3 tokens DeFi que subiram até 110% em uma semana de alta para tokens ‘blue chip’ do setor

Pela primeira vez desde o colapso do ecossistema Terra Classic (LUNC), o setor de finanças descentralizadas registra variação semanal positiva tanto na capitalização de mercado dos tokes do setor quanto no valor total bloqueado em protocolos DeFi.

Assim como o restante do mercado de criptomoedas, a capitalização de mercado dos tokens DeFi (finanças descentralizadas) estabilizou-se nos últimos sete dias. Inclusive, as moedas de alguns projetos “blue chip” registraram valorizações substantivas nos últimos dias, recuperando-se ao menos parcialmente das perdas infligidas pelo colapso do Terra Classic (LUNC) sobre o setor.

Na semana passada, a exchange descentralizada Uniswap (UNI) ultrapassou momentaneamente o Ethereum (ETH) no volume de receitas diárias geradas em taxas de transação e o UNI chegou a registrar valorização de 40%. Esta semana, os protocolo Compound (COMP) e Yearn.finance (YFI) vem registrando ganhos de dois dígitos.

Em comum, os três foram projetos que ganharam destaque durante o verão DeFi de 2020, mas já há algum tempo os preços dos seus tokens nativos não vinham apresentando um bom desempenho no mercado.

Com esse impulso, a capitalização total de mercado dos tokens DeFi registrou uma alta de 3%, estancando uma queda que se mantinha constante desde meados de abril, de acordo com dados do CoinGecko. Na tarde desta terça-feira, os tokens do setor de finanças descentralizadas somam US$ 38 bilhões em capitalização total de mercado.

O valor total bloqueado (TVL) em protocolos DeFi também cresceu 2,4%, de acordo com informações da plataforma de monitoramento de dados DeFi Llama, interrompendo um fluxo negativo que retirou US$ 170 bilhões do setor desde 5 de maio. Todos as principais redes de contratos inteligentes registraram uma pequena variação positiva do TVL, exceto pela Tron (TRX), com uma queda de 0,6%.

Avalanhce (AVAX) liderou os ganhos, com 3,1%, seguida por Solana (SOL), com 2,9%, Fantom (FTM) e BNB Chain (BSC), com 1,6%, e a líder Ethereum, com 1,4%.

Na primeira semana de boas notícias para o setor em pelo menos três meses, DFI.Money (YFII), Terra Classic (LUNC) e Compound registraram ganhos de até 110%.

DFI.Money (YFII)

O DFI.Money é um hard fork do Yearn.finance, o popular agregador de yield farming criado por Andre Cronje para oferecer as melhores opções de rendimento aos usuários de protocolos DeFi.

Assim como o Yearn.finance, o DFI.Money foi lançado em julho de 2020 após um dissenso que dividiu a comunidade do projeto. 

A mineração e o farming do YFI foram encerradas e uma proposta para proteger os tokens das baleias provedoras de liquidez (LP) ganhou suporte de 80% daqueles que tomaram parte na decisão sobre a governança do protocolo. No entanto, a decisão não foi implementada, pois a votação não havia atendido ao requisito de quórum mínimo de 33% de votantes.

Diante da decisão, um grupo de usuários optou por fazer um hard fork do protocolo original para criar o DFI.MONEY, com seu próprio token, o YFII.

O hard fork implementou a proposta de aperfeiçoamento conhecida como YIP-8, determinando que as recompensas em YFII diminuíssem a cada semana, seguindo um padrão similar ao do Bitcoin (BTC).

Assim, essencialmente, o O DFI.MONEY cumpre essencialmente o mesmo papel que o Yearn.finance, com apenas algumas regras de governança diferentes no que diz respeito à política econômica do seu token e alguns recursos adicionais.

Através de contratos inteligentes, o DFI.Money configura automaticamente as melhores estratégias de rendimento DeFi para os usuários após a transferência de ativos com um único clique, sem que os próprios usuários configurem manualmente as transações.

Ultimamente, a ação de preço do YFII tem apresentado alta volatilidade. Em 25 de maio, o YFII caiu 70% depois que rumores se espalharam nas redes sociais de que o DFI Money atraiu investidores prometendo um alto rendimento percentual anual (APY), e não seria capaz de honrá-lo.

Após se estabilizar em uma faixa entre US$ 350 e US$ 600 desde então, o YFII disparou a partir de 23 de junho, fazendo com que nos últimos sete dias o token tenha acumulado ganhos de 110%, saltando de US$ 444,67 em 21 de junho para US$ 929,93 nesta terça-feira, 28, de acordo com dados do CoinGecko. A capitalização de mercado do YFII é de 36,7 milhões e ele ocupa a 471ª posição no ranking de criptomoedas.

Desempenho semanal do YFII. Fonte: CoinGecko

Terra Classic (LUNC)

O Terra Classic (LUNC) era o token de governança do fracassado projeto do Terraform Labs de criação da stablecoin algorítmica TerraUSD (USTC). Depois do hard fork que ressuscitou o projeto sobre o nome de Terra 2.0, com a distribuição do LUNA2 para detentores tanto do LUNC quanto do USTC, a rede Terra Classic deixou de ter utilidade prática ou casos de uso relevantes.

Os projetos DeFi antes baseados na rede interromperam suas atividades e tanto o LUNC quanto o USTC viraram meramente um objeto de especulação para traders dispostos a realizar operações de alto risco.

Assim como o LUNC, o USTC e o LUNA2 também registraram uma valorização substantiva esta semana. O motivo que parece ter impulsionado a alta dos três tokens foi a divulgação de um vídeo do grupo de hackers Anonymous no domingo, 26, com ameaças ao CEO do Terraform Labs e líder do ecossistema Terra, Do Kwon.

O Anonymous é um coletivo ativista internacional descentralizado conhecido por orquestrar ataques cibernéticos contra instituições governamentais, agências, corporações privadas e organizações religiosas.

Uma análise do volume de transações sugere que, de fato, o vídeo do Anonymous prometendo vingar os investidores prejudicados pelo colapso do Terra Classic resultou em um movimento positivo para a ação de preço do LUNC.

Embora a peça divulgada pelo Anonymous não acrescente nenhuma informação relevante ou nova ao caso, os investidores que aproveitaram para especular sobre o valor do LUNC podem ter registrado ganhos substantivos, especialmente na segunda-feira, 27.

O token acumula uma alta de 57,7% nos últimos sete dias, tendo saltado de US$ 0,00005951 em 21 de junho para US$ 0,00009219 na tarde desta terça-feira, 28, de acordo com dados do CoinGecko. Atualmente, sua capitalização de mercado é de US$ 597 milhões e o LUNC ocupa a 212ª posição no ranking de criptomoedas.

Desempenho semanal do LUNC. Fonte: CoinGecko

Compound (COMP)

O protocolo de empréstimos descentralizados Compound capturou liquidez do mercado ao promover uma das mais bem sucedidas campanhas de  mineração de liquidez da primeira geração DeFi. Em junho de 2020, o protocolo distribuiu seu token de governança, o COMP para para usuários que houvessem previamente interagido com seu DApp (aplicativo descentralizado).

A iniciativa causou sensação à época porque todos os usuários do protocolo foram contemplados – e não apenas os provedores de liquidez, como era comum até então. Além disso, os incentivos polpudos para quem fizesse yield farming no protocolo contribuíram muito para a expansão de sua base de usuários.

Em pouco tempo, o Compound tornou-se o protocolo de finanças descentralizadas com o maior valor total bloqueado da Ethereum – mais de US$ 20 bilhões em maio de 2021 -, destronando o até então líder MakerDAO (MKR). Com pouco mais de US$ 3,59 bilhões depositados no protocolo, hoje, o Compound é apenas o sexto maior protocolo em termos de TVL na Ethereum.

Passados dois anos do verão DeFi, o Compound ficou para trás em relação ao Aave, protocolo de empréstimos hoje dominante no ecossistema de finanças descentralizadas da Ethereum.

Ainda assim, o COMP acompanhou o movimento de outros tokens DeFi blue chip e valorizou 44% nos últimos sete dias, saltando de US$ 39,57 em 21 de maio para US$ 50,22 nesta terça-feira, 28, de acordo com dados do CoinGecko. Atualmente, a capitalização de mercado do token é de US$ 344,6 milhões, o que o coloca na 108ª posição do ranking de criptomoedas

Desempenho semanal do COMP. Fonte: CoinGecko

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