SUSEP sai na frente e seleciona empresas para seu sandbox enquanto CVM e Banco Central estão ‘parados’
Enquanto Banco Central e CVM ainda não tem nem data para realizar seu sandbox, SUSEP sai na frente e seleciona empresa com blockchain
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) aprovou o uso de blockchain no setor de seguros durante o período de seu sandbox.
Desta forma a autarquia divulgou o resultado da seleção de empresas de tecnologia focadas em seguros (insurtechs em inglês) para sua experiência de Sandbox Regulatório.
O Sandbox Regulatório é um ambiente controlado para testes de inovações.
Agora, as empresas selecionadas terão uma licença de seguradora, válida por três anos. Neste período elas poderão testar produtos, serviços e modelos de negócios inovadores.
O foco principal da iniciativa são produtos massificados e de curto prazo. Seguros complexos como previdência, resseguros ou grandes riscos não poderão ser criados pelas empresas selecionadas.
As onze startups selecionadas foram: 88i.io, Coover, Emotion, Flix, Iza, Komus, Mag, Pier, Split Risk, Stone e ThinkSeg.
Blockchain
“Antes do sandbox tínhamos que adaptar os produtos de seguradoras tradicionais para oferecer aos nossos clientes. Este processo pode ser muito demorado e caro. Agora poderemos criar seguros de forma mais eficiente e totalmente focado no que os clientes precisam”, disse Rodrigo Ventura, fundador da insurtech 88i .
A startup que hoje oferece seguros de celular, com o uso de blockchain, aos clientes de empresas como Picpay, 99 e Allugator
No entanto, agora com a aprovação da SUSEP a empresa se propõe criar produtos para atender a dois mercados.
O primeiro são bancos digitais e fintechs que passam a poder oferecer seguros diversos a seus clientes.
O segundo mercado são as empresas de delivery e entregas, que poderão cobrir perda de renda dos seus entregadores parceiros que adoeçam ou fazer a cobertura de danos a aparelhos celulares usado pelos trabalhadores, por exemplo.
SUSEP, CVM e Banco Central
Em junho de 2019 a A Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Superintendência de Seguros Privados tornam pública a intenção de implantar um modelo de sandbox regulatório no Brasil.
Naquela época as instituições declararam conjuntamente que o espaço surgia como uma resposta a transformação digital.
“Essa iniciativa surge como resposta à transformação que vem acontecendo nos segmentos financeiro, de capitais e securitário. O uso de tecnologias inovadoras, como distributed ledger technology – DLT, blockchain, roboadvisors e inteligência artificial, tem permitido o surgimento de novos modelos de negócio, com reflexos na oferta de produtos e serviços de maior qualidade e alcance.”, declararam.
No entanto, desde então, os reguladores avançaram muito pouco na implementação de seus Sandbox, tendo em vista que haviam declarado que os participantes seriam selecionados ainda no primeiro semestre de 2020.
Desta forma, enquanto a SUSEP avançou em seu sandbox e divulga os participantes a CVM e o Banco Central ainda não divulgaram nem mesmo a data para o encaminhamento das propostas.
Ambas as instituições realizaram consulta pública sobre os referidos Sandboxs porém, após isso, mais nada foi divulgado ou tornado público.
LEIA MAIS
- Comissão Europeia lançará sandbox regulatório de blockchain até 2022
- Grupo ‘Whale’ domina mercado e fica atrás apenas da Binance em plataforma de imóveis virtuais The Sandbox
- Binance compra propriedades virtuais no game em blockchain The Sandbox
- ‘É provavel que o preço do Bitcoin caia antes do halving’, diz analista
- Relatório: Fusão reversa pode levar exchange tornar cripto Bithumb pública nos EUA
- Portugal muda normas para setor imobiliário contra lavagem de dinheiro e mira criptomoedas
- Iniciativa do Banco Central do Brasil que permite blockchain e contratos inteligentes ganha premio mundial