Investimentos de capital de risco em empresas de criptomoedas da América Latina crescem 10 vezes em 2021 e chegam a R$ 3,3 bilhões

Grupo 2TM, contrloador da exchange Mercado Bitcoin, foi a empresa brasileira do setor de criptomoedas que recebeu os maiores aportes, R$ 1,5 bilhão, e atingiu um valor de mercado de R$ 11,4 bilhões, de acordo com estudo da LAVCA (Associação para o Investimento de Capital Privado na América Latina).

Os investimentos de capital de risco em empresas de criptomoedas e blockchain na América Latina atingiram R$ 3,3 bilhões em 2021, montante quase 10 vezes maior do que foi investido no ano anterior, de acordo com um relatório publicado pela LAVCA (Associação para o Investimento de Capital Privado na América Latina). Em 2020, as startups latinamericanas do setor haviam recebido apenas R$ 353,6 milhões.

A maior parte dos investimentos foi absorvida por exchanges de criptomoedas e plataformas de negociação para usuários do varejo, que ao todo receberam US$ 3,1 bilhões.

O Grupo 2TM, controlador do Mercado Bitcoin, foi a empresa brasileira que recebeu os maiores aportes dos fundos de capital de risco, tornando-se o primeiro unicórnio da indústria local de criptomoedas. Em três rodadas de investimento, a controladora da maior exchange de criptomoedas do país recebeu R$ 11,4 bilhões, atingindo um valor de mercado de R$ 11,4 bilhões.

Antes disso, em maio de 2021, a Bitso, uma uma exchange de criptomoedas mexicana que também mantém operações na Argentina e na Colômbia, levantara US$ 250 milhões e tornou-se o primeiro unicórnio cripto da América Latina.

Três exchanges de criptomoedas argentinas também receberam aportes impulsionadas pelo crescimento da adoção e de suas bases de usuários ao longo do ano passado. Em agosto, a Lemon Cash e a Buenbit captaram R$ 83,2 milhões e R$ 57,2 milhões, respectivamente, e em setembro a Ripio, exchange que também opera no Brasil, levantou R$ 260 milhões.

Também no ano passado, um dos principais fundos de capital de risco da América Latina, o Kaszek, realizou seu primeiro investimento no setor DeFi (finanças descentralizadas), liderando uma rodada de US$ 3 milhões na Exactly, uma protoclo que está desenvolvendo uma plataforma de crédito não custodial de código aberto na blockchain do Ethereum (ETH).

Outras empresas brasileiras do setor de criptomoedas e blockchain que atraíram investimentos foram a Liqi (R$ 28,6 milhões), empresa de tokenização de ativos, e a Gavea Marketplace (R$ 26 milhões), uma bolsa digital para comercialização de commodities.

Sob uma perspectiva mais ampla, os investimentos dos fundos de capital de risco na América Latina somaram R$ 81,6 bilhões em 2021, um crescimento de 282% em relação ao ano anterior, quando o total aportado nas empresas da região fora de R$ 21,3 bilhões investidos em 2020, segundo a LAVCA.

O Brasil foi o país da região que atraiu a maior quantidade de capital: R$ 39 bilhões distribuídos entre 419 aportes, um crescimento de 215% em relação ao ano anterior. Em seguida, vieram México (R$ 18,2 bilhões), Colômbia (R$ 7,8 bilhões) e Argentina (R$ 6,2 bilhões). 

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