Queda de 70% no Bitcoin não incomoda os investidores, aponta analista

Queda no Bitcoin e nas criptomoedas não desanima grandes investidores que continuam a aportar recursos no mercado aguardando retomada

Após um dia de forte alta (+7,75%), o preço do Bitcoin recua um pouco e cai 2,32% no início desta terça-feira, algumas altcoins subiram ainda mais e se destacaram, como a Polygon (MATIC) +26%, The Sandbox (SAND) +17%, Avalanche (AVAX), +15%, ente outras.

Segundo aponta o analista Ayron Ferreira, Analista Chefe da Titanium Asset Management, o Ethereum também foi destaque, subindo quase 20%, devido a boas perspectivas dos investidores sobre o tão aguardado The Merge.

“O espaço para uma recuperação maior realmente existia uma vez que vários indicadores demonstravam que poderíamos estar em um momento de sobrevenda. É o caso do MVRV (Market-Value-to-Realized-Value Ratio), que divide o valor de mercado (marketcap) pelo valor realizado (preço do btc no momento em que ele foi movido pela última vez).  Este indicador estava abaixo de 1, o que historicamente indica momentos de desgaste dos vendedores”, disse.

No entanto Ferreira aponta que a continuidade da recuperação do mercado cripto depende fortemente das condições macro, que terão novos dados durante a semana para se ajustarem e, neste ponto, o cenário ainda é incerto e a volatilidade nos mercados globais é grande.

“Os índices acionários, as commodities, o câmbio, a maior parte das classes de ativos tem demonstrado bastante oscilação, refletindo as dúvidas sobre uma possível recessão global. As atenções estão voltadas também para a Europa, onde o Banco Central deve aumentar as taxas de juros pela primeira vez desde 2011, para tentar conter a inflação que está fora de controle’, finaliza.

Porém, segundo aponta a Passfolio, o bear market, assim como um certo medo dos investidores de varejo parece não incomodar os grande investidores, já que as startups de criptomoedas estabeleceram um novo recorde de financiamento no primeiro trimestre de 2022, levantando US$ 9,85 bilhões, de acordo com os dados do Pitchbook

“Embora a atividade de investimento tenha desacelerado no segundo trimestre, os venture capitalists ainda injetaram US$ 6,76 bilhões em startups de criptomoedas, um aumento de 24,3% no comparativo ano a ano”, destaca a empresa.

Queda de 70% no Bitcoin não incomoda os investidores

A Passfolio, cita diversos cases de empres que conseguiram levantar recursos mesmo com o Bitcoin em queda, como foi o caso da corretora FalconX levantou US$ 150 milhões em uma avaliação de US$ 8 bilhões, em uma rodada liderada pela GIC e B Capital, com a participação da tradicional empresa de private equity Thoma Bravo.

Outro exemplo é a PolySign, empresa de infraestrutura do mercado financeiro, levantou recentemente US$ 53 milhões em uma avaliação não divulgada. A plataforma de pagamentos Bitcoin Marsh levantou US$ 6 milhões em uma rodada inicial, e a startup de identidade descentralizada Trinsic levantou US$ 8,5 milhões.

“Este não é apenas o resultado de negócios que já estavam em discussão e estão sendo fechados agora, ou fundos existentes que já estão capitalizados e precisam fazer investimentos, pois as empresas de capital de risco estão levantando novos fundos focados em criptomoedas”, disse a empresa.

Na semana passada, a Multicoin Capital anunciou um fundo de US$ 430 milhões focado em organizações autônomas descentralizadas (DAOs), infraestrutura Web3 e finanças abertas, e a OP Crypto lançou um fundo de US$ 100 milhões para apoiar Venture Capitals de criptomoedas em estágio inicial e já tem US$ 50 milhões. 

A renomada casa de leilões Christie’s lançou um fundo de risco focado em fintechs e tecnologias emergentes, e seu primeiro investimento foi a ZeroLabs, uma empresa web 3.0. E a a16z, de Marc Andreessen, uma das principais empresas de capital de risco do mundo, fechou um fundo de criptomoedas de US$ 4,5 bilhões, que investirá em ideias em estágio inicial, elevando o total de fundos de criptomoedas/web3 da empresa para US$ 7,6 bilhões.

“O fato de a atividade de financiamento e levantamento de capital permanecer forte é um sinal de que os investidores profissionais ainda acreditam na tese das criptomoedas. O que é ainda mais importante, a atividade de investimento não se restringe a empresas de investimento “alternativas”. Muitas empresas tradicionais do mercado financeiro, como Goldman Sachs, BlackRock, Fidelity e JP Morgan estão investindo pesadamente nesse campo”, afirma David Gobaud, fundador e CEO da Passfolio.

De acordo com uma pesquisa da Bloomberg, os investidores profissionais são mais otimistas do que os de varejo, com a maioria deles um pouco céticos, mas de mente aberta ou investidos.

“Não é de admirar que as empresas de criptomoedas orientadas para o consumidor, como plataformas NFT e jogos baseados em blockchain, tenham sofrido uma escassez de financiamento, com investidores se concentrando em empresas de infraestrutura financeira, aquelas que estabelecerão as bases para uma maior adoção de criptomoedas no futuro”, finaliza.

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