Não tem dinheiro para pagar todo mundo, diz à Record promotor do caso Minerworld
O promotor de Justiça Luiz Eduardo Lemos de Almeida afirmou que o prejuízo estimado dos clientes da Minerworld, empresa investigada por esquema de pirâmide financeira com bitcoin, vai de R$ 150 milhões a R$ 300 milhões.
Segundo reportagem veiculada pelo Jornal da Record na última quinta-feira (11), a Justiça bloqueou até agora apenas R$ 43 milhões da empresa.
“Não podemos estipular quando vai haver o ressarcimento porque o processo tem um curso muito longo”, disse Lemos, da 43ª Promotoria de Justiça na Comarca de Campo Grande (MS).
Ainda de acordo com a reportagem, os R$ 43 milhões — entre bens e criptomoedas — cobrem apenas 30% do prejuízo. A Minerworld lesou pelo menos 50 mil clientes, conforme o histórico das investigações que ocorrem há mais de dois anos.
Comandada por Cícero Saad Cruz, e os diretores Jonhnes de Carvalho Nunes e Hércules Gobbi, a Minerworld prometia lucros exorbitantes em pacotes de investimentos em bitcoin. Segundo a empresa, os rendimentos eram pagos através da mineração de bitcoin.
A Minerworld não era a única peça do esquema. O grupo investigado também criou as empresa Bitofertas e Bitpago, que se apresentavam como plataformas de criptomoedas focadas no comércio de produtos.
Vítimas da Minerword
E foi por meio de uma dessas ofertas que Cleber Oliveira, por exemplo, perdeu no espaço de dois meses um total de R$ 120 mil — todo o dinheiro que juntou durante 20 anos. Conforme mostrou o jornal, ele se diz ciente do prejuízo, mas que fica a sensação de impunidade.
Outro entrevistado no Jornal da Record, André Arraes, investiu pelo menos R$ 300 mil da família na empresa.
Segundo a reportagem, o advogado de defesa da Minerworld disse que alegação de pirâmide financeira é descabida e que a empresa ficou incapacidade de realizar pagamentos devido ao ‘hackeamento’.
Provavelmente ele se referiu a um suposto roubo que a empresa alegou ter sofrido na corretora americana Poloniex, de 851 Bitcoins. No entanto, na ocasião, a exchange não se manifestou sobre o caso.
No ano passado, o juiz David de Oliveira Gomes Filho acionou os Estados Unidos por meio de cartas rogatórias para solicitar saldos junto à Poloniex e outra corretora de criptomoedas, a Neteller.
Em fevereiro deste ano, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul rechaçou contestação dos réus nos autos e ainda pediu condenação por litigância de má-fé de parte dos acusados.
Isso porque a Minerworld não comprovou judicialmente que seus rendimentos vinham de mineração, mas do dinheiro de investidores que compunham a base da pirâmide financeira.
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