‘Bitcoin é um sistema brilhante’, diz ‘criador’ do Real e ex presidente do Banco Central do Brasil
Para o ex-presidente do Banco Central do Brasil o Bitcoin embora seja uma criação brilhante não será um “novo padrão ouro” pois este também era ineficiente
O ex-presidente do Banco Central do Brasil e um dos responsáveis pela implementação do Plano Real, Gustavo Franco, destacou que o Bitcoin é uma criação brilhante.
- ‘Não tenho dúvida que o futuro do dinheiro será digital e o PIX vai ajudar nisso’, diz CEO da Getnet
Franco que é um grande historiador do dinheiro abordou a principal criptomoeda do mercado durante um recente evento promovido pela revista Exame chamado “Future of Money”.
“O Bitcoin é elemento fundador e mais interessante deste tema que envolve criptomoedas. É um produto brilhante do ponto de vista do código, de criar um sistema descentralizado de verificação e custódia da mercadoria sendo comercializada, ou seja, brilhante do ponto de vista do código”, declarou.
Porém, para ele, uma coisa é seu brilhantismo enquanto código e ideia, mas outra é transformar isso em uma revolução monetária e inclusiva financeiramente.
Bitcoin
“Outra coisa é transformar essa invenção em uma revolução monetária internacional que vai reinventar o dinheiro e particularmente se tornar uma espécie de um novo ‘padrão ouro'”, destacou.
Assim, para Franco, embora o sistema do Bitcoin guarde semelhanças com o ouro, inclusive a forma como ele é “extraido” ou minerado e também sua oferta limitada, isso contudo não faz do BTC um novo “ouro” como padrão global.
“O sistema baseado no padrão ouro tinha um defeito e por isso ele ruiu pois nada garantia que a quantidade de ouro existente seria suficiente para dar conta das transações econômicas da humanidade (…) Agora ficou uma mística de que este sistema era uma ‘dádiva da natureza’ e qualquer subversão disso seria uma fraude. Não. Infelizmente não. O dinheiro é uma criação social, uma criação humana.”, disse.
Desta forma, para Franco, assim como no ouro no caso do Bitcoin nada garante que a quantidade de BTC que pode exisitr será também capaz de ser um padrão global e dar conta da necessidade mundial de pagamentos.
” O sistema de mineração do Bitcoin é brilhante do ponto de vista de incentivo, mas isso não garante que a quantidade de bitcoins gerada ou total seja suficiente para o sistema global de pagamentos,” afirmou
Não venham com essa conversa libertária
Esta não é a primeira vez que Franco fala sobre o Bitcoin.
No ano passado o ex-presidente do BC destacou que as criptomoedas criaram uma falsa ilusão do velho conceito de offshores, onde o dinheiro era entesourado em paraísos fiscais, em nome de empresas, em contas sem identificação e fora do alcance do fisco, encontram semelhança e eco nas atuais criptomoedas.
“As criptomoedas criaram uma espécie de sensação de novo offshore, ligado ao anonimato. Bom se for pra ser isso, não vai rolar. Os reguladores deste planeta vão bombardear esta ideia e não venha com essa conversinha libertária. Não vai rolar. Não tem porque criar um faroeste financeiro monetário para acobertar crimes ou outras coisas”.
Franco ainda declarou na época que as criptomoedas efetivamente não tinham nada de diferente do passado.
“O Bitcoin efetivamente domina mais de 50% do mercado e o restante são empresas, Small Caps, e são tratadas como tal”.
LEIA MAIS
- ‘Não tenho dúvida que o futuro do dinheiro será digital e o PIX vai ajudar nisso’, diz CEO da Getnet
- São Paulo cria policia especial para investigar criptomoedas e crimes na internet
- Não existe escassez, quantidade de ouro existente é infinita, declara cientista
- Correção do mercado de ações – Perspectiva para o cripto mercado
- Coreia do Sul responde à petição pública: sem proibição de criptomoeda, mas o governo ainda está dividido
- França abre o primeiro acelerador de blockchain na Europa com 30 participantes
- Cointelegraph lança plataforma agregadora para descoberta de DApp, análise