Leidimar Lopes e líderes da Unick Forex serão julgadas pela CVM mas investidores da empresa vão continuar sem receber

Líderes da Unick Forex serão julgados pela CVM que pode aplicar multas de até R$ 1 milhão em Leidimar Lopes

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou que realizará nesta terça-feira (8/12), às 15h, sessão de julgamento do processo envolvendo os líderes da Unick Forex.

Desta forma, Leidimar Bernardo Lopes, Alberi Pinheiro Lopes e Fernando Marques Lusvarghi terão suas condutas a frente da Unick Forex analisadas pela CVM.

O processo na CVM foi instaurado para apurar suposta emissão e distribuição públicas de valores mobiliários sem autorização da autarquia o que configura crime.

“as evidências colhidas no presente processo deixaram claríssima a existência de esquema fraudulento que consistia em convencer investidores a aportar recursos junto à Unick contra promessas de alta rentabilidade (…) as promessas feitas pela Unick de altos lucros garantidos com ganhos adicionais pela indicação de outros investidores apontam fortemente para indícios de uma estrutura de pirâmide financeira”, declarou a CVM em sua acusação contra a empresa.

O julgamento da Unick Forex pela CVM pode complicar ainda mais a vida dos líderes da empresa que já enfrentam diversos processos judiciais e também Federais, sendo acusados de crime contra a União pelo Ministério Público Federal.

Porém para os investidores da Unick Forex que perderam dinheiro na empresa nada muda pois o processo na CVM julga a atividade irregular da empresa por oferecer investimentos (em valores mobiliários) sem autorização.

No entanto, como a CVM pode aplicar uma multa tanto as lideranças da Unick como a empresa em si os valores apreendidos pela Polícia Federal na Operação Lamanai ao invés de serem usados para pagar os investidores podem ser usados para pagar as dívidas com a União e, com isso, a multa que pode ser aplicada pela CVM.

Unick Forex

A Unick Forex é acusada de ser uma das maiores pirâmides financieras da história do Brasil tendo movimentado até R$ 22 bilhões durante seus anos de operação.

A empresa que tinha sede no Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul, oferecia lucros de até 400% através de investimentos em criptomoedas e, por conta de suas atividades e golpes em outubro de 2019, foi alvo da Polícia Federal que derrubou a pirâmide de R$ 12 bilhões e prendeu todos os envolvidos, o que representou o fim da empresa.

Porém os clientes seguem sem receber até hoje.

Sócios estão soltos

Apesar da operação que prendeu os envolvidos com a Unick Forex em 2019, mais de um ano depois todos os sócios da empresa estão soltos. A empresa já estava na mira das autoridades desde 2017, quando bancos começaram a informar movimentações suspeitas.

O Ministério Público chegou a promover um leilão dos automóveis de luxo ligados à empresa em outubro de 2020, mas não deu mais detalhes sobre os fundos levantados e o ressarcimento de quem foi prejudicado pelos crimes da Unick.

Em um áudio vazado em março de 2020, o líder do esquema, Leidimar Lopes, reclamava dos clientes desfalcados “mendigarem” R$ 100.000.

Entre as descobertas das investigações do MP, as autoridades afirmam que a Unick chegou a tentar comprar um banco e planejava aprovar o negócio junto ao Banco do Brasil com a colaboração de um lobista.

Com o fim da Unick Forex, uma legião de “líderes” – como eram conhecidos os afiliados que atraíam clientes para o esquema – da empresa passou a atuar em outras empresas suspeitas de pirâmide financeira, entre elas a MoGuRo.

A Unick Forex e os sócios também tinham uma audiência marcada para responder às acusações de crimes financeiros junto à Justiça no primeiro semestre deste ano, mas a pandemia acabou levando ao adiamento do processo.

Confira o retório do presidente da CVM sobre a Unick Forex

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