Banco Central já gastou mais que todo o Tether (USDT) do mundo para conter dólar
O Banco Central já queimou o US$ 23,4 bilhões de reservas para tentar conter a disparada do dólar. O valor já supera em 40% o valor de mercado do Tether (USDT).
A USDT é a principal stablecoin pareada com a moeda americana. Após recorde em setembro, ela já acumula capitalização de cerca de US$ 16,6 bilhões.
Exatos 40,96% desse montante já foram negociados pelo Bacen em leilões de dólares desde março de 2020. A instituição atua na venda de dólares em momentos de crise para forçar a depreciação da moeda dos EUA no mercado e melhorar a cotação do real.
O maior valor foi gasto no primeiro mês de crise. Na época, US$ 10,674 bilhões foram leiloados para enfrentar as fortes perdas no começo da pandemia. Ainda assim, o dólar não parou de subir.
O real já passa de 40% de perdas no ano, se consolidando cada vez mais como a moeda nacional mais fraca entre as emergentes. A depreciação da moeda brasileira supera, por exemplo, as perdas da Lira Turca e do Peso Argentino.
A última queima de dólares ocorreu na manhã da última quarta-feira (28). O dólar havia aberto em alta e se aproximava de R$ 5,80 quando o BC interveio e negociou US$ 1,042 bilhão. A cotação chegou a recuar após a medida para R$ 5,73. No entanto, o dólar fechou o pregão em R$ 5,76.
Dólar volta a se aproximar de R$ 5,80
O pregão desta quinta-feira (29) voltou a abrir em alta, oscilando novamente entre R$ 5,78 e R$ 5,79. A subida, dessa maneira, já chega a 3% na comparação com o fechamento da semana passada.
Entre as razões estão os temores de investidores externos pelos efeitos da segunda onda da Covid-19 no mundo. Já no âmbito local, o descontrole da pandemia e as incertezas políticas continuam contribuindo para o cenário.
Além disso, o mercado também digere a sinalização do Banco Central de deixar em aberta a possibilidade de nova redução da Selic. Mantida em 2% após a última reunião do Copom, a taxa de juros é vista como entrave para a entrada de dólares no país.
Já o Ibovespa acompanha o movimento de baixa das bolsas mundiais e voltou a perder os 100 mil pontos. Apesar dos bons resultados do setor financeiro, papeis como os da Petrobrás recuaram em meio à queda do petróleo devido às baixas expectativas de demanda.
Enquanto isso, o Bitcoin segue subindo de preço no Brasil. Mesmo tendo perdido o ímpeto globalmente, a criptomoeda continua em alta em reais devido à subida do dólar.
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