Estrategistas lucram até 124% no primeiro semestre e revelam formação de portfólio de criptomoedas enquanto o Bitcoin bate a renda fixa
BTC retorna 83% de lucro em relação ao primeiro dia do ano com algumas altcoins se favorecendo ainda mais enquanto índices do mercado tradicional ficam longe.
Em retração, o Bitcoin (BTC) era negociado em torno de US$ 30,3 mil (-1,92%) na tarde desta quarta-feira (5) com alta acumulada de 83% em relação a 1º de janeiro. O desempenho do benchmark do mercado de criptomoedas chegava a ser 10 vezes maior que alguns índices, como títulos de renda fixa e variável, além de índices do mercado de ações.
De acordo com a plataforma de análise Economatica, até o dia 30 de junho, o CDI teve um rendimento de 6,44%, o Ibovespa alcançou 7,61%, o índice de Fundos Imobiliários (IFIX) obteve 10,05% enquanto o índice Small Caps (SMLL), que é uma carteira de ativos de empresas desse segmento estabelecida pela Brasil, Bolsa, Balcão (B3), A Bolsa de Valores do Brasil, ficou em 13,26% e o Tesouro IPCA ficou em 10,5%.
No caso do mercado de ações, o índice que mais se aproximou do BTC foi o Nasdaq, em 31,73%, coincidentemente um índice que reporta o desempenho das grandes empresas de tecnologia, algumas ligadas a operações de projetos cripto.
Quanto ao Bitcoin, um monitoramento on-chain recente identificou 13 altcoins sendo favorecidas pelos ganhos realizados com o rali do benchmark cripto. O que apontou para alguns dos tokens preferidos dos investidores de criptomoedas.
A movimentação se assemelha à estratégia de formação de portfólio do analista da VG Research Felipe Martorano, revelada à coluna E-Investidor, do jornal O Estado de São Paulo. O analista disse que conseguiu obter 124% de lucro no primeiro semestre deste ano com 100% de seus investimentos alocados em criptomoedas.
Segundo ele, sua estratégia de formação de portfólio é formada por cerca de 30% em Bitcoin enquanto os outros 70% são distribuídos em altcoins temáticas, como metaverso e finanças descentralizadas (DeFi).
Já o publicitário Renan Bonfim disse que prefere não se expor totalmente aos riscos das criptomoedas, embora tenha obtido 60% de lucro no primeiro semestre ao se focar no longo prazo, no Bitcoin e algumas das principais altcoins, como Ethereum (ETH), Chainlink (LINK) e Polkadot (DOT).
“O Bitcoin se mostrou disparado o principal ativo para investir no primeiro semestre de 2023, com uma alta em torno de 68% frente 6% do CDI, o ativo digital viu os concorrentes passarem longe. Muito disso se deve ao cenario de juros americanos que mesmo em um patamar alto ainda da sinais de melhora em 2024, já que o FED deu sinais sobre essa baixa. Isso da para o investidor cripto um apetite maior para correr os riscos da volatilidade do BTC, gerando assim uma valorização muito melhor se comparado com outros investimentos”, explicou o CEO e fundador da startup da SoulPrime, rede social em blockchain, Fabiano Miranda.
Em relação aos próximos meses, o cenário das criptomoedas vai depender do mercado estadunidense, que deve entrar em uma recessão na avaliação de Fábio Matos, sócio da CoinLivre, marketplace de ativos tokenizados.
“Caso isso se confirme, as criptomoedas podem andar de lado. Será um ano de acumulação para os investidores e tem que ir comprando aos poucos para pegar uma próxima alta e ciclo que deve acontecer entre 24 e 25. Ano de plantar e comprar aos poucos, ano de cautela e calma. O mercado é correlacionado as bolsas americanas e ao cenário global”, completou.