‘Tem que negociar Bitcoin’, diz hacker preso pela PF; dados de 223 milhões de brasileiros foram vazados de órgão do governo
Polícia Federal começa a esclarecer maior vazamento de dados da história brasileira, depois de hacker oferecer informações em troca de Bitcoin.
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira o hacker suspeito de vazar uma base de dados com informações de 223 milhões de cidadãos brasileiros, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
O hacker Marcos Roberto Correia da Silva, que tinha a alcunha de VandaTheGod, teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Além de ser suspeito de vazar o grande volume de dados sensíveis, Marcos Roberto também é investigado pela invasão dos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral nas eleições municipais de 2020 e pela Polícia Civil de São Paulo em outro caso de cibercrime, não revelado pela matéria.
Segundo a matéria, o hacker teria publicado no Twitter que os dados vazados não pertenciam ao Serasa, como havia suspeita na época do vazamento, mas de uma empresa privada ligada ao governo federal.
Não está claro, porém, se os dados foram conseguidos através de invasão ou revendidos para o hacker pelos verdadeiros invasores.
O hacker também publicou que para ter acesso aos dados os interessados precisariam negociar em Bitcoin:
“Não foi o Serasa que foi hackeado, não, foi outra empresa privada que está ligada ao governo. Eu tenho e não vou passar, tem que negociar BTC, propostas”
Em nota, a Polícia Federal alegou que “identificou o suspeito pela prática dos delitos de obtenção, divulgação e comercialização dos dados, bem como um segundo hacker que estaria vendendo os dados por meio suas redes sociais”.
A PF teria chegado a VandaTheGod porque ele estaria fazendo anúncios informais de venda da base de dados no Twitter.
Segundo a empresa de segurança cibernética Psafe, os dados foram vendidos através de Deep Web, depois que o hacker disponibilizou uma versão reduzida para comprovar que a base de dados era legítima.
Como noticiou o Cointelegraph Brasil, o caso é tratado como o maior vazamento de dados da história do Brasil e já é investigado pela recém-criada Agência Nacional de Proteção de Dados. Segundo especialistas, os efeitos da invasão e vazamento serão sentidos “por anos” pela sociedade.
Nesta semana, um outro vazamento também chamou atenção das autoridades. Hackers teriam disponibilizado na Deep Web dados do sistema da rede PoupaTempo, ligada ao governo do estado de São Paulo. O Prodesp, responsável pela rede, nega o vazamento.
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