Trader Group entra mira da CPI das criptomoedas por captação de R$ 38,2 milhões em emissão de token de valor mobiliário
Investigação legislativa está prevista para começar esta semana em Brasília e um dos alvos é a emissora do TGPAR, que também responde a diversos processos na Justiça.
Apesar de extinta, a Trader Group deverá atrair novamente os holofotes a partir desta semana. Isso porque a gestora de criptomoedas capixaba é uma das 11 empresas citadas no requerimento que deve resultar na instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar pirâmides financeiras, oferta irregular de tokens de valores mobiliários e outros tipos de esquemas envolvendo criptomoedas no Brasil.
De acordo com uma tabela da Trader Group anexada em um processo administrativo aberto em 2019 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa emitiu R$ 38,2 milhões em tokens TGPAR, pela atualização do IPCA entre agosto de 2019, quando a plataforma saiu do ar, até março desse ano.
Ao se inserir o nome da Trader Group no Jusbrasil, por exemplo, o site retorna 19 processos que mencionam a empresa nos tribunais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em relação à TG Agenciamento Virtuais, o Jusbrasil retorna sete processos.
Segundo uma publicação do Infomoney desta segunda-feira (12), a empresa pode ter lesado, pelo menos, 365 dos quase mil clientes que utilizavam a plataforma na época em que o site sair do ar, o que representaria um prejuízo de aproximadamente R$ 33 milhões pelos dados de uma listagem anexada em um dos processos contra a empresa. Desse total, cerca de R$ 4,5 milhões envolvem uma única ação contra a Trader Group, que prometia ganhos de até 15% ao mês.
Em agosto de 2019, a Justiça determinou a apreensão de bens da Trader Group, o que incluiria a retensão de supostos 4 mil Bitcoins vinculados a uma chave pública que seria ligada ao gripo, na ocasião da Operação Madoff.
Em abril desse ano, a CVM multou a Trader Groulp e seu administrador em mais de R$ 14 milhões por oferta irregular de token de valor mobiliário, no caso o TGPAR, que previa aportes de R$ 60 mil e que replicavam os índices Ibovespa, Selic e retornos em negociações de criptomoedas, segundo o que prometiam os envolvidos.
Quanto à CPI das criptomoedas, a instauração da comissão foi suspensa na última semana por causa da falta de quórum, já que os deputados estava em “home office” em razão do feriado prolongado, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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