Confiança em um ciclo de alta das criptomoedas segue aumentando, aponta relatório do MB Research

Desenvolvimentos em infraestrutura, sentimento dos investidores de Bitcoin e valorizações no primeiro semestre deste ano aumentam confiança dos investidores

No dia 4 de agosto, o MB Research publicou seu relatório que resume o primeiro semestre do mercado de criptomoedas. Avaliando as altas nos preços dos criptoativos no período, as inovações ocorridas na indústria blockchain e os dados da rede do Bitcoin (BTC), o relatório aponta que “a confiança de que um bull market se aproxima segue aumentando”.

Valorização expressiva e investidores firmes

Embora o Bitcoin esteja, atualmente, preso em uma faixa de preço que varia entre US$ 29 mil e US$ 31 mil, o primeiro semestre foi muito benéfico para o criptoativo. A valorização do BTC no período foi de 84%.

Usando dados extraídos da blockchain do Bitcoin, o MB Research aponta que 14,4 milhões de BTC pertencem a investidores focados no longo prazo. Isso é equivalente a 74% de todo o suprimento do criptoativo em circulação.

O relatório avalia também que o comportamento dos investidores de longo prazo do BTC segue a mesma tendência dos últimos anos: acumular na baixa e lucrar durante períodos de valorização.

“O que nos faz acreditar que esse acúmulo de Bitcoins só vai parar quando os preços estiverem reagindo positivamente. Portanto, acreditamos no aumento da posição ou em uma subida nos preços do Bitcoin”, afirma a equipe de analistas do MB Research.

Autocustódia cresce

Outro dado extraído da blockchain do Bitcoin é a movimentação de BTC para fora das exchanges. Até abril deste ano, investidores estavam movendo seus saldos em BTC para as exchanges, em um movimento que pode ser interpretado como intenção de venda.

Desde então, contudo, 28 mil BTC já foram retirados de exchanges. Até março de 2020, o MB Research indica que uma tendência de entrar de Bitcoins em exchanges era exibida. O cenário mudou após a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar a pandemia de Covid-19. 

“E a explicação para esse movimento é a de que o investidor institucional não deixaria seu saldo de bitcoins em exchanges e que ele prefere movê-los para custódia própria ou uma terceirizada escolhida por ele”, destaca.

Total de BTC nas exchanges (linha laranja) em queda. Imagem: MB Research/Glassnode

Dominância do Bitcoin e seu significado

O relatório publicado pelo MB Research também dá ênfase à dominância do Bitcoin. No início do ano, o BTC representava 40% do valor total do mercado cripto. Em seis meses, no entanto, sua participação cresceu para 52%.

O crescimento na dominância do Bitcoin pode indicar duas coisas. A primeira é que o crescimento do mercado cripto no primeiro semestre se deve, em grande parte, à maior criptomoeda em valor de mercado; a segunda, porém, não é tão positiva: momentos de grande dominância do Bitcoin ocorrem durante ciclos de baixa no mercado, conhecidos como bear market.

“Historicamente, a dominância do bitcoin sobe em período de bear market e de recuperação e só volta a cair em bull markets”, explicam os analistas do MB Research. Apesar do sinal de que o mercado passa por um ciclo de baixa, a alta dominância do BTC representa também um momento de recuperação, o que é positivo.

Dominância do Bitcoin (linha laranja). Imagem: MB Research/Glassnode

Maiores valorizações

Apesar do primeiro semestre forte, o Bitcoin não foi o criptoativo com maior valorização no período. O Bitcoin Cash (BCH) foi o destaque em valorização no ano, com alta superior a 180%.

“Esse movimento foi desencadeado pela notícia de uma nova exchange, EDX, financiada por grandes players e que listará BCH em sua plataforma”, aponta o relatório.

Dez criptoativos com as maiores valorizações no primeiro semestre de 2023. Imagem: MB Research

Avanços em infraestrutura

O relatório também identifica movimentações relevantes feitas no campo de infraestrutura. No Ethereum, o estado deflacionário da Ether (ETH) e o aumento expressivo no número de validadores são os dois principais apontamentos feitos no relatório. Atualmente, mais de 80 mil validadores aguardam na fila para reforçar a segurança do Ethereum.

Os analistas do MB Research também avaliam que a manutenção do número de desenvolvedores ativos em 6 mil é muito positiva, com possibilidade de crescimento para 10 mil em um próximo ciclo de alta.

A Solana também exibiu desenvolvimentos importantes em seu ecossistema no primeiro semestre de 2023. Um deles é o State Compression, aponta o MB Research. Em suma, essa nova funcionalidade barateia consideravelmente a emissão de novos NFTs na rede.

Além disso, a Solana segue investindo em seus dois maiores nichos, que são as aplicações para dispositivos móveis e NFTs. “Tem um grande potencial de crescimento caso sejam resolvidos seus principais problemas, como as outages [quedas experienciadas na blockchain].”

Outros desenvolvimentos positivos incluem: a inclusão de uma ponte para ativos da rede Ethereum, chamada deBridge; o desenvolvimento de um novo client, chamado Firedancer, que promete processar um milhão de transações por segundo; e a predominância de avaliações positivas sobre o Saga Phone, primeiro celular totalmente dedicado à Web3 lançado pela Solana Labs.

A Polygon também teve espaço no relatório, em razão do anúncio de sua ‘versão 2.0’. Essa nova fase da Polygon inclui a criação de um token que substituirá o MATIC, chamado POL; a transformação da blockchain baseada no consenso de prova de participação para validium; a possibilidade de criação de novas blockchains no ecossistema Polygon; e a utilização dos validadores da rede para todas as soluções do ecossistema.

Outras blockchains em estados iniciais que o MB Research considera dignas de atenção são: Sui, Waves, Sei, Aptos e Metis. Um ponto em comum dessas blockchains de primeira camada é a presença de fortes fundos de capital de risco apoiando suas operações.

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