Por que ainda não existem soluções em VR para Decentraland ou The Sandbox?
“A VR sempre fez parte da visão de Decentraland”, disse um desenvolvedor que trabalha no cliente VR da plataforma ao Cointelegraph.
O metaverso e a realidade virtual (VR) andam de mãos dadas na imaginação do público e plataformas como Somnium Space, Crypto Voxels e Meta’s Horizon Worlds já oferecem suporte à tecnologia.
Mas, apesar de se apresentar como uma “plataforma de realidade virtual descentralizada” em seu site, a plataforma de metaverso 3D baseada em navegador do Decentraland ainda carece de aplicações de VR.
Sean Ong, fundador do XR Dev Studio, especializado em realidade estendida, faz parte de uma equipe que desenvolveu uma versão “alfa” da plataforma de VR de Decentraland. Ele explicou que, embora “a VR sempre tenha feito parte da visão da Decentraland”, a Decentraland Foundation tem priorizado a implementação de recursos fundamentais antes da VR.
“A equipe que foi a principal responsável pelo desenvolvimento do Decentraland, tem estado superocupada implementando diferentes recursos, os recursos fundamentais, construindo-o, que a VR ainda não chegou muito longe na lista de prioridades.”
Ong é membro da DAO de Decentraland, e ele e a sua equipe receberam subsídios para desenvolver souluções em VR para Decentraland após enviarem uma proposta para a plataforma.
No entanto, o financiamento apenas permitiu que eles criassem uma versão alfa de uma versão VR, que era apenas uma “porta VR” que carecia de estabilidade, disse ele.
Ong disse ao Cointelegraph que os desafios em trazer a VR para Decentraland se devem ao fato de a plataforma ser “fundamentalmente incompatível com VR.”
A portabilidade da VR envolve retrabalhar o código original para torná-lo compatível com outras plataformas, e Ong observa que, embora isso signifique economizar tempo e esforço inicialmente, o desenvolvedor precisaria fazer alterações na porta sempre que o projeto principal for atualizado.
Construir um cliente de VR dedicado levaria muito mais tempo, mas isso o desvincularia do projeto principal, tornando-o mais resiliente a longo prazo, explicou.
Ong e sua equipe pediram um financiamento adicional de US$ 240.000 por meio de uma proposta apresentada em 14 de dezembro para desenvolver um cliente de VR dedicado, mas ela não foi aprovada, com mais de três quartos dos votos optando pelo não.
Realidade virtual no The Sandbox?
O Cointelegraph também procurou Sébastien Borget, cofundador do metaverso baseado em blockchain The Sandbox, para questioná-lo sobre suas ideias a respeito da realidade virtual no metaverso.
Borget sugeriu que, embora os metaversos eventualmente existam em VR, a prioridade do The Sandbox para 2023 é criar soluções para dispostivos móveis e eles “não têm planos imediatos ou futuros para VR.”
“Achamos que a tecnologia VR não está madura ou popular o suficiente, então estamos nos concentrando em tornar o metaverso mais popular e acessível a todos”, disse ele.
Enquanto isso, questionado sobre as críticas recentes aos 8.000 usuários ativos diários do Decentraland, Ong observa que esses números ainda são relativamente baixos e que a plataforma deve visar milhões.
“Hoje em dia, o Metaverso é sinônimo de VR”, diz Ong. Ele acredita que Decentraland seria capaz de integrar muito mais usuários caso oferecesse suporte a realidade virtual em sua plataforma, acrescentando que “VR definitivamente tem que ser um componente importante ” de um metaverso verdadeiramente completo.
Em resposta por e-mail, o diretor executivo da Fundação Decentraland, Agustín Ferreira, afirmou que a DAO poderá eventualmente assumir o desenvolvimento da plataforma, sendo que a fundação pretende apoiar o desenvolvimento da comunidade e criar “incentivos para que os desenvolvedores agreguem valor a todo o ecossistema”.
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