Bradesco começa operações com o Drex, a nova moeda digital do Brasil, seguindo exemplo de Inter, Sicoob e Banco do Brasil
O Bradesco informou que realizou uma transferência de títulos públicos federais tokenizados dentro do projeto-piloto do Drex
O Banco Central do Brasil (BC) informou recentemente que os testes com o Drex, a nova moeda digital do Brasil, estão sendo um sucesso e já contam com mais de 500 transações realizadas, com diversos bancos do Brasil já transacionando a nova moeda digital do Brasil.
Nesta segunda, 18, o Bradesco informou que realizou uma transferência de títulos públicos federais tokenizados dentro do projeto-piloto do Drex. A operação foi de venda de títulos federais de sua carteira para a do banco Inter, recebendo Drex em pagamento.
São as primeiras transações testes com títulos públicos. O BC emitiu dois tipos de papéis tokenizados em ambiente de testes: LTNs (Letra do Tesouro Nacional) e LFTs (Letra Financeira do Tesouro). E enviou para as instituições financeiras participantes do projeto-piloto.
Na semana passada, o Bradesco anunciou uma transferência interbancária com a Caixa e outra com o Inter, também utilizando o Drex. A operação foi de transferência de reservas bancárias. Nessa fase, também está sendo testado o protocolo de entrega contra pagamento (DvP) entre instituições diferentes.
Quem também informou já ter transacionado com o Drex, foi o consórcio de cooperativas financeiras formado pelo Sicoob, Sicredi, Ailos, Cresol e Unicred.
“Essa transação representa um marco importante na evolução das tecnologias financeiras e da colaboração entre instituições financeiras líderes no Brasil”, destaca o grupo.
Outra novidade anunciada pelo consórcio do Sicoob foi a transação de tokens emitidos propriamente por uma instituição financeira. Na ocasião, os participantes emitiram um real tokenizado, que tem validade em todo o Sistema Financeiro Nacional, e transferiram para o BB, demonstrando a interoperabilidade dessa moeda.
Já em agosto, o consórcio realizou suas primeiras emissões de tokens Drex, envolvendo a conversão de R$ 1.500 de um saldo da reserva bancária de uma IF para a carteira digital do consórcio.
“Estamos comprometidos em continuar encontrando oportunidades de colaboração e pesquisa para impulsionar o desenvolvimento do SFN e das finanças digitais no Brasil”, conclui o grupo.
Drex
Conforme apontou o Cointelegraph, participantes do piloto Drex avaliam que manter a privacidade das transações é o maior desafio técnico da estrutura planejada pelo BC.
Durante o Blockchain Rio, evento realizado entre os dias 12 e 14 de setembro no Rio de Janeiro, Dyskant disse ao Cointelegraph Brasil que o projeto para criar uma moeda digital emitida pelo banco central (CBDC, na sigla em inglês) não apresenta novos desafios regulatórios relacionados à privacidade. Isso não significa, porém, que esses desafios não existam.
“O Banco Central, assim como todas as outras instituições, sistemas e estruturas do país, precisa seguir a LGPD, a Lei Geral de Proteção de Dados. E, além disso, temos as leis de sigilo bancário na parte financeira”, afirma a advogada. “Não há nenhuma diferenciação entre o que está sendo testado na plataforma do Drex, que depois será liberado ao público, e o mundo real onde vivemos entre os bancos. O maior desafio é seguir a lei que já existe”, completa.
Não se trata, desta forma, de uma questão jurídica, avalia Dyskant. As questões de privacidade levantadas durante o projeto piloto do Drex são tecnológicas. “A lei não muda em função da tecnologia que está sendo utilizada.”