Vendedor P2P brasileiro tenta dar calote em comprador de São Paulo e caso acaba na Delegacia
Um vendedor P2P tentou dar calote de mais de R$ 100 mil em comprador e caso acabou na Delegacia e em processo judicial
Uma negociação de Bitcoin, via p2p (quando uma pessoa vende diretamente para outra) acabou virando caso de Polícia no estado de São Paulo quando um vendedor tentou dar calote em um comprador em uma transação que pode ser considerada bem ‘estranha’ para os padrões do setor. O caso foi relatado inicialmente CriptoFácil.
Segundo a publicação um vendedor, que não teve seu nome revelado, mas assina as transações como “Lcoliveira” teria oferecido a um comprador 5 Bitcoins pelo valor de R$ 122.899,00. Valor que estaria com um deságio, prática não usual entre os vendedores p2p que geralmente vendem o Bitcoin com um spread de até 3% e não com deságio. A transação teria sido realizada em 12 de julho de 2018, quando o Bitcoin estava cotado a US$ 6264 cerca de R$ 24.000 no Brasil
Além disso a operação, segundo a publicação, teria que ser realizada presencialmente em um hotel em Santo André, região metropolitana de São Paulo, outra prática pouco usada pelos vendedores de p2p nacionais que, geralmente, não realizam operações presenciais por temerem tentativas de assalto e outros possíveis golpes.
No caso o comprador teria saído de São José dos Campos e ido até o hotel para realizar a compra. Chegando até o local, combinou os detalhes com o comprador e acertou uma transação inicial de R$ 22.889,00 por 1 Bitcoin. Fez a transferência do dinheiro e, no mesmo momento, o vendedor realizou a transferência do Bitcoin com o hash 497a6d6ae4617c687ca3d2b0522afe5db0c31fe3aefd36de03bece8abe7014c1. Após as confirmações na blockchain o comprador acusou o recebimento do criptoativo.
Então, os participantes negociam a compra de mais 4 Bitcoins por cerca de R$ 100 mil. Da mesma forma que na outra transação o comprador fez a transferência e o comprador afirmando que teria mandado os Bitcoins compartilhou o que seria um comprovante da transação constando os 4 BTC e teria pedido para ir ao banheiro, só que ao sair do local da negociação, nunca mais voltou.
O comprador então notou que a transação não estava registrada na blockchain e, portanto, nunca seria confirmada, indicando que o comprovante era supostamente falso, fato que ficou ainda mais latente na medida em que o vendedor não voltava do suposto banheiro.
Percebendo que teria sido vítima de um suposto golpe voltou para São José dos Campos onde registrou queixa na 8ª Delegacia de Polícia de São José dos Campos/SP e, com ajuda da Polícia, conseguiu bloquear o valor depositado ao vendedor. Contudo, segundo relata a reportagem, o dono da conta seria uma terceira pessoa que sabia da negociação mas não estava presente fisicamente no hotel, indicando que o vendedor no hotel em Santo André seria seu representante.
Com os valores bloqueados o dono da conta começou a enviar mensagens ao comprador ameaçando que lhe causaria ‘problemas’ caso o valor não fosse depositado novamente pois sua conta teria sido bloqueada por conta do caso. As ameaças e o suposto golpe motivaram o comprador a abrir uma ação judicial contra os envolvidos e, segundo decisão publicada em 06 de março de 2020, a justiça determinou busca e bloqueio de valores via Bacenjud para ressarcir o vendedor por conta de todo o transtorno causado pelos supostos golpistas, contudo nada foi encontrado.
Apesar do tempo, a transação foi realizada em 2018, o caso ainda segue sendo analisado pela Justiça.