Revista Wired liga NFTs à devastação ambiental e fãs acusam banda Gorillaz de ‘prejudicar o meio ambiente’

Consumo energético da Ethereum é apontada como principal fator de impacto ambiental de NFTs; fãs do Gorillaz querem que banda abandone projeto de tokenizar álbum histórico.

A prestigiada revista americana voltada a temas de tecnologia Wired se viu envolvida em uma polêmica depois de criticar a banda Gorillaz por lançar um token não fungível (NFT) de seu primeiro álbum.

Uma reportagem na edição mensal da Wired trata do impacto energético de NFTs e chega ao relançamento do primeiro álbum do Gorillaz, a conhecida banda virtual de trip rock britânica criada no ano de 1998 pelo líder do Blur, Damon Albarn e pelo cartunista Jamie Hewlett.

O Gorillaz decidiu comemorar 20 anos do disco, Plastic Beach, com o lançamento do trabalho em um token não fungível, algo que está se tornando tendência no mercado musical, com outras bandas famosas como Kings of Leon seguindo o mesmo caminho.

A reportagem da Wired, porém, traz uma provocação: a publicação acusa o Gorillaz de causar “um impacto muito negativo nas alterações climáticas”, já que a emissão de tokens não fungíveis dispenderia de muita energia.

A confusão foi ainda maior porque o primeiro disco do Gorillaz traz justamente um tema ambiental, com denúncias sobre a devastação do planeta e sobre o aquecimento global.

A matéria sensibilizou os fãs, que cobraram o Gorillaz pelo compromisso ambiental, dizendo-se desapontados pela banda lançar um NFT:

Os fãs do Gorillaz teriam até se reunido em um abaixo-assinado para tentar sensabilizar os integrantes a desistir do projeot de NFT.

No começo de março, a revista Time também publicou uma matéria sobre os impactos ambientais dos tokens não fungíveis, lembrando que os NFTs são emitidos em sua maioria em Ethereum, uma rede também altamente custosa em termos energéticos.

Por outro lado, a Ethereum é um ecossistema gigantesco que abriga os NFTs em uma pequena parte, coexistindo com tokens DeFi, forks de outras blockchains, stablecoins e outros tokens emitidos diretamente em blockchain.

Já existem projetos para a venda de NFTs “verdes”, emitidos em blockchains que causam menos impacto ambiental – o que pode ser uma tendência para os próximos anos.

Por outro lado, os NFTs também têm sido apontados como a “transação mais ineficiente” de todas as blockchains, especialmente os emitidos na Ethereum.

É importante também esclarecer que nem toda blockchain ou criptomoeda ou token é necessariamente poluente ou com grande impacto energético. Há uma série de projetos em blockchain usados justamente para iniciativas sustentáveis, como a blockchain da brasileira Moss, usada para a emissão de créditos de carbono.

A tecnologia blockchain tem ganhado muito espaço no mercado da música, com bandas tokenizando seus trabalhos e até uma plataforma de streaming que promete concorrer com o Spotify: a Audius, comprada pela Binance no fim de 2020.

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