Protocolo do Terra que promete rendimentos anuais de 20% sobre o dólar agora está disponível na Binance

Desde as 9h desta quarta-feira, 6, investidores já podem fazer staking do UST no Anchor Protocol através da plataforma da Binance.

Desde as 9h desta quarta-feira, horário de Brasília, é possível fazer staking do UST, a stablecoin algorítmica do Terra (LUNA) atrelada ao dólar, no Anchor Protocol (ANC) através da plataforma da Binance. O Anchor é um protocolo de poupança e empréstimos que é o principal responsável pelo crescimento recente do Terra e a consequente valorização do LUNA, o token nativo da plataforma de contratos inteligentes.

Atualmente, o Anchor responde por 56,2% do valor total bloqueado (TVL) no Terra, o equivalente a US$ 19,3 bilhões, de acordo com informações da plataforma de monitoramento de dados DeFi Llama. O sucesso do protocolo baseia-se em um mecanismo de staking do UST que oferece rendimentos aproximados de 20% ao ano. 

#Binance Staking lança staking de $UST com até 19,63% APY @terra_money

— Binance (@binance) ​​​​​​

Agora, a Binance passa a oferecer a possibilidade de que seus clientes possam se beneficiar dos altos rendimentos do Anchor através do serviço de staking da exchange. Os usuários terão três opções de rendimento, baseadas no tempo em que estarão dispostos a empenhar suas reservas em UST.

Para obter o rendimento máximo oferecido pelo Anchor, que atualmente é de 19,63%, o usuário precisa se comprometer a bloquear seus fundos por 90 dias. Ao testar o serviço, o Cointelegraph Brasil viu-se limitado a empenhar no máximo 200 UST com o retorno máximo oferecido pelo Anchor.

Usuários que optarem por bloquear seus fundos por 60 dias terão retornos de 16,85%. E aqueles que optarem pelo limite mínimo de 30 dias receberão 13,98% sobre o UST empenhado, de acordo com o anúncio oficial da disponibilização do serviço publicado no site da exchange. Os juros são pagos diariamente e o limite mínimo do investimento é de 0,01 UST.

O cofundador do Terra, Do Kwon, saudou a disponibilização das “taxas do Anchor para os mais de 30 milhões de usuários da Binance” em uma postagem no Twitter em que afirma que “os rendimentos do Anchor da Web3 estão fazendo jus ao seu nome.”

Rendimentos insustentáveis?

Apesar do sucesso do Anchor Protocol e da recente valorização do LUNA, muitos traders e analistas questionam a sustentabilidade do modelo econômico da plataforma de poupança e empréstimos e da própria estabilidade do UST.

Atualmente, o UST atualmente mantém a paridade com o dólar por meio de um algoritmo que queima ou emite unidades de LUNA em função da oferta e da demanda pela stablecoin. Ao contrário de stablecoins centralizadas, como o  Tether (USDT) e o USDC, o UST não mantém reservas em dólares que possam ser resgatados na proporção de 1:1.

De acordo com um artigo científico que tem ganhado ressonância na comunidade cripto, stablecoins algorítmicas como o UST são “frágeis” porque não tem ativos que os respaldem. O estudo serviu de munição aos críticos que afirmam que, caso muitos usuários procurassem trocar seus USTs por dólares em um dado momento, a stablecoin correria o risco de perder a paridade com a moeda norte-americana.

No início de fevereiro, um um sinal de alerta se propagou pela criptosfera depois que notícias deram conta de que o Anchor não teria reservas para manter o pagamento dos juros nos patamares atuais por muito tempo. Com as reservas se esvaindo rapidamente à medida que a demanda por stablecoins aumentava e os empréstimos diminuíam, a sustentabilidade do protocolo parecia ameaçada.

Cálculos indicaram que seria necessário cobrir um rombo de US$ 450 milhões para que o Anchor pudesse manter o pagamento dos juros atuais aos usuários até novembro. Esses comentários vieram à tona em 8 de fevereiro. Dois dias depois, Do Kwon anunciou no Twitter que a Luna Foundation Guard, a organização sem fins lucrativos que oferece suporte ao desenvolvimento do ecossistema, votara favoravelmente à concessão de um aporte no valor de 450 milhões de UST às reservas do Anchor.

Reservas em Bitcoin

Ainda assim, a medida não foi suficiente para calar os críticos que apontam inconsistências no modelo econômico do Terra. Pouco mais de um mês depois, a LFG anunciou que estava construindo uma reserva em Bitcoin (BTC) para garantir a estabilidade do UST e a sustentabilidade do ecossistema do Terra.

Desde então, o LFG vem fazendo compras recorrentes de Bitcoin, as quais, inclusive, podem ter sido responsáveis pela recente alta do ativo até a resistência de US$ 48.000. Segundo Do Kwon, a fundação planeja criar um fundo de reserva de US$ 10 bilhões em BTC, o que faria da LFG a maior baleia de Bitcoin do mercado, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente.

Até 30 de março, a carteira da LFG detinha 30.727 BTC, o equivalente a US$ 1,38 bilhão na cotação do par BTC/USD na manhã desta quarta-feira. Enquanto isso, na terça-feira, 5, o LUNA renovou sua máxima histórica ao bater em US$ 119,18. Na manhã desta quarta-feira, o token nativo do Terra opera em queda de 5,3% e está cotado a US$ 111,56.

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