Exclusivo: Tether pode instalar mega fazenda de mineração de Bitcoin com energia do Brasil
A Tether pode em breve usar energia do Brasil em sua mega fazenda de mineração de Bitcoin
A Tether, emissora da maior stablecoin do mercado de criptomoedas, pode, em breve usar energia do Brasil em sua mega fazenda de mineração de Bitcoin. Segundo informações compartilhadas com o Cointelegraph Brasil, a gigante mundial estaria instalando sua fazenda de BTC no Paraguai para usar a energia de hidroeletrica de Itaipu.
De acordo com a fonte, a Tether sempre teve planos de iniciar operações de mineração de Bitcoin, no entanto, questões regulatórias e a incerteza com relação a questões regulatórias teriam atrasado os planos da companhia.
Porém, no mercado de alta de 2020-21 os planos da empresa foram retomados e isso coincidiu com a chegada do empresário brasileiro Rocelo Lopes no grupo da Tether que também envolve a Bitfinex. Lopes, que já operou uma fazenda de mineração de BTC no Paraguai e foi o primeiro a antecipar a chegada dos chineses, ainda em 2019, na região.
Lopes teria ajudado a Tether na conecção com as autoridades e com a ANDE, a empresa de enegia do Paraguai. Além disso Lopes teria auxiliado em questões de infraestrutura como terrenos na região e na utlização de cointeners para facilitar o processo de resfriamento das instalações já que a região possuí um clima seco e quente.
De acordo com apuração feita pelo Cointelegraph, atualmente toda a infraestrutura está sendo otimizada para receber todos os equipamentos, mas testes com a ASICs já foram feitos e os resultados foram considerados bons. A operação total deve começar em setembro deste ano.
Em contato com o Cointelegraph a Tether não confirmou o local de instalação dos equipamentos e se limitou a dizer que será na América Latina (descartando portanto países como El Salvador que fica na América Central).
“O site está caminhando bem, todos da equipe estão super entusiasmados e trabalhando sem parar para iniciar as operações nas próximas semanas”, declarou o CTO da Tether, Paolo Ardoino.
Sem confirmar o Paraguai como local de instalação da operação, ele reforçou que a empresa está trabalhando em um software de mineração chamado Moria, que fornece análises de dados sobre a produção de energia em locais de mineração de Bitcoin, principalmente de energia renovável, como é o caso da energia gerada por Itaipu (usina binancional que abastece o Brasil e o Paraguai).
“Se a energia utilizada pela mina for eólica ou solar, existem parâmetros de otimização, como a velocidade prevista do vento para um dia específico ou uma hora específica do dia, que podem ser usados para acelerar alguns dos mineradores e aumentar a produção”, disse.
O Paraguai tem se tornado o principal centro de mineração de Bitcoin na América do Sul. Em julho deste ano a canadense Bitfarms anunciou a instação de uma fazenda nas regiões de Iguazú e Villarrica. A empresa é uma das mais importantes do setor, com um hashrate de mais de 5 EH/s.
Quem também anunciou expansão para o Paraguai foi a americana Sazmining. A fazenda da empresa será instalada próximo à barragem de Itaipu. O roteiro do projeto prevê que a fazenda comece a minerar em setembro, e terá uma capacidade de 5 MW, pelo menos nos primeiros dias.
Brasil quer rever o acordo de Itaipu
O governo brasileiro que rever o acordo de fornecimento de energia da usina hidrelétrica de Itaipu, construída por meio de um acordo binacional entre o Brasil e o Paraguai, na região de Foz do Iguaçu. O acordo foi assinado em 1973 e prevê uma revisão dos termos após 50 anos.
Na revisão que deve ser debatida com o Paraguai até setembro, o governo brasileiro destaca que pretende equilibrar os termos para que eles atendam melhor aos dois países e isso significa baratear o custo da energia fornecido para o Brasil.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já ha reuniões agendadas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Paraguai, Santiago Penã, para debater o assunto.
“A meta é termos um acordo que atenda os interesses dos dois países e isso se dá por meio de um amplo debate. A vinda do presidente paraguaio é a demonstração de que o Brasil voltou a conversar com o mundo”, disse o ministro.
A usina binacional de Itaipu é estratégica tanto para o Brasil como para o Paraguai, já que com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, Itaipu fornece 8,7% da energia consumida no Brasil e 86,4% no Paraguai.
Caso o acordo seja revisto é incerto como isso pode impactar os mineradores de Bitcoin na região já que a revisão está concentrada justamente nas tarifas de energia e no possível aumento do fornecimento para o Brasil.
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