Atlas Quantum e Matheus Grijó são citados em ação para devolver Bitcoin de cliente
A Atlas Quantum e empresas afiliadas, além de Matheus dos Santos Grijó, foram citados em uma ação que visa devolver o Bitcoin investido por um cliente. De acordo com a decisão do juiz, o valor deverá ser devolvido em até cinco dias.
O investidor Thiago Sant Anna Teixeira realizou um aporte nas empresas, para fins de investimento em Bitcoin. Contudo, se deparou com problemas ao tentar realizar os saques em setembro e outubro de 2019.
A partir daí, tem tentado via processo judicial, reaver seu investimento. A Atlas Quantum adquiriu a Anúbis Trade em setembro de 2019. Fundada por Matheus Grijó, a Anúbis Trade, como a Atlas Quantum, prometia rentabilidade com Bitcoin sobre operações de arbitragem.
A prática de arbitragem consiste em comprar moeda mais barata em uma corretora, vendendo mais caro em outra. Ambas as empresas, que se uniram, prometiam realizar operações automatizadas com bots de arbitragem. Somadas, ambas as empresas já possuem mais que R$ 32 milhões em processos de clientes que não conseguem realizar seus saques.
Atlas Quantum e Matheus Grijó são citados em ação, justiça manda devolver Bitcoin de investidor
Corre na justiça uma série de processos contra a Atlas Quantum e Anúbis Trade. Dessa forma, uma decisão favorável ao cliente Thiago foi no último dia 17, conforme publicação do Diário da Justiça de São Paulo. O investidor ingressou com um pedido de tutela de urgência, após não conseguir realizar o saque de seu capital.
Em decisão, a Atlas Quantum foi instruída a devolver ao cliente o Bitcoin preso na plataforma. A devolução deverá ser em até cinco dias na conta-corrente de Thiago, sob pena de multa diária, fixada em R$ 1 mil. Na decisão, não foi informado o valor que estaria preso deste cliente.
Thiago, que ingressou com um processo por Práticas Abusivas, pediu a justiça a Tutela de Urgência. Os motivos que levaram a justiça a deferir o pedido do investidor seria porque a Atlas está retendo valores. A empresa afirmava que os saques seriam feitos em D+1, mas não tem cumprido o prazo.
Também demonstrado o risco de dano irreparável, pois a ré está retendo valores, impossibilitando o autor de gerir seu patrimônio, além de se submeter às oscilações da cotação da criptomoeda, causando eventual prejuízo financeiro.
Decisão final de juiz manda retirar Matheus Grijó do processo
O resultado do processo foi divulgado no Diário da Justiça Eletrônico, do estado de São Paulo, na última segunda (17). Na decisão, ficou claro que a ré é apenas a Atlas Quantum, do qual seria o polo passivo da ação. A Atlas terá até 15 dias úteis para contestar a decisão dada pelo Tribunal de São Paulo.
Retifique-se o polo passivo da ação, mantendo apenas a empresa Atlas Quantum, com exclusão dos demais.
De fato, os atrasos de saques na empresa começaram em agosto de 2019. Os problemas ficaram piores após a suspensão da empresa pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) do Brasil.
A empresa realizou diversos eventos no Brasil, divulgando a imagem do Bitcoin associado a uma rentabilidade. Apesar de não deixar pública a informação de rentabilidade garantida, nunca exibiu um resultado ruim no período em que operou. Isso certamente atraiu mais investidores para o negócio, que apresentava uma imagem de sucesso.
A Atlas não costuma comentar sobre decisões judiciais, mas já teve problemas em pagar clientes mesmo com determinação da justiça no começo de 2020. Por fim, a Atlas já possui mais que 1900 reclamações no Reclame Aqui (RA), possuindo a marca de “Não Recomendada“. A Anúbis Trade, fundada por Mathes Grijó e adquirida pela Atlas, possui o mesmo status no RA após uma série de reclamações não atendidas.
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