Em evento sobre o futuro das finanças, diretor da Binance defende ‘educação cripto’

Daniel Mangabeira participou do LIDE Next Economia 3.0, evento que reuniu empresários, autoridades e especialistas para debater sobre os pilares, aplicações, usos, regulação e maturação da nova economia.

Em entrevista concedida ao canal da TV LIDE no YouTube na última segunda-feira (30), o diretor de  Relações Institucionais da Binance para a América Latina, Daniel Mangabeira, defendeu o fortalecimento de iniciativas educacionais relacionadas ao mercado de criptomoedas como forma de educar as pessoas para a utilização deste ecossistema, que, segundo ele, representa muito mais do que investimentos. Mangabeira participou do LIDE Next Economia 3.0, que reuniu empresários, autoridades e especialistas, em São Paulo, para debater sobre os pilares, aplicações, usos, regulação e maturação da nova economia. 

O evento foi promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), uma organização fundada em 2003 que reúne executivos de diversos setores para debater o desenvolvimento econômico e social e os princípios de governança nas esferas pública e privada. 

Ao ressaltar a possibilidade do evento em relação à disseminação de informação a respeito da economia cripto, o diretor da Binance disse que: 

“Antes de mais nada, eu acho importante comentar o LIDE, o evento foi de muito alto nível, acho que ficou muito claro que esse era um evento positivo e propositivo. Um evento que, de fato, intentava educar as pessoas ou se posicionar de modo as pessoas terem mais informação, então os painelistas foram de muito alto nível, pessoal realmente muito qualificado. Eu acho que, no que diz respeito ao aspecto educacional, eu concordo que cripto, como um todo, é um tema um pouco árido, é um tema denso, um tema difícil, e eu acho que o papel de organizações como o LIDE e a Binance, como sendo um dos atores mais relevantes dessa indústria, desse ecossistema, é de fato criar espaços para que as pessoas possam compreender um pouco melhor do que isso se trata, porque, afinal de contas, a gente não está falando só de um mecanismo de investimento, a gente está falando de tecnologia, a gente está falando de ferramentas que podem ser colocadas pro uso e disponibilidade das pessoas e a gente precisa entender como é que faz isso.”

Ele ainda se mostrou otimista em relação ao surgimento de uma área acadêmica voltada à formação de profissionais específicos para o ecossistema de criptomoedas. 

“Acho que a gente vai ver muito mais processos educacionais tradicionais: universidades, faculdades, criando espaços, cursos, e até formação específica desse tipo de indústria, então eu acho que a gente está no começo de uma onda que tende a crescer e à medida em que evoluir, eu acho que a gente vai ter mais espaço e mais estrutura para as pessoas aprenderem e buscarem informação”, completou. 

A disseminação de conhecimento para a maturação do mercado também foi destacada durante o evento pelo sócio e CFO da Transfero, Carlos Russo, enfatizando que “a gente tem dois desafios: educar a população para usar este tipo de serviço em uma fase ainda insipiente e educar a mão de obra para desenvolver tecnologia a nível global, comercializando com o mundo todo.” 

O futuro

Pautado nas finanças descentralizadas (DeFi) e na Web3, o  LIDE Next Economia 3.0 teve como anfitrião o presidente do LIDE Tecnologia, Leonardo Framil, que também é presidente da Accenture na América Latina. A editora do Broadcast e colunista do Jornal O Estado de São Paulo, Luana Pavani, e o diretor-executivo do Grupo Doria, João Doria Neto, mediaram os debates, ocorridos no novo Teatro B32, conforme noticiou o LIDE

Para o presidente do LIDE, a próxima década do mercado financeiro e tech será completamente diferente em relação à última década. 

“Os criptoativos, certamente, serão um grande movimento de unir o mundo digital com o físico. A Web 3.0 é, de fato, a transformação de tudo o que já conhecemos até agora”, disse Framil. 

O diretor de produtos financeiros da XP Investimentos, Lucas Amaral, ressaltou que a terceira etapa da economia é marcada pela vasta capilaridade e ramificação, já o CEO da Xtag, Marcos Horie, saiu em defesa da regulamentação, que também ganhou coro nas palavras do professor titular do Insper, João Manoel Pinho de Mello.  Por sua vez, o diretor da Accenture e líder da área de mercado de capitais na América Latina, Denis Nakazawa, apontou para a transformação do mercado a partir da popularização da DeFi.

Em suas colocações, o advogado  especialista em criptomoedas Pablo Cerdeira, sócio do Galdino & Coelho Advogados, disse que o mercado está na iminência de encontrar modelos mais seguros do que o que a própria regulação consiga assegurar e emendou dizendo que “é preciso que exista, também, a mesma liberdade garantida hoje no sistema bancário e corretoras, para o mercado de criptoativos.”

O diretor-presidente da Invest.Rio, Rodrigo Stallone, ressaltou a necessidade de transparência por parte do governo, uma vez que, a Economia 3.0, inclusive, oferece serviços em município brasileiros. 

Nos últimos dias, o Nubank também demonstrou estar mirando o futuro em relação às finanças, tanto que o banco incorporou recentemente negociações de criptomoedas por meio de uma parceria com a Paxos, além de descartar demissões e revelar que os clientes estão abandonando as poupanças para adotarem as criptos, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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