabatina ao senado

A posse do novo presidente do Banco Central do Brasil, o economista Roberto Campos Neto, aconteceu nesta quinta-feira, 28 de fevereiro, em cerimônia fechada no Palácio do Planalto em Brasília (DF), na presença do presidente da república, Jair Bolsonaro, e do Ministro da Economia, Paulo Guedes, como divulgaram diversas redes de notícias como O Globo, Folha de S.Paulo, Terra e UOL. Ele substitui Ilan Goldgajn, que havia sido indicado pelo ex-presidente Michel Temer. O cargo tem status de ministério.

Roberto Campos Neto passou as últimas duas décadas ligado ao grupo Santander e é neto do histórico economista brasileiro Roberto Campos, ligado à tradição liberal. Indicado pelo ministro Paulo Guedes, o economista é mais um membro da equipe econômica do governo a se posicionar a favor de novas tecnologias.

Nesta semana, Campos Neto passou por sabatina no Senado Federal, defendeu a adoção de novas tecnologias e ressaltou em seu currículo sua experiência em projetos ligados ao uso de tecnologia blockchain e de criptomoedas. 

“O maior instrumento democratizante do século está aqui (mostrou o celular), a tecnologia. É importante os senadores entenderem que, se há estímulo à tecnologia, e intermediação grande, a tecnologia será a maior plataforma de desintermediação”, disse o economista, segundo o portal InfoMoney.

Em sua apresentação aos senadores, Campos Neto disse que tem se estudado e se “dedicado intensamente ao desenho de como será o sistema financeiro do futuro. Participei de estudos sobre blockchain e ativos digitais. Uma das contribuições que espero trazer para o Banco Central é preparar a instituição para o mercado futuro, em que as tecnologias avançam de forma exponencial, gerando transformações mais acelerada”.

Ele também defendeu o mercado brasileiro de fintechs, introduzido pela atual gestão do BC, dizendo que há dois anos ele ainda não existia e “hoje já são mais de 300 empresas. Imagine daqui a dois anos; isso é exponencial”, completou.

A indicação de Roberto Campos Neto passou pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e pelo plenário da Casa. A indicação foi aprovada em plenário com 55 votos favoráveis, 6 contrários e uma abstenção.

Conforme o Cointelegraph tem noticiado desde o início de 2019, a equipe econômica do governo brasileiro tem mostrado simpatia pela implementação de novas tecnologias em práticas estatais.

O ministro Paulo Guedes teria planos para usar blockchain no aprimoramento do combate à sonegação de impostos, além de estar preparando um decreto para definir as diretrizes para automação de pelo o menos 1.000 serviços estatais até 2021 e implementar uma plataforma de inteligência artificial (IA) na transferência de recursos para estados, municípios e organizações não governamentais.

Em janeiro, durante um evento empresarial, o novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, reafirmou o comprometimento da instituição no desenvolvimento de novas tecnologias, e que “a blockchain é um tipo de tecnologia com potencial de transformar não só o ambiente de negócios, mas também a vida das pessoas”.

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