‘Quedinha de 70% no Bitcoin é normal’, destaca analista citando eventos que impactaram o preço do BTC de 2017 até 2022

Analista aponta os principais fatos que impactaram no preço do Bitcoin e das criptomoedas desde 2017 para 2022 e destaca que entender os ciclos do mercado é importante para os investidores saberem a hora de vender e comprar

 

O preço do Bitcoin já recuou mais de 70% desde sua alta histórica em novembro de 2021 quando seu valor chegou a ser negociado acima de US$ 69 mil. Contudo embora o cenário seja preocupante para boa parte dos investidores de varejo, alguns dos principais analistas do mercado de criptoativos apontam que a ‘quedinha’ é normal.

Os analistas citam que, observando o gráfico histórico do preço do Bitcoin é possível ver que o mercado de criptomoedas vivenciou diversos ciclos ao longo de sua história, intercalando seus movimentos entre o “bull market” quando há uma constante valorização dos ativos, como visto lem 2020 e 2021 e o “Bear Market” que é quandos os preços registram baixas diárias, como vivenciado em 2018, 2019 e agora em 2022.

“Os ciclos de mercado existem e para cada um deles, alguns fatores acabam influenciando a decisão dos investidores”, aponta uma análise da BlueBenx.

Por meio de um informativo compartilhado com o Cointelegraph, a empresa destacou o que considera os principais eventos que atuaram influenciado cada ciclo de alta e baixa no preço do Bitcoin e no mercado de criptomoedas, desde 2017 quando os criptoativos passaram a ser assunto no G20.

Segundo a empresa entender como os diferentes acontecimentos impactam o mercado de criptomoedas pode ajudar os investidores a tomar decisões sobre o melhor modo de alocar recursos neste ecossistema.

2017 

Em 2017, o Japão regulamentou o Bitcoin como meio de pagamentos e a Chicago Board Options Exchange  (Cboe) lançou contratos futuros de Bitcoin. Além dos noticiários houve um aumento meteórico no Google Trend, das palavras Bitcoin e Blockchain, nas quais muitos investidores novatos, compraram o ativo massiva mente aproveitando a euforia na onda de valorização daquela ocasião.

O Bitcoin que havia iniciado a cotação  de preços no mês de janeiro de 2017 em U$$966,34 chegou a atingir máxima no mês de dezembro, daquele  mesmo ano, em U$$19.798,00, atingindo uma variação de 1.948,76% naquele bull market.

2018 

Com o aumento no número de investidores e a repercussão da alta de preços, autarquias governamentais começaram a discutir possíveis regulações e a China começou a restringir as criptomoedas no país para investigar fluxos ilegais de capital. 

O início destes eventos trouxe uma exaustão no pico de preços e o Bitcoin reverteu o ciclo de alta daquela  ocasião. 

Entre os últimos dias de 2017 até dezembro de 2018, em um efeito cascata com os investidores avessos ao ris co e o sentimento de medo elevado, a cotação de preços do Bitcoin saiu de U$$19.978 para U$$3.122, quando  atingiu seu preço mínimo no final daquele ano, obtendo uma variação de -84,23%. 

2019 

O ano de 2019 começou com temores de toda a correção que o mercado causou no ano anterior, mas diante  do cenário, muitos investidores identificaram oportunidades na região de preços próximos de U$$4.000.

No  primeiro semestre começou um novo ciclo de alta, e isso a partir da entrada de investidores institucionais por meio da Bakkt e com expectativas da aprovação de ETFs demonstrando interesses de Wall Street.

O JP Morgan lançou sua própria stablecoin, a JPM Coin, utilizada para pagamentos internacionais e isso marcou a entrada  de empresas do setor financeiro na tecnologia blockchain e o início do crescimento do mercado de finanças  descentralizadas (DEFI). Com isso, o Bitcoin subiu para U$$14.000. 

Já no segundo semestre, o mercado obteve novas realizações de lucros e o ativo terminou cotado em US$7.195.

2020

O ano de 2020 começou com o bombardeio norte-americano ao Iraque trazendo alguns temores ao mercado e depois a escalada do aumento de casos e mortes do coronavírus. 

Então, os governos tomaram medidas de isolamento social, com o intuito de reduzir a disseminação do vírus.  Isso gerou efeitos colaterais na economia e causou um aumento sem precedentes no número de desempregados, com impacto direto na produção industrial e isso ocasionou uma das piores crises econômicas da história recente.

Naquele momento, em efeito cascata, o sentimento de medo atingiu todo o mercado financeiro, com  isso as bolsas globais caíram e não foi diferente com as criptomoedas. Em março daquele ano o Bitcoin corrigiu valor para U$$3.782. 

Com as medidas de isolamento implantadas houve impacto no mundo todo, os governos agiram rápido, recuando as taxas de juros para facilitar o crédito para a população e a emissão de trilhões de dólares para fazer circular o dinheiro na economia e com isso ajudar milhares de pessoas de baixo poder aquisitivo.

“Essa foi a maior injeção de liquidez da história global”, 

Taxas de Juros EUA de 01/2020 à 12/2020 – Fonte: https://www.ceicdata.com/pt/indicator/united-states/policy-rate 

Com a redução da taxa de juros, os investimentos de renda fixa ficaram com rentabilidades menores do que a  média e após o ápice das quedas das ações e criptomoedas, os investidores iniciaram um novo ciclo de com pras, com os ativos de renda variável mais atrativos. 

Além do cenário econômico, o mês de maio teve o evento Halving, no qual a recompensa dos mineradores foi reduzida pela metade, fato que ocorre a cada 4 anos, deixando o Bitcoin mais escasso, e com o aumento  da demanda houve valorização do ativo. Com isso, após o ativo recuar para a mínima do ano em US$3.782, o  Bitcoin subiu e fechou em 2020 com a cotação de U$$28.923.

2021 

O ano de 2021 foi marcado por alta volatilidade no Bitcoin, que apresentou diversas amplitudes de preços  devido a motivos diversos. 

Entre janeiro e abril, a principal moeda seguiu seu rali de alta, iniciado em 2020 por conta do Halving, pela expectativa da entrada de investidores institucionais, seguido da influência de Elon Musk com seus posts no Twitter, além do IPO da Coinbase na bolsa americana.

Mas na segunda metade de abril, a China entrou em cena  novamente e proibiu as mineradoras de Bitcoin do país, até aquele momento sendo o principal local desta ativi 

dade, isso gerou um verdadeiro êxodo em seu país. Com isto, novamente o Bitcoin tornou a cair, com a mínima  do ano em U$$28.805, no final de junho. 

Após os efeitos por conta da repressão chinesa, novos acontecimentos entraram em cena, os Estados Unidos aprovou ETFs de Bitcoin possibilitando a multiplicação da entrada de investidores institucionais, várias em presas como Grayscale, Microstrategy, Tesla, aderiram as criptomoedas, o setor de Defi e NFTs se tornou um  mercado bilionário.

“Com a continuação das taxas de juros baixa isso aumentou o apetite dos investidores e  em novembro de 2021, o Bitcoin fez preço máximo em U$$69.000”

Após seu preço histórico e o avanço da inflação nos países, começaram as especulações para a alta de juros e  os mercados começaram a recuar com o Bitcoin finalizando o ano em U$46.216. 

2022 

O ano de 2022 começou com expectativa de alta de juros no mundo para conter a inflação, mesmo ainda não  sendo executado, os investidores começaram a precificar, vendendo suas posições de renda variável para ati vos de baixo risco em renda fixa. 

Além do cenário da inflação, a guerra entre Rússia e a Ucrânia, incrementou o temor nos mercados, ocasionan do alta nas commodities, contribuindo para a aceleração da inflação no mundo.

Fonte:https://www.global-rates.com/pt/estatisticas-economicas/inflacao/indice-de-precos-ao-consumidor/ ipc/estados-unidos.aspx 

Em maio de 2022, a inflação dos Estados atingiu 8,582%, a maior das últimas décadas e uma das formas que o  governo possui para conter este cenário é aumentando as taxas de juros. Desde março deste ano, o FED tem aumentado as taxas e em cada reunião tem estipulado viés mais agressivo  para conter a alta de preços. 

Com as taxas de juros mais altas, os investimentos de renda fixa ficam mais atrativos e na maioria dos merca dos, os investidores migram suas posições de renda variável para renda fixa. Diante dos acontecimentos, o Bitcoin teve forte correção e chegou a fazer a mínima de preços em U$$17.222  no último dia 18 de junho.

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