Banco Central do Brasil usa plataforma em blockchain para compartilhar CPF ‘com problema’

Instituições integrantes do PIER podem conferir informações sobre restrições em CPF por meio de blockchain

O Banco Central do Brasil usa uma plataforma em blockchain para compartilhar dados entre instituições do Governo Federal.

Assim, segundo revelou Marcus Cursino, um dos integrantes da equipe de blockchain do BC, entre as informações está as restrições que um determinado CPF possa ter junto ao Banco Central.

“A instituição participante informar o CPF que deseja consultar e o Banco Central informa se aquele CPF tem alguma restrição no BC. Antes isso era feito por e-mail, telefone e até por carta, mas agora tudo pode ser feito com blockchain”, destacou Cursino.

Pier

A plataforma de compartilhamento de dados do Banco Central é a Pier, e foi lançada em abril deste ano pelo BC.

Atualmente, além do Banco Central, integram a plataforma a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Cursino, durante um seminário organizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Justiça (MJSP/Senajus), revelou no entanto que os dados não são registrado em blockchain.

“O Pier funciona como uma API que conecta diversos bancos de dados das instituições participantes”, disse.

Assim, as informações continuam sendo de posse e gestão das entidades que integram o Pier, contudo, por meio da plataforma em blockchain os participantes podem fazer consultas a estes dados e todas as informações referente a esta consulta ficam registrados em blockchain.

“Quando um órgão pergunta ao outro, só os dois sabem os detalhes da informação. Os demais não conseguem visualizar os dados embora consigam ver que uma solicitação foi feita para determinada instituição. Os dados não ficam no blockchain eles vão para um banco de dados separado e no blockchain fica só registrado o hash da informação, assim, eu sei quem perguntou, o que perguntou e isso melhor a nossa auditoria em todos os processo”, declarou.

CVM

Segundo a Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos (ASA) da CVM, área técnica da Autarquia que participou ativamente da iniciativa, a introdução da tecnologia Blockchain permitiu um salto de qualidade no que diz respeito à segurança da informação na plataforma.

Por meio dessa tecnologia, a plataforma registra dados acerca de seu uso, mitigando o acesso indevido às informações disponíveis e ao histórico de consultas já realizadas.

“A PIER torna mais amplo, seguro e direto o acesso às informações dos participantes regulados por essas instituições, fortalecendo e desburocratizando as tarefas de supervisão, investigação e apuração de irregularidades na esfera de cada um” – Frederico Shu, Analista do Centro de Desenvolvimento em Ciência de Dados (CCD/ASA da CVM).

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