‘Recomendamos investir 15% no mercado imobiliário e 10% no misto com criptomoedas’, revela especialista brasileiro
Especialista brasileiro recomenda que investidores aloquem parte de seus investimentos no mercado imobiliário e a outra parte em criptoativos, unindo o mundo da ‘segurança’ com o mundo da ‘aposta’
Embora o ano de 2020 tenha sido marcado por uma grande crise global causada pela pandemia do coronavírus, para investidores de criptomoedas e também os que optaram pelo mercado imobiliário no Brasil, o ano foi de crescimento.
No caso das criptomoedas, os dois principais criptoativos do mercado, Bitcoin e Ethereum, apresentaram um crescimento vertiginoso e ambos subiram mais de 400%, quando comparado a seu valor em reais.
Além disso, o mercado de criptomoedas viu ‘nascer’ o setor de finanças descentralizadas, DeFi, que ajudou a impulsionar o mercado e o rendimento dos investidores.
No caso do mercado imobiliário no Brasil, embora os ganhos tenham sido menores, o cenário também foi de crescimento.
O mercado dos FIIS passou de 1 milhão de investidores, o que significou uma maior liquidez neste mercado.
Além disso, os aluguéis das cotas de FIIs também se tornaram possíveis, e chamam cada vez mais a atenção dos investidores institucionais.
Desta forma, para Robert Furden Jr, advogado e consultor na Faber Magna Investimentos, em 2021, uma carteira ideal deve ter exposição a estes dois tipos de mercado.
Perfil do investidor
Segundo Furden, em conversa com o Cointelegraph, o investimento em imóveis não é diferente dos demais e para cada perfil de investidor há um tipo de investimento imobiliário, “que cresce em meio às inovações, como o blockchain, por exemplo”.
Desta forma o especialista ressalta que os investidores mais conservadores buscam imóveis no mercado tradicional, mas com preços atrativos ou potencial de valorização, bem como buscam fugir dos riscos, complicações e burocracias.
Já para outros investidores, Furden aponta que faz mais sentido procurar os fundos imobiliários, que trazem ganhos que podem ser expressivos no âmbito conservador.
Furlan destaca também que o mercado imobiliário também tem oportunidades interessantes quando há momentos de crise econômica.
“Na crise alguns ativos imobiliários são comercializados por preços bem atrativos, é aí que o investidor pode aproveitar e comprar. Os leilões de imóveis também mostram boas oportunidades de investimentos em meio à crise, com descontos de 50 a 80% sobre o valor de avaliação, possibilitando lucro consistente”, disse.
Porém, diferente dos criptoativos ou outros mercados, no caso do mercado imobiliário o ‘resgate’ do dinheiro investido pode ser um processo muito mais lento.
“A diferença no mercado imobiliário, exceto fundos, é a liquidez, se você compra um imóvel, na planta, em construção, pronto ou em leilão, o prazo da realização da venda é mais lento. Existe todo um trâmite para venda, mas enxergando o investimento como um “colchão de segurança”, pensando em alocar investimentos que tragam solidez e tranquilidade, faz todo o sentido investir nesse mercado”, aponta.
Tokenização
Ainda segundo Furden, a tokenização é uma tendência cada vez mais latente no mercado imobiliário.
“A tokenização é uma tendência específica para grandes players do mercado, que vão constituir grandes fundos mesclando blockchain, criptoativos e lastreando com artigos mais sólidos e conservadores, como os imóveis”, disse.
Segundo ele, essa mescla surpreende atualmente na rentabilidade, pois se aproveita do melhor dos dois mundos, a elevação de preços das criptomoedas, mas também a compra dos ativos que se dá de maneira inteligente, técnica aproveitando o fator crise.
“De um lado a valorização das criptomoedas, por outro lado a segurança dos imóveis, reduzindo riscos e trazendo solidez ao investimento”, disse.
Onde investir
Segundo o especialista, não há uma regra geral sobre onde investir.
“Há diferentes fundos imobiliários e todos devem ser analisados com bastante minucia. Alguns podem sofrer uma estagnação por conta de eventual vacância, pois estamos passando por crise e os efeitos econômicos dela devem perdurar por mais tempo”, disse.
Porém, com relação aos criptoativos, Furden aponta que no ano passado vivenciamos um ano histórico para as criptomoedas.
“Alguns apontam uma possível realização de lucro, mas por outro lado, pelo fluxo de investimento nesse tipo de ativo, outros especialistas indicam que há suporte para a manutenção dos preços. A questão vai ser fazer a leitura correta, se vai estagnar, subir ou cair.”, afirma.
Desta forma, o especialista recomenda que os investidores podem aproveitar o melhor dos dois mundos.
“Para quem possui maior capacidade de investimento, recomendo especial atenção aos leilões de imóveis, pois o estoque dos Bancos (imóveis retomados) está em patamar muito elevado, com tendência de crescimento, bem como as ações judiciais que acarretam mais leilões de imóveis”, disse.
Assim, segundo ele, no geral há oportunidades relevantes, pois os indicadores apontam alta, o IGPM (Índice de reajuste da maior parte dos contratos de aluguel) teve expressiva elevação, refletindo positivamente no rendimento dos fundos imobiliários.
“Quanto ao montante a ser alocado, depende muito do apetite por risco e conhecimento do investidor. Os fundos imobiliários são mais conservadores, criptos e fundos que mesclam os dois mundos mais arrojados. Estamos recomendando que 50% da carteira seja encaminhada para esses ativos, alocando 30% no tradicional (FII e leilões) e 20% no misto com cripto, podendo inverter os patamares de acordo com o perfil e acompanhamento constante das tendências”, concluiu.
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