‘Fim do Boleto’: Volume de negociação com o Pix bate R$ 1 trilhão em 5 meses e Banco Central lança o Pix Cobrança

Pix estréia funcionalidade que pode substituir o boleto bancário e atinge R$ 1 trilhão em volume de transações

O sistema de transações rápidas do Banco Central do Brasil, o Pix, completa seis meses no fim de maio, mas já bateu números expressivos: o volume negociado total chegou a R$ 1 trilhão nesta sexta-feira.

Segundo o Banco Central, o Pix já responde por metade de todas as transferências feitas no Brasil e 1/3 da população bancarizada já usou o sistema. Nos primeiros 5 meses, 404 milhões de chaves foram cadastradas no sistema, a grande maioria (94%) são pessoas físicas.

O desempenho surpreendeu o Banco Central e pode ganhar ainda mais força nos próximos meses, com o lançamento de novas funcionalidades.

O volume, além de chegar em R$ 1 trilhão, só cresceu desde o lançamento. Em janeiro de 2021, o Pix já negociava mais de R$ 150 bilhões por mês, passou para R$ 200 bilhões em fevereiro, R$ 270 bilhões em março e fechou abril acima dos R$ 300 bilhões.

Ângelo Duarte, do Departamento de Competição e Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, falou ao G1 sobre as propostas do Banco Central de lançar o Pix Saque – que vai permitir saques em dinheiro através do sistema – e o Pix Troco – que vai liberar o troco em dinheiro para transações do Pix. As funcionalidade são previstas para agosto de 2021:

“Essa é uma funcionalidade que vai trazer muitos benefícios à população, principalmente às pessoas que vivem nas periferias das grandes cidades, onde as redes de ATM [caixas eletrônicos] não estão tão presentes, e nas pequenas cidades também”

Duarte ainda revela que o Banco Central estuda formas de certificar transações “offline” com o Pix, sem precisar de acesso à internet, agregando a população sem acesso à rede. Ângelo Duarte também falou sobre as eventuais fraudes no sistema:

“Não existe fraude no PIX, nos sistemas do PIX. O que existe, de fato, são aquelas tentativas de obter dados bancários, dados pessoais das pessoas através do envio de SMS, de email. São tentativas de fraude que usam o PIX nesse momento porque o PIX está muito em evidência”

Pix Cobrança e o fim do boleto

Depois de um adiamento em março, nesta sexta-feira o Banco Central lançou a mais nova funcionalidade do Pix, o Pix Cobrança, que promete competir com o tradicional boleto bancário.

Com o Pix Cobrança, é possível gerar uma cobrança de pagamento com data de vencimento, a qualquer hora do dia e em qualquer dia da semana, incluindo feriados, como é de praxe no sistema do Banco Central.

Empresas, por exemplo, podem emitir um QR Code para as transações do Pix Cobrança em uma data futura. Já as pessoas físicas poderão usar o sistema para o pagamento de compras parceladas e à prazo.

Segundo o BC, as instituições participantes do Pix Cobrança terão que adequar sua estrutura para as funcionalidades, com QR Code e pagamentos em datas futuras, e terão entre 14 de maio e 30 de junho para isso.

“Esse é um período transitório, que dá as instituições um tempo adicional para finalizar as adequações nos sistemas. A partir de 1º de julho, todos os participantes precisam ser capazes de fazer a leitura do QR Code e possibilitar o pagamento para data futura“, concluiu a funcionalidade financeira.

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