‘Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro’: Jovens da periferia encontram no Bitcoin alternativa de mudança social

‘O BTC é uma das ferramentas mais poderosas do mundo para a liberdade financeira’, dizem

Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro. Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro

Os versos da musica “Sujeito de sorte”, de Belchior que recentemente voltaram as paradas de sucesso na música AmarElo de Emícida, podem ajudar a colorir a história de muitos jovens da periferia que estão encontrando no Bitcoin e nas criptomoedas uma alternativa de mudança social por meio de diversos projetos no país que estão buscando educar a população da periferia sobre o potencial dos criptoativos.

Um deles é o AfroBit_lab que ofereceu recentemente um total de 12 vagas para jovens aprenderem sobre criptomoedas e, com isso, receberem cerca de R$ 1.300 pelo aprendizado. Foram mais de mil inscrições recebidas pelo Afrobit_Lab por candidatos das três cidades contempladas nesta edição: Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.

Segundo informou o AfroBit_lab, por conta do grande número de interessados, os inscritos que não foram selecionados podem agora assistir as aulas, mas somente os selecionados nesta fase, vão receber o incentivo financeiro.

O projeto está sendo desenvolvido pelo Instituto GUETTO, de equidade racial, pela sua escola digital, a Escola da Ponte para Pretxs, e pela Paxful, plataforma global de finanças P2P. Nesta primeira edição, o programa está sendo composto por um grupo de 24 alunos composto por mulheres, homens, pessoas da comunidade LGBTQIAP+, afroindígena e pessoas com deficiência.

“Estamos muito felizes com o grupo que reunimos para esta fase do projeto. Foram muitas inscrições, com pessoas potentes e altamente qualificadas, em busca de mais conhecimento. Houve um indicador que nos chamou muita atenção, durante a fase de seleção, em que a pretensão de remuneração dos candidatos estava muito abaixo da qualificação que eles tinham. A partir do conhecimento em Bitcois, percebemos que há oportunidade dessa população preta adquirir mais rentabilidade, aprender a se capitalizar e ter autonomia financeira. Este é um dos nossos maiores objetivos na parceria com a Paxful para a construção do AfroBit_Lab”, explica Alabê Nunjara, diretor de Políticas Públicas e Relações Internacionais do Instituto Guetto.

Bitcoin ajudar a mudar a vida das pessoas

Uma das selecionadas é a produtora cultural Karen Rocha, de 28 anos. Nascida na Bahia e moradora de São Paulo, ela acredita que participar do projeto vai lhe permitir ampliar o conhecimento da sua comunidade.

“Eu estudo e desenvolvi um projeto de NFT produzido por indígenas e pessoas pretas artistas, com impacto social nas comunidades indígenas, quilombolas e periféricas. Com este aprendizado, vejo a possibilidade de expandir a rede deste universo cripto. Este tema ainda é dominado pela branquitude, por isso, é importante descentralizá-lo”.

Quem também está com a expectativa alta com as aulas é o analista financeiro Adalberto dos Santos. Nascido e criado na comunidade de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, hoje ele vive em Nova Iguaçu e participa de um projeto que amplia o alcance do conhecimento financeiro para pessoas periféricas.

“Gosto da ideia de compartilhar o conhecimento de educação financeira com uma linguagem mais simples para as pessoas da periferia. Penso que educação financeira tinha que ser ensinada na escola. Nós vivemos em um país com extrema diferença de renda. As pessoas pobres não têm controle do dinheiro e estão sempre em dívida. É bom que eles aprendam mecanismos para administrar a situação”, opina.

Derrubando um tabu criado por sua família, Matheus Eduardo, de Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro, já está quebrando barreiras com o Afrobit_Lab.

“Falar sobre dinheiro na minha família sempre foi complicado, porque o dinheiro era contado. Depois que fui aprovado no curso, já abrimos um canal de comunicação sobre o tema. Quero seguir este caminho, conseguir conhecimento em bitcoin e me tornar um desenvolvedor”

Mulher preta, nascida em Niterói e criada em São Gonçalo, Bruna Lira, de 20 anos, acredita que o bitcoin é uma moeda revolucionária. Para a estudante de serviço social, com a criptomoeda é possível vislumbrar oportunidades para a realização de seus sonhos.

“Eu acredito que um projeto como o Afrobit_Lab pode mudar a minha vida me ajudando a investir no bitcoin e me planejando bem, financeiramente, pensando no futuro. Quero comprar a minha casa e o meu carro”, entrega.

Assim como os quatro alunos citados acima, os bolsistas selecionados receberão um incentivo de R$1.300,00. No curso, eles aprenderão sobre educação anti-racista, teoria e prática sobre o Bitcoin, inglês e aulas optativas de análises de dados. Após o período de formação, como resultado final, os alunos oferecerão masterclasses à comunidade negra, multiplicando o conhecimento.

“O Bitcoin é uma das ferramentas mais poderosas do mundo para a liberdade financeira. Juntos, o Instituto GUETTO e a Paxful estão se unindo para construir oportunidades financeiras reais para pessoas reais que muitas vezes são deixadas para trás pelo sistema financeiro tradicional. Estamos expandindo nosso compromisso global com a educação Bitcoin por meio do AfroBit_lab e revolucionando a forma como a população negra no Brasil pode acessar mais ferramentas e recursos para prosperar”, diz Renata Rodrigues, Líder Global de Comunidade e Educação na Paxful

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