Tsunami de R$ 3 bilhões: SOL ainda pode cair mais 20% durante a madrugada

Quantidade massiva de SOL deixando o staking às 6h06 pode ser uma tsunami atingindo o preço da criptomoeda

Dados do Solana Compass apontam que 53.628.996 SOL, US$ 742,7 milhões na cotação atual, serão destravados do staking às 6h06 de quinta-feira (10). Um especialista ouvido pelo Cointelegraph Brasil acredita que há uma grande possibilidade desse montante ser liquidado, causando uma queda de 10% a 20% no SOL.

Imagem: Solana Compass

SOL em risco

O colapso da FTX, além de prejudicar o token da própria exchange, o FTX Token (FTT), também está prejudicando a Solana (SOL). Nas últimas 24 horas, o SOL registra queda de 44,4%, cotada a US$ 14,22. 

O motivo da queda é o fato da Alameda Research, empresa de trading ligada à FTX, ter US$ 1,3 bilhão em SOL em seu balanço. É provável que essa quantia seja liquidada para honrar, ao menos em parte, com as dívidas contraídas pela empresa. 

O movimento exibido pelo Solana Compass mostra que muitos investidores estão retirando seus SOL do staking para, muito provavelmente, liquidar o montante no mercado. Ainda que os mais de US$ 740 milhões em SOL não sejam, de fato, despejados no mercado, apenas o temor de que isso ocorra já é o suficiente para causar um movimento de venda entre os investidores.

André Franco, Head de Research do Mercado Bitcoin, diz que é “bem provável” que haja a venda dos mais de 53 milhões de SOL. “Acredito que isso causará uma queda forte, de 10% a 20%, só através desse fato isolado”, avalia Franco.

Solana Labs tenta tranquilizar o mercado

Mesmo com o risco de uma forte pressão de venda, Anatoly Yakovenko, cofundador da Solana Labs, tentou tranquilizar os investidores no Twitter.

Yakovenko comentou que a Solana Labs possui capital para continuar saudável durante por mais 30 meses, e que as reservas estão mantidas em dólares. Ele também fez outra publicação elogiando os desenvolvedores do ecossistema Solana, que são responsáveis por “aumentar a resiliência da rede”.

“Nós lançamos em 2020, após o mercado colapsar e o mundo entrar em lockdown. Mastigar vidro está no nosso DNA, e superaremos isso juntos.”

As publicações feitas no Twitter por Yakovenko, contudo, não foram suficientes para tranquilizar as exchanges.

Bloqueios em exchanges

O risco de um possível colapso ainda maior no preço do SOL fez com que exchanges paralisassem o envio de criptoativos através da blockchain.

A Crypto.com foi a primeira a se posicionar, bloqueando depósitos e saques feitos através da Solana. A Deribit, por sua vez, também paralisou a expiração de contratos futuros e de opções em SOL. A volatilidade do criptoativo fez com que dYdX e Binance também aumentassem a margem de contratos futuros para 100%. 

Até mesmo o ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês) da Solana está sendo reduzido. Nas últimas 24 horas, o valor total alocado (TVL, na sigla em inglês) na rede caiu 45,58%, atualmente totalizando US$ 622 milhões. É a primeira vez, desde 26 de julho de 2021, que o TVL da Solana fica abaixo de US$ 1 bilhão, apontam dados do DefiLlama.

Uma grande queda

Criada para ser um projeto ‘Ethereum Killer’, com a proposta de superar o Ethereum em escalabilidade através do processamento de 100 mil transações por segundo, a Solana passa por um momento delicado. Nem mesmo a parceria com o Google Cloud, que se tornou um validador da rede, foi suficiente para segurar o preço.

O usuário Foobar, figura proeminente do mercado de criptomoedas, lamentou no Twitter a queda do SOL. “Não é uma blockchain ruim, nem tem traços de pirâmide. Só tem os investidores errados”, disse. Em 2021, a Alameda Research investiu na Fundação Solana durante uma rodada de captação.

Nos últimos sete dias, a queda do SOL foi de quase 60%. Em comparação à sua máxima histórica, registrada em US$ 259,96 no dia 6 de novembro de 2021, a queda é de 94,8%.

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