Star Atlas quer revolucionar jogos em blockchain; saiba data de lançamento
Um dos jogos em blockchain mais aguardados do ano, Star Atlas finalmente ganhou uma data de lançamento. Segundo contou o CEO do projeto, Michael Wagner, em entrevista exclusiva à EXAME, uma espécie de “versão beta” do metaverso no qual o game será baseado será lançada na última semana de novembro.
“No final de novembro teremos um produto que as pessoas poderão utilizar. Estamos confiantes de que no final do próximo mês poderemos oferecer uma prévia da experiência de jogo”, disse, reforçando que o lançamento ainda estará longe do produto final, que pretende unir videogame, NFTs, finanças descentralizadas (DeFi) e outras características: “As pessoas não devem esperar grandes recursos neste momento”.
Os fatores que levaram à grande expectativa em torno do lançamento do jogo são diversos. Um deles é o uso da rede Solana em detrimento do blockchain Ethereum. A segunda rede é mais comum atualmente para esse tipo de aplicação, mas a sua “concorrente” ganhou fama por ser um blockchain capaz processar mais transações mais rápidas e mais baratas, o que pode impactar diretamente na acessibilidade do jogo.
“Nós ainda estamos no início da Solana, é um protocolo em primeira camada com uma alta escalabilidade e, em termos de tecnologia, a Solana é a melhor, na minha opinião”, explicou Wagner sobre a escolha.
Além disso, tão ou até mais importante do que o uso da rede Solana é a utilização do motor gráfico (ou “engine” como é chamado no universo gamer) Unreal Engine 5, o mesmo de jogos famosos como os novos eFootball 2022 (antigo PES), Fortnite e Hellblade 2. Isso significa que Star Atlas deverá ser o primeiro jogo em blockchain com gráficos elaborados e complexos. Axie Infinity, por exemplo, lidera o mercado de blockchain games com gráficos e mecânicas de jogo bastante simples, digna de jogos para celular ou videogames antigos.
O uso desta engine também reforça outra característica importante do jogo: o apoio de gigantes da indústria, como a Epic Games, responsável pela criação da ferramenta gráfica, a corretora cripto FTX e a Animoca Brands, entre outros, também estão por trás do projeto. “Nós temos um relacionamento muito próximo com a FTX, que liderou o consórcio por trás do desenvolvimento do projeto da Serum. Esse relacionamento nos dá uma maior credibilidade e, no futuro, poderá facilitar o contato com a base de usuários da corretora”, disse Wagner.
Mais do que um jogo, Star Atlas pretende desenvolver um grande metaverso, no qual os participantes poderão fazer muita coisa além de se divertir. As disputas terão como base a exploração espacial no ano de 2620, e contará com três facções principais (humanos, alienígenas e andróides) que lutam entre si por recursos, conquista territorial e dominação política.
Isso sustenta a negociação de NFTs como naves, acessórios, armas e milhares de outros itens, que além de se valorizar com o tempo, também poderão ser usados em complexos sistemas de DeFi habilitados no metaverso, que poderão render dinheiro aos seus proprietários, como o aluguel desses tokens, poupança, entre outros, que serão possíveis graças à criação de uma corretora descentralizada (DEX) dentro do próprio jogo.
Os jogadores também serão recompensados com a criptomoeda ATLAS, que poderá ser usada para comprar e vender os itens dentro do jogo ou trocadas por outras criptomoedas em corretoras – a compra de itens do jogo já está disponível na plataforma, mesmo antes do seu lançamento.
Star Atlas também possui outra criptomoeda nativa, chamada POLIS, que funcionará como token de governança, possibilitando que seus proprietários possam participar de decisões relacionadas ao desenvolvimento do jogo e também à sua administração.
Além de ferramentas e serviços relacionados a investimentos, Star Atlas também pretende se tornar uma referência de jogos baseados em um metaverso. A ideia é possibilitar, por exemplo, que jogadores utilizem o espaço dos territórios do jogo para desenvolver os seus próprios modelos de negócio ou experiências únicas.
“Nós queremos construir uma economia na qual empresários, indústrias e indivíduos possuam recursos para gerar valor dentro deste universo. Isso pode ser qualquer coisa, como a construção de galerias de arte digitais em propriedades dentro do jogo, como museus, ou até mesmo lojas, nos quais você pode expor e comercializar sua coleção pessoal de NFTs com outros jogadores”, explicou o executivo, citando também a possibilidade de que o metaverso de Star Atlas receba show de bandas reais, eventos sociais ou corporativos, entre outras atividades que poderão ser “digitalizadas” no metaverso.
Outro ponto importante sobre Star Atlas diz respeito à barreira de entrada, que é um dos maiores obstáculos para a adoção em massa, por exemplo, de Axie Inifinity, que obriga novos jogadores a fazer grandes investimentos apenas para participar do jogo.
“Teremos as naves mais simples que custarão entre 15 e 20 dólares, e as mais caras, que poderão custar milhões. Mas essas naves maiores servem à milhares de jogadores, então existem essas comunidades de jogadores, como a BSA no Brasil, podem utilizar este único ativo para operar em conjunto de forma mais efetiva. De qualquer forma, se apenas um jogador quiser entrar, ele sempre poderá comprar uma nave de 15 dólares, pois temos um fornecimento muito grande”, disse Michael Wagner.
Ele também explicou que, apesar do uso do motor gráfico Unreal Engine 5, que exige computadores mais avançado e hardwares de melhor qualidade, mesmo jogadores com computadores mais simples e antigos poderão participar do metaverso e do jogo, já que haverá uma versão para navegadores.
Com tantas novidades, a ansiedade dos jogadores pelo lançamento de Star Atlas é cada vez maior e a sua chegada poderá registrar um marco no universo dos jogos em blockchain, setor que tem crescido rapidamente no mundo todo – nos EUA e Reino Unido, quase 60% dos desenvolvedores já estão de olho na tecnologia. Resta, claro, saber se toda essa expectativa será de fato atendida.
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