Apresentador do Shark Tank: mineração sustentável vai impulsionar bitcoin
Kevin O’Leary, empreendedor e apresentador do programa de televisão Shark Tank, afirmou que grandes empresas ainda estão relutantes em adicionar criptomoedas a seus balanços patrimoniais por causa de questões relacionadas à ESG — sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança — e que a redução do impacto ambiental do bitcoin pode fazer o preço do ativo se multiplicar.
Em debate durante o Consensus, evento online que discute blockchain e criptoativos promovido pelo site Coindesk, O’Leary afirmou que menos de 1% das instituições ao redor do mundo possuem criptomoedas e, para ele, isso só vai mudar quando os mineradores de bitcoin conseguirem provar que as novas moedas estão sendo “criadas” de forma sustentável.
“A maioria dessas instituições tem tanto comitês de ética quanto de sustentabilidade, que filtram as ofertas antes de elas serem alocadas pelo comitê de investimentos”, afirmou. “Estamos no começo desse interesse. O bitcoin é um ativo que veio para ficar, e agora precisa entrar em sincronia com o que as empresas querem antes de comprar”.
Kevin O’Leary já demonstrou interesse pelo bitcoin, afirmando, inclusive, que colocar 3% de seu patrimônio na criptomoeda. No entanto, em abril, disse que não compraria mais nenhum bitcoin até que houvesse uma forma sustentável de minerar a criptomoeda, chamando, inclusive, as moedas digitais mineradas na China de “moedas de sangue“.
Na discussão, o investidor falou sobre a ideia de desenvolver uma forma de identificar os bitcoins que foram minerados de maneira sustentável, utilizando energia de fontes renováveis, convocando os mineradores a abordar empresas e instituições com um plano que lhes dê confiança para comprar o ativo.
Apesar do ceticismo de alguns especialistas sobre a proposta, O’Leary disse que procura oportunidades para investir em empresas que ofereçam recursos e estrutura para promover uma mineração sustentável de bitcoin, o que, segundo ele, pode aumentar consideravelmente a demanda e os preços da criptomoeda.
“É isso que as empresas querem, e quando essa barreira se romper, a quantidade de dinheiro que vai entrar no bitcoin… vai ser a razão para levá-lo a 100.000, 200.000 dólares”, disse. “Todo mundo que hoje possui bitcoin, independentemente de como ele tenha sido minerado, deve ser incentivado a ajudar na solução desse problema, por uma razão apenas: aumento do preço”.
A recente decisão da Tesla, de deixar de aceitar bitcoin como pagamento, alegando questões ligadas ao impacto ambiental da criptomoeda, é um exemplo de como essa discussão, embora ainda alvo de muita especulação e falsas simetrias, tem de fato sido um obstáculo para a maior adoção do criptoativo.
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