Analista que acertou em cheio alta do Bitcoin em 2023 prevê alta de 40% para Ethereum, Litecoin e XRP
Analistas destcam o que esperar do mercado de criptomoedas neste próximo trimestre e apontam alta para algumas altcoins
Após atingir US$ 28 mil os touros vem enfrentado muita dificuldade para romper com a resistência de US$ 29 mil, causando certa preocupação no mercado com relação ao futuro no curto prazo do Bitcoin (BTC) maior criptomoeda do mercado.
Uma análise da Bitfinex, aponta que à medida que os endereços de saldo diferente de zero do Bitcoin atingem novos patamares, outras métricas on-chain, como o número de endereços ativos e o número de transações diárias, sofreram uma queda.
Segundo analistas da Bitfinex, isso revela a necessidade de cautela, sugerindo um mercado em transição. E embora este não seja um indicador pessimista, ele sugere que, em meio a condições de negociação, as perspectivas do mercado de curto prazo são inquietantes. Portanto, operações alavancadas são mais arriscadas agora.
“Apesar de um influxo de novos participantes no mercado, a sustentabilidade desse fenômeno de saldos diferentes de zero em rápido crescimento e negociação de intervalo restrito para Bitcoin permanece incerta. Além disso, a atividade diária e as transações diminuindo para o Bitcoin sempre ocorreram em fases de transição no mercado cripto. Eles sugerem indecisão e uma situação inquietante tanto para os touros quanto para os ursos”.
A análise aponta que o interesse aberto e a atividade de negociação para os mercados de opções BTC e Ethereum (ETH) no CME continuaram a acelerar, com ambos os contratos atingindo um novo interesse aberto recorde de 15.089 contratos combinados em 27 de março.
Deste modo, o recente aumento nos volumes de opções de Bitcoin pode indicar que a atividade comercial institucional está aumentando. Outro indicador do aumento do envolvimento institucional é o recente aumento no interesse aberto pelas opções de Bitcoin.
“Pedimos cautela, pois a baixa liquidez pode exacerbar a volatilidade dos preços e prejudicar a estabilidade do mercado. A volatilidade em qualquer direção é provável, apesar da forte tendência de alta no mercado cripto desde a abertura anual de 2023.
No entanto, a maioria das métricas adverte contra alavancagem excessiva ou aumento do apetite por risco durante um período de transição no mercado de criptomoedas. Isso não implica que a atual tendência de alta ainda esteja se revertendo, ou que nossa perspectiva de longo prazo de estar nos últimos estágios de um mercado em baixa seja invalidada”, afirma.
Alta de 40% para Ethereum, Litecoin e XRP
Diante das perspectivas da Bitfinex, o analista conhecido como DonAlt que acertou em cheio a recuperação do mercado de criptomoedas em 2023, apontou que embora o preço do Bitcoin possa preocupar os investidores na perspectiva de curto prazo, uma alta para Ethereum, Litecoin (LTC) e Ripple (XRP) vem pela frente.
Conforme o analista, a configuração atual do Ethereum parece espelhar sua estrutura de mercado no final de 2020, quando o ETH saiu de cerca de US$ 100 para mais de US$ 2 mil.
“[O gráfico semanal do Ethereum] está subindo muito, muito devagar, mas está subindo e subindo, devagar mais subindo. Na verdade, gosto disso é o mesmo movimento de outubro e setembro de 2020, quando começou a subir lentamente e não parou mais” disse, apontado uma alta de 40% se o Ethereum repetir o movimento de 2020.
Olhando para a Litecoin (LTC), o estrategista diz que o LTC parece otimista e pode estar se preparando para eliminar uma resistência psicológica chave em US$ 100.
“Você olha para o semanal em Litecoin/USD que parece tão, tão bom. Isso parece incrivelmente bom… Para mim, isso parece muito forte. Você teve um reteste muito profundo. Você teve um grande salto com isso, e acho que isso vai subir acima de $ 100 eventualmente.
Quanto ao XRP , DonAlt diz que ainda está otimista com a sexta maior criptomoeda por capitalização de mercado, mas está procurando uma queda no curto prazo como oportunidade de compra.
“Procurando rebuys em torno de US$ 0,47 para vender na alta que está por vir”, afirmou.
O que vem pela frente para o Bitcoin
O primeiro trimestre de 2023 foi um período desafiador para o mercado financeiro e na visão de Rafael Izidoro, CEO e fundador da fintech cripto Rispar, é importante analisar que a queda de empresas fraudulentas é um sinal de que o mercado está se tornando mais forte e transparente, o que aumenta a segurança para os investidores.
“No cenário internacional, a queda do Silicon Valley Bank gerou preocupações com o contágio na economia global. Felizmente, as autoridades reguladoras tomaram medidas para aumentar a confiança no sistema financeiro, garantindo a estabilidade do mercado. Em contrapartida, o mercado cripto teve uma valorização expressiva, com destaque para o Bitcoin, que subiu mais de 60%, mostrando que os investidores estão buscando refúgio nos ativos digitais”, disse.
No Brasil, segundo Izidoro, o Real Digital, moeda eletrônica emitida pelo Banco Central, é um dos pontos-chave para o mercado cripto.
“Previsto para ser lançado em 2024, deve ter uma aceitação ainda mais rápida do que o sistema de pagamentos instantâneo Pix, que já é o meio de pagamento mais usado pelos brasileiros. Isso mostra que o país está atuando como protagonista no mercado cripto”, pontua Izidoro.
Para o executivo, apesar do cenário de incerteza, a expectativa é positiva para o restante do ano, com a possibilidade de novas altas históricas do Bitcoin e do mercado cripto como um todo.
Já Thiago Cesar, CEO da Transfero aponta que mesmo com essa turbulência do setor tradicional marcado por uma quebra de confiança no sistema financeiro tradicional, principalmente nos Estados Unidos, as criptomoedas reagiram positivamente.
“Enquanto os bancos quebraram, o bitcoin continuava em alta, chegando a US$ 28 mil, o que revela uma confiança de boa parte dos investidores no setor cripto. Tal confiança se dá pelo fato de o bitcoin ser um ativo anticíclico, descorrelacionado ao mercado financeiro tradicional, e que pode servir como uma reserva de valor em momentos de turbulência e de crise. Em contrapartida, os desafios no mercado cripto viram, principalmente no que diz respeito à regulação do setor”, explica.
De acordo com Cesar, reguladores americanos estão atentos às empresas de cripto, e essa movimentação tende a impactar negativamente na adequação das empresas, diante de um cenário regulatório mais rígido.
“Acreditamos que toda a turbulência que estamos vendo é superável. As empresas que atuam hoje no mercado estão em um nível de maturidade suficiente para se adequarem a quaisquer requisitos regulatórios que possam ser determinados”, acrescenta.
Para o segundo trimestre, o CEO acredita em um cenário positivo para as criptomoedas, mesmo com as incertezas que irão perpetuar no sistema financeiro tradicional.
“No ponto de vista de preço, as criptos continuarão em alta, já que ainda são muito utilizadas como um importante ativo de segurança, o qual pode proteger investidores em momentos de crise ou caso haja uma pressão dos reguladores e das instituições tradicionais, principalmente nos Estados Unidos, fazendo com que o mercado se estremeça”.
Atenção no mercado
João Canhada, fundador da Foxbit pontua que o desempenho do dólar norte-americano é um ponto de atenção, pois, geralmente, ela aponta uma correlação inversa ao movimento do Bitcoin.
“Ao mesmo tempo, o aumento de juros e o fortalecimento do dólar empurram os mercados acionário e criptográfico para baixo. Além disso, outros fatores contribuíram para um cenário desafiador como a crise bancária dos bancos americanos, regulação de stablecoin, cerco na Binance e a interrupções de blockchains”, disse.
Para o próximo trimestre, apesar de toda a turbulência do primeiro trimestre, o Bitcoin parece manter sua saúde intacta.
“As taxas de hashes e dificuldade de mineração seguem renovando suas máximas históricas, indicando que os mineradores estão trabalhando a todo vapor”.
Para ele, um Bitcoin forte reflete em todo o setor, já que a criptomoeda de referência é, de fato, uma referência para o mercado.
“Muitas vezes, outros tokens operam para o BTC, como são os casos das stablecoins, utilizadas como base para negociações. Nos derivativos, o Bitcoin também pode ser utilizado como colateral para tradings de margem e alavancagem, assim como no pagamento das taxas de financiamento (funding)”.
Cenário positivo
Paulo Boghosian, Head de Research do TC Digital Assets aponta que falar do primeiro trimestre de 2023 é falar sobre a dinâmica de preços do Bitcoin, que foi muito positiva. Mesmo em meio a turbulências, esse foi o período em que a moeda apresentou um dos melhores preços de sua série histórica, com alta de mais de 50% das mínimas.
Além disso, ele destaca que houve uma dinâmica interessante no cenário macro com o FED mantendo sua postura contracionista, e o mercado financeiro internacional, principalmente dos bancos, dando sinais de rachaduras.
“O caso do Silicon Valley Bank e uma debandada de americanos de bancos pequenos e médios indo para bancos maiores, com medo de que houvesse algum tipo de crise sistêmica e que levasse a quebra de muitas outras instituições financeiras, principalmente as menos capitalizadas, são exemplos”, pontua.
Ele ainda destaca a questão regulatória ao explicar que muitos estão acusando o governo americano conduzir uma operação destinada a pressionar de todos os lados as empresas cripto e afastar essa indústria do país.
Sobre esse tema, o especialista não acredita que venha algum tipo de proibição, mas há um esforço para controlar esse mercado. Por isso, aponta que, para o segundo semestre, é possível que haja novos episódios de processos e de regulações.
A atualização Shanghai Fork do Ethereum, prevista para acontecer em abril, também é um ponto de atenção para Boghosian. Isso porque, desde 2020, muitos investidores estavam depositando moedas para fazer stacking e não podiam resgatá-las. A partir do Shanghai Fork, isso vai ser possível.
“Porém, muitos investidores e analistas estão debatendo e trazendo estimativas sobre quais serão os impactos de força vendedora no mercado. Por isso, no período, é importante olhar como vai se comportar a relação entre o Ethereum e Bitcoin”, finaliza.
LEIA MAIS
- Brasileira Rispar lança produto de empréstimo com Bitcoin que garante o valor do BTC mesmo com queda
- Banco Central teme inflação e mantém Selic em 2% deixando poupança no prejuízo
- Empresa de blockchain pode criar blocos em metade do tempo na rede principal da ETH