Testemunha acusa Cláudio Oliveira, do Grupo Bitcoin Banco, de ameaçá-la com uma arma
Detalhes da investigação da Polícia Federal sobre o Grupo Bitcoin Banco mostram que comandante do esquema tinha comportamento agressivo e chegou a ameaçar testemunha com uma arma de fogo.
A investigação da Polícia Federal que prendeu nesta semana o dono do Grupo Bitcoin Banco, Cláudio Oliveira, revelou os bastidores da queda da pirâmide financeira que deixou um prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos investidores e relata o comportamento agressivo do proprietário do GBB, que teria até apontado uma arma contra uma das testemunhas.
Segundo reportagem do noticiário paranaense Meio Dia Paraná, de uma afiliada da TV Globo, em 2019 Oliveira suspendeu todos os saques na plataforma do GBB alegando um “ataque hacker” que nunca foi comprovado.
Uma testemunha diz que o valor “roubado” do GBB era de R$ 50 mil e que o dono do GBB teria inclusive feito um Boletim de Ocorrência sobre o caso. Porém, como revela a investigação que levou a prisão de Cláudio Oliveira, o dono do esquema negou-se a colaborar com as autoridades e nunca conseguiu comprovar a invasão. O GBB ruiria com os investimentos de milhares de pessoas pouco tempo depois.
O relato continua:
“Quando a crise se instalou no GBB, alguns colaboradores começaram a achar estranho o ocorrido, pois afinal o GBB era o 1o. do mundo no ranking e o furo da plataforma anunciado não era tão grande em relação ao volume de dinheiro que passava nas plataformas, mas todos que o questionavam viravam inimigos mortais, eram deixados de lado ou mandados embora.”
A investigação pode explicar o comportamento irascível de Oliveira: segundo a PF, os Bitcoins custodiados e negociados pelo Grupo Bitcoin Banco na verdade nunca existiram:
“Em verdade se tratavam de ‘bitcoin test’, ou seja, que o grupo criminoso não negociava realmente a criptomoeda, mas apenas um dado que simulava o verdadeiro Bitcoin”
Outra testemunha relata que em uma das reuniões que ocorreram no GBB depois do começo da crise que bloqueou todos os valores dos clientes da empresa, Cláudio Oliveira “entrou na sala dizendo que teria descoberto como dar calote corretamente encoberto pela lei, com a recuperação judicial”.
É a partir daí que a mesma testemunha relata ter sido ameaçada pelo dono do GBB com uma arma de fogo por não ter feito um saque em dinheiro no valor total solicitado por ele:
“Ele sempre teve muita lábia, tinha resposta para tudo, conseguia convencer as pessoas de que ele estava certo e de que era um empresário de sucesso, que tinha empresas na Europa e nos EUA. Quando o sr. Cláudio era contrariado, ou encurralado, ou acuado, ele mudava d postura, se transformava em alguém agressivo. Solicitou que eu realizasse um saque de R$ 30.000 e voltei para o GBB com valor menor que o solicitado, acho que com metade apenas. Nesse dia entrei na sala dele e ele puxou uma arma da cintura e apontou para mim. Eu não fiquei tão preocupada ou apreensiva porque acreditava que a arma estava descarregada”
Em nota, a defesa do dono do Grupo Bitcoin Banco diz que só vai se manifestar nos autos do processo.
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