‘Só Bitcoin é protocolo, outras moedas são empresas’, diz famoso economista
Apenas o Bitcoin é um verdadeiro protocolo de dinheiro, pois demais criptomoedas são mais parecidas com empresas, disse na manhã desta quarta-feira (25) o economista libanês Saifedean Ammous, autor do livro “The Bitcoin Standard: The Decentralized Alternative to Central Banking”.
Em participação na manhã de hoje em painel do evento Expert XP, Ammous reafirmou sua crença no Bitcoin e disse que apenas a primeira e principal criptomoeda do mundo é capaz de ser uma alternativa real às moedas controladas por bancos centrais.
“O Bitcoin é a única [criptomoeda] que pode convincentemente afirmar que é um software neutro, um protocolo que ninguém controla. Ninguém no mundo pode mudar a oferta do Bitcoin.”
Ao defender o argumento, ele atacou demais criptomoedas, incluindo o Ethereum.
“Com todas as outras criptomoedas, é trivial ver que um pequeno grupo de pessoas poderia alterar a oferta das moedas. A segunda maior do mundo, na verdade, já passou por vários forks.”
Ammous lembra que os hard forks permitem alterar as regras embutidas no código do protocolo, já que, na prática, trata-se de uma nova moeda. Desse modo, em teoria, um hard fork poderia resultar em uma oferta maior ou menor, dependendo da vontade de um grupo de pessoas. O economista diz que o Ethereum é um desses casos.
“Você pode mudar as regras da rede, pode censurar transações, pode retroceder a blockchain, como já fizeram. Não são protocolos, são mais parecidas com empresas. E eu não vejo valor em uma moeda fornecida por uma empresa privada”, diz.
Uso de blockchain
Maximalista do Bitcoin, Ammous também não vê utilidade real da blockchain para uma série de casos de uso comuns que já começam a ser propostos no comércio e na indústria, como controle da cadeia de suprimentos, imóveis ou bancos de dados.
Segundo ele, “a única coisa que a blockchain oferece é a segurança do dono do token, todo o resto é feito de fora”. Para o professor da Columbia, a tecnologia blockchain pode assegurar a confiabilidade sobre a informação do token da rede, mas não pode garantir que uma informação ligada fora dela é de fato confiável.
“Nada disso funcionou, nem foi ou será usada comercialmente. Só serve para criar uma narrativa para impulsionar o preço de uma moeda digital. A única coisa que a blockchain faz é criar uma moeda digital”, afirma.
Quanto vale o Bitcoin?
Ammous não se arrisca a projetar o preço do Bitcoin no curto prazo, e diz não se surpreender se o valor de um BTC caia ou suba 50% amanhã. No entanto, ele afirma que é possível ter alto grau de certeza de que, em quatro anos, o preço da criptomoeda será “significativamente mais alto do que é hoje”.
O economista cita um levantamento comum entre analistas que aponta o prazo de quatro anos como garantido para qualquer investimento: independentemente data da compra, em quatro anos o comprador está sempre no lucro. E com ganhos altos, de pelo menos quatro ou cinco vezes.
“Quatro anos na frente vai estar pelo menos três vezes maior. Há boas razões para acreditar nisso. Em quatro anos, a produção diária de Bitcoin será a metade da atual, mas a demanda será quase certamente maior.”
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